quinta-feira, 7 de abril de 2011

E POR FALAR EM ELEIÇÕES...

Maurelio Menezes


Ano que vem tem eleições municipais... Sites e outros veículos de comunicação estão divulgando as primeiras pesquisas sobre intenções de votos. Em Brasília discute-se a reforma política e algumas previsões não são nada animadoras. Uma delas é a lista fechada, para mim, uma aberração. Vai, na verdade, significar uma economia para candidatos corruptores: nos moldes de hoje eles compram votos dos eleitores. Com a lista fechada vão gastar dinheiro apenas com os convencionais. O voto vai continuar sendo obrigatório, o que, no meu olhar é discutível. Entendo que o brasileiro ainda não tem maturidade para ser livre para votar ou não. Mas quando terá? Votar é como andar: só se aprende no exercício do fazer, ou seja, andar se aprende andando, votar se aprende votando, da mesma forma que amar só se aprende amando.

Antes das eleições do ano que vem, entretanto, para nós aqui em Mato Grosso outra vai mexer com muitas coisas: a do Conselho Regional de Odontologia, uma área sempre colocada em segundo plano, que não provoca grandes discussões e que é, talvez, a mais importante na área de saúde publica. As eleições do CRO, como a própria atividade de seus profissionais, sempre foram uma espécie de feudo, sem discussão pública. Nós, pobres mortais, nunca fomos chamados a dizer o tipo de odontologia que queremos. Mais do que isso, nunca se viu, que eu saiba, um debate entre candidatos em que suas propostas não apenas para a classe, mas especialmente para a sociedade, sejam colocadas em julgamento.

Três grupos concorrem ao comando do CRO e eu já tomei partido: A situação tem duas “chapas” A UM, comandada por Dalter Favarete, e a DOIS, que é uma espécie de dissidência, comandada por Gustavo Oliveira, atual presidente, com a “Valorização”. Pelas propostas expostas no blog, estão preocupados apenas com a categoria. Fica difícil concordar. Já passou do momento de se apresentar propostas mais amplas, que beneficiem diretamente a sociedade.

A chapa TRÊS tem Alba Medeiros à frente. Ela é a primeira mulher na história do CRO a se candidatar ao cargo. Enfermeira, cirurgiã dentista, professora da UFMT, especialista em saúde publica, integrante do Grupo de Pesquisa comandado por Julio Muller é, para mim, das três, a que mais transparentemente apresenta as propostas e a mais preocupada com a construção de uma odontologia que sirva ao dentista, mas tenha também a sociedade como prioridade. As propostas da chapa TRÊS estão em http://www.inovacaocromt.com.br/ . Alba propôs um debate entre os três candidatos e até agora nenhum adversário se dispôs a isso.

Aliás, a ADUFMAT poderia prestar um serviço à cidadania tomando para si a responsabilidade de promover e organizar esse debate, que poderia ser transmitido ao vivo por emissoras de rádio e até de TV. Afinal, é por meio de eleições como essa do CRO, que não têm o mesmo destaque das municipais, estaduais e nacionais, que conseguiremos construir um país de verdade já que as reformas começam pela base, pelas entranhas, e não pelo cume, pelo visível.



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