tag:blogger.com,1999:blog-9220058612741272822024-02-20T20:39:28.882-08:00OlharesMaurelio Menezeshttp://www.blogger.com/profile/02895464477881226517noreply@blogger.comBlogger151125tag:blogger.com,1999:blog-922005861274127282.post-62894853454224635602014-08-21T19:59:00.001-07:002014-08-21T19:59:23.020-07:00UMA REFORMA QUE NÃO ESTARÁ NA CAMPANHA POLITICAMaurelio Menezes<br />
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Quando
milhões de brasileiros foram às ruas no ano passado, um dos descontentamentos
deixados claro pelos manifestantes foi o tipo de político que temos no Brasil,
o “Político Gerson” aquele que gosta de levar vantagem em tudo.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Pois
agora, com o horário eleitoral no ar, seria o caso de um destes candidatos à
Câmara ou ao Senado seria uma reforma política, mas não uma qualquer e sim uma
que contemplasse o que as ruas pediram. Alguns pontos, como sugestão.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Arial;"><span style="mso-list: Ignore;">1.<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Todo
político, após acusação e apresentação de provas a serem definidas, será
afastado automaticamente do cargo sem direito a remuneração. Se for inocente
receberá os proventos retidos e reassumirá o cargo;<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Arial;"><span style="mso-list: Ignore;">2.<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Candidatos
eleitos para um cargo não podem abandoná-lo no meio do caminho para se
candidatar a outro. Aqui em Cuiabá, por exemplo, sempre tivemos vários
vereadores que na eleição seguinte tentaram se eleger deputado. E muitos
conseguiram;<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Arial;"><span style="mso-list: Ignore;">3.<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O sistema político seria alterado para o voto distrital.
Por ele o eleitor só pode votar em candidatos de seu distrito eleitoral. Isso
baratearia o custo da eleição e evitaria o que já aconteceu diversas vezes:
candidatos se elegerem com votos em todo o estado e não fazerem nada por região
nenhuma; <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Arial;"><span style="mso-list: Ignore;">4.<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Ninguém
poderá se candidatar a um mesmo cargo por mais de duas vezes. Com isso ficaria
garantida a renovação no Legislativo.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Arial;"><span style="mso-list: Ignore;">5.<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Ninguém
poderá se candidatar mais de cinco vezes a um cargo se não conseguir se eleger
pelo menos uma vez. Isso evitaria aqueles casos em que pessoas se candidatem
para arrecadar fundos ou para vender apoio;<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Arial;"><span style="mso-list: Ignore;">6.<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Todos
os partidos são obrigados a lançar candidatos nas eleições majoritárias para o
primeiro turno. Não muda muito, mas diminuiria bem o número de partidos de
aluguel; e<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Arial;"><span style="mso-list: Ignore;">7.<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Nas
eleições para cargos do Executivo, prefeitos, governadores e o (a) presidente
seriam obrigados a se desincompatibilizar do cargo. Com isso diminuiria
bastante o uso da máquina e evitaria crimes eleitorais como a Presidente Dilma
tem cometido, visitando obras e dando entrevistas em prédios públicos.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O
Brasil não seria um paraíso se medidas como estas fossem tomadas. Mas um dos
gritos nas Jornadas de Junho seria atendido. Quem sabe com diálogo transparente
com a sociedade as coisas não melhorassem neste país injusto.<o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">Mas não há vontade
política para se fazer reformas. Estão ocupados com arranjos nada republicanos
e acabarão sendo eleitos os mesmos de sempre, inclusive alguns que deveriam
deixar de vez a política, para que não tivéssemos a volta dos que não foram.</span>Maurelio Menezeshttp://www.blogger.com/profile/02895464477881226517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-922005861274127282.post-25326864801522176582014-08-06T19:11:00.001-07:002014-08-06T19:11:12.989-07:00REFORMA POLÍTICA: O QUE AS RUAS GRITARAM
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Maurelio Menezes</span><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Nas “Jornadas
de Junho”, como definem alguns analistas, um dos pedidos da Voz das Ruas era a
Reforma Política. A Presidente Dilma fingiu que pretendia atender ao pedido e
preparou um rascunho de uma coisa que não caberia a ela apresentar. O Congresso
fez o mesmo com uma proposta que todos sabiam não seria colocada em prática.
Andaram tomando algumas posições saneadoras, mas só de mentirinha. Para eles, o
povo não passa de um bando de idiotas que esquece tudo um mês depois que
cobrou.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A
semana é rica em comprovações desta teoria deles. A denúncia da revista <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Veja</b> no final de semana, segundo a qual
os depoentes da CPI da Petrobrás sabiam com antecedência quais perguntas lhes
seriam feitas é um destes argumentos. Ai está a a explicação do fato de no
inicio o governo querer que fosse instalada apenas a CPI do Senado onde ele
manda e desmanda. E não adianta se afirmar que a denúncia da <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Veja</b> é para tirar o foco do caso do
Aeroporto que envolve o outro candidato à presidência, porque uma reportagem
como a da revista não se monta em um, dois dias e a denuncia contra Aécio
surgiu agora. Em São Paulo, Fernando Haddad nomeou Secretário pela terceira vez
um vereador condenado por improbidade administrativa.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Aqui
em Cuiabá vereadores são candidatos a deputado estadual. Pressupõe-se que eles
foram eleitos depois de assumirem diversos compromissos com eleitores. Pouco
mais de um ano depois de tomarem posse já estão dispostos a abandonar o cargo
por outro que paga melhor e lhes dá outra possibilidade. Mas com certeza não
cumpriram nada do que prometeram na campanha. Não foi esse comportamento que a
voz das ruas pediu. Pelo contrário.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A
forma de se fazer política no Brasil não mudou e mudança radical é o que a sociedade
quer. Políticos que ficam saltando daqui prá ali estão traindo seus eleitores.
Deveria ser criado um mecanismo que impedisse mais de uma reeleição para cargos
do Legislativo. Políticos como os senadores que fraudaram a CPI do Senado
deveriam ser cassados sumariamente. Uma das coisas que as ruas pediram foi a
reavaliação do mandato do político. Dois anos depois ele seria reavaliado e se
não conseguisse um percentual <i style="mso-bidi-font-style: normal;">xis</i> dos
votos da eleição seria demitido a bem do serviço público. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Mas
há o outro lado disso tudo: todas essas coisas estão às claras, Cabe ao eleitor
negar seu voto àqueles que traíram a confiança de quem nele votou em eleições
anteriores. Vá pra urna, como canta Carlinhos Brown, mas leve consigo a consciência
do que é preciso fazer para mudarmos tudo.</span><span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif";"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></div>
Maurelio Menezeshttp://www.blogger.com/profile/02895464477881226517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-922005861274127282.post-21145297491663063212014-07-16T21:12:00.000-07:002014-07-16T21:12:15.653-07:00OS LEGADOS DA COPA
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Maurelio Menezes*<o:p></o:p></span><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Acabou-se
o que era doce. Foram-se os dias de alegria e nem mesmo ficou o que seria o
legado da Copa: obras de infraestrutura que melhorariam a mobilidade urbana em
todo o país.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Em
Cuiabá foram inauguradas quatro ou cinco obras de qualidade duvidosa,
especialmente depois que desabou o viaduto em Belo Horizonte, que uma das obras
daqui uma semana depois da inauguração apresentou infiltração e em outra, o
asfalto já precisou ser remendado. A cidade foi maquiada nos dias em que aqui
houve jogos e agora volta a ser um canteiro de obras, mas num ritmo muito mais
lento do que antes. Em algumas destas obras há meia dúzia de trabalhadores
pegando no pesado. As ruas estão cheias de buracos a sinalização errada em
vários pontos.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Em
época de eleição o governo tira o dele da reta e afirma a todo momento: “O
dinheiro é federal, mas a responsabilidade pela execução é das prefeituras e
dos estados. Em outras palavras “Nossa candidata não tem nada a ver com isso”.
Ou “A incompetência é local e não federal”.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Mas
a Copa deixa outros legados. Descobriu-se que o brasileiro tem um pouco de
cuiabanidade, pois todos os turistas que passaram pelo país elogiaram a forma
como foram tratados. Isso é bem do cuiabano que sempre recebeu bem quem por aqui
passou e quem aqui veio e fez de Cuiabá sua terra. Os quatro jogos que foram
realizados aqui foram uma grande festa. Chilenos, australianos, russos,
colombianos, nigerianos, coreanos, japoneses e bósnios sentiram-se em casa. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O
grande legado, afirmam alguns jornalistas, seria a policia conseguir provar que
a FIFA faz parte da máfia dos cambistas, parcialmente desbaratada no Rio. Não
está muito longe disto já que a empresa que esta sendo acusada de repassar
ingressos para cambistas tem como um dos acionistas o sobrinho do presidente da
FIFA, que nega tudo. E não era de se esperar outra coisa.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Outro
legado foi o crescimento das mídias sociais na cobertura da Copa. Debateu-se
sobre sua inutilidade, sobre os jogos, sobre o absurdo de se torcer para esta
ou aquela seleção, fez se muitas piadas e falou-se de muita coisa séria, o que
característica própria da internet, que dá ao cidadão o poder de expor seu
pensamento sem censura ou patrulhamento de quem quer que seja.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Um
legado que ainda não ficou foi o brasileiro dirigir a energia que despendeu na
Copa para uma transformação radical no país. O que está ai não serve e isso
precisa ficar claro. Recorro mais uma vez às sábias palavras do Professor
Geovani Semeraro: “Em nenhum pais o sistema fez tão mal quanto vem fazendo ao
Brasil”. Em outubro teremos eleições e será uma boa oportunidade para se dar
inicio a esta mudança, primeiro riscando os oportunistas que se elegem para um
cargo e um ano depois do mandato já estão concorrendo a outro que certamente
lhe trará mais proveito. E exigindo as mudanças pelas quais fomos às ruas em
junho/julho do ano passado. E essa cobrança tem que começar já.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Sobre
a derrota que para muitos foi vexatória para a Alemanha, nada demais. O país de
Ângela Merkel ganha do Brasil de goleada em todos os quesitos que você quiser.
Na educação tem um projeto pedagógico de fazer inveja ao nosso. A Alemanha
investe cerca de 10 mil dólares/ano por aluno. O Brasil investe 2 mil, ou seja,
na educação a g0leada é de 10 a 2. Mas tem outros detalhes. O salário de um
professor da educação básica no Brasil é pouco mais de 500 dólares mês (embora,
com qualificação cheque a dois mil dólares). Na Alemanha é de 30 mil dólares. Na
saúde a comparação é mais triste ainda. Lá não se vê ninguém morrendo em porta
de hospital, muito menos quando se passa mal na frente deste hospital.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Em
termos de ciência, a maioria das escolas brasileiras não tem laboratório
próprio. Na Alemanha, todas têm. O resultado é que nos últimos anos os alemães
registraram 20 vezes mais patentes que os brasileiros. Ou seja, a goleada aqui
foi de 20 a 0. E se pensarmos sem termos de prêmio Nobel, a goleada é mais
vergonhosa ainda: 103 a 0.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Pensando
bem, este outro legado da Copa, os supostos vexatórios 7 x 1 no Mineirão, até
que ficaram barato. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
Maurelio Menezeshttp://www.blogger.com/profile/02895464477881226517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-922005861274127282.post-78123983658255605612014-07-09T20:51:00.000-07:002014-07-09T20:51:01.231-07:00DETALHES TÃO PEQUENOS DE NÓS TODOS
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Maurelio Menezes</span><br />
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">* Pergunta
de uma senhora, na Estação do Pão, terça-feira, inicio da noite: “Será que eles
pensam que nós somos idiotas tentando nos convencer que aquele ex Secretário
foi assassinado por ciúmes?” Realmente é de se estranhar que menos de 24 horas
depois da descoberta do corpo, a polícia já tenha resolvido o caso e, como
disse o delegado, “está descartada qualquer outra hipótese como queima de
arquivo”. É bem possível. Afinal, para o Poder Público, o brasileiro sempre
acreditou em Papai Noel e em Coelhinho da Páscoa.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">*
Sobre Brasil e Alemanha, interessante a entrevista do David Luiz depois do jogo
“Eu queria muito dar essa alegria ao povo tão sofrido, tão maltratado, tão... [...]”.
O problema dessa Copa é que ela nasceu errada, como um projeto político
partidário. O grande legado que ela nos deixará, como afirmou o petista Juca
Kfouri, “é ter desmascarado a FIFA como integrante de uma grande máfia
envolvida até na venda de ingresso por cambistas”. Mas nem isso até agora foi
conseguido porque a apuração da polícia segue seu trâmite normal. E não vai ser
resolvida de um dia pro outro, como num passe de mágica.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">*
Nas Mídias Sociais rolou de tudo.<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> Posts</i>
engraçados, outros nem tanto, alguns sérios, outros sérios, mas um pouco
exagerados. Alguns deles:<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">*
“Isso representa mais que um simples jogo. Representa a vitória da competência
sobre a malandragem. [...] O grande legado dessa copa é o exemplo para gerações
futuras. [...] Amar a Pátria num jogo de futebol e no outro dia sair roubando,
matando por ai ou cometendo pequenos delitos, seja ele qual for, furando fila,
fazendo uma gambiarra, dando, enfim, o jeitinho brasileiro, vai nos manter
sempre como estamos, sem possibilidade de construirmos um país melhor”<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">*
“Não vou sair no quintal. É que tenho um pastor alemão e quando me ver em vez
de latir, vai rir”<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">*
Sobre uma foto da Dilma “A Copa tava comprada. Vocês me vaiaram e eu sustei o
cheque”.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">* “Por
isso prefiro o UFC. Lá, quando alguém esta apanhando muito, o juiz interrompe.”<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">*
“Urgente, Advogado do Fluminense vai entrar com um recurso para anular o jogo.
De acordo com ele o alvará do Mineirão é para jogos de futebol e não para
bailes”<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">*
“Na moral... A Alemanha não destrói um país assim desde a segunda guerra
mundial”<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">* “E<span style="background: white; color: #141823;">spero que todos nós, brasileiros,
sejamos tão patriotas nas urnas quanto o hino cantado lindamente pela torcida.
Aliás, a minha torcida não é pelo futebol e sim pelo país. Cresce, Brasil!
Cresce!!!” (Eduardo Mahon)<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="background: white; color: #141823; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">*</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"> “<span style="background: white; color: #141823;">Vergonha não é perder jogo ou campeonato. Vergonha é o índice
de nosso IDH, a taxa de criminalidade em nossa sociedade e os níveis de
corrupção do País. Vergonha é viaduto cair antes de ser inaugurado, pacientes
deitados no chão em corredores de hospitais, crianças em escolas sem condições,
professores mal preparados e mal remunerados! Isso sim é vergonha!” (Luiza
Volpato)<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 12pt 0cm 0pt;">
<span style="background: white; color: #141823; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Em 1982, no dia seguinte da derrota daquela seleção mágica para a fraca
Itália, o poeta Carlos Drummond de Andrade, usou a primeira página do Caderno B
do Jornal do Brasil para uma crônica maravilhosa, ilustrada por um passarinho
ferido, com a bandeira nas costas (a musica “Voa, Passarinho Voa” embalava a
seleção de Telê Santana que tinha Toninho Cerezo, Zico, Eder, Falcão, Sócrates,
Junior e companhia). Drummond se referindo ao inicio do ano em que o brasileiro
nada construíra porque o carnaval estava chegando e depois continuou sem
construir à espera da vitória da seleção que jogava por música. E encerrava
perguntando: “Que tal se agora começássemos a trabalhar porque já estamos no
meio do ano?”<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="background: white; color: #141823; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Pois é... Que tal se agora começássemos a
trabalhar? Afinal estamos no meio do ano e que se começássemos por mostrar ao Poder Público que não
acreditamos em Papai Noel e em Coelhinho da Páscoa?</span></div>
Maurelio Menezeshttp://www.blogger.com/profile/02895464477881226517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-922005861274127282.post-10222011917901402802014-07-02T20:17:00.004-07:002014-07-02T20:17:53.732-07:00A VOZ DAS RUAS, UM ANO DEPOIS
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: left;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Maurelio Menezes</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Há
quem diga que a partir do final da Copa as manifestações nas ruas vão se
intensificar. Evidentemente que por trás delas haverá interesses
inconfessáveis. Em São Paulo atingir o governo tucano, no Rio<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>o peemedebista. Em outros estados, atingir os
governos petistas (e seus aliados) e em especial o governo federal. Aqui em
Mato Grosso, por exemplo, o alvo será, sem dúvida o PMDB que, no apagar das
luzes, fez um acerto com o PT para apoiar Lúdio, candidato do PT.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Com
isso dançou o ex Juiz Federal Julier que foi convencido a se filiar ao partido
para ser seu candidato ao Governo. Acreditou e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">dançou</i> como já <i style="mso-bidi-font-style: normal;">dançara</i>
antes o dono do grupo Gazeta, Dorileo Leal.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Em
São Paulo, Maluf, deu asas ao candidato do PT, Alexandre Padilha, posou para
foto com ele e o candidato petista chegou a, numa entrevista a dizer que não há
como se fazer uma omelete sem quebrar ovos, referindo-se ao apoio do PP de
Paulo Maluf à sua candidatura, empacada nos 4 por cento nas pesquisas. Maluf.
No ultimo dia das convenções, deu o golpe e sabe-se lá por quais argumentos,
bandeou-se para o PMDB de Paulo Skaf, ex- presidente da FIESP.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Essas
amarrações (ou ficaria melhor armações?) políticas são resolvidas às
escondidas, por uma meia dúzia de iluminados e as convenções se transformam em
puras encenações. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Agora
com os jogos da Copa ficou ainda mais fácil. Sábado, durante<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>o jogo (ou logo depois dele) vários desses
caciques se reuniram pelo país afora, fizeram os acertos. Depois na segunda
feira, reuniram os convencionais e apresentaram a eles a chapa pronta e
fechada. A maior parte de mídia aqui em Mato Grosso noticiou que o PMDB era
cortejado por diversos partidos, mas preferiu o PT e ainda emplacou a Deputada
Tetê Bezerra como candidata a vice de Lúdio Cabral.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Na verdade a candidatura da deputada foi
imposta como condição para o apoio, que significa um bom tempo na TV. Tudo foi
decidido na sede do PR, outro aliado, no sábado, logo depois do jogo da
seleção.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Essa
foi um dos gritos nas ruas em junho do ano passado: acabar com essa política do
toma lá dá cá, da negociação nada republicana, da enganação. E isso não mudou
nada. O grito foi em vão. Ou não entenderam o que as ruas pediam ou fingiram
que não entenderam porque na eleição que vem por aí os métodos serão os mesmos
de tantas outras que levaram nosso país e instituições como o Congresso ao que
eles são hoje. O Congresso, as Assembléias Legislativas e as Câmaras de
Vereadores têm tão pouca credibilidade que até o ex presidente Sarney disse ao
anunciar que não vai se candidatar mais a cargo publico algum que vai continuar
na política mas não quer exercer mais cargo público porque a política está
desestimulante.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A
mini reforma política aprovada pelo Congresso, sem ouvir o povo, não valerá
para a eleição de outubro. Não há interesse que ela valha. Eles querem
continuar a fazer da coisa pública um brinquedo e uma forma de enriquecimento
ilícito.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O
Congresso e a Assembléia que aí estão não nos representam, gritamos todos nas
ruas há exatamente um ano. E o que será eleito continuará a não nos
representar. O governo por sua vez continua a dar dinheiro aos empresários e
finge estar acabando com a pobreza no país. Só com o Imposto Sobre Produtos
Industrializados que deixou de receber das revendedoras deixou de arrecadar ate
agora mais de 15 bilhões de reais, dinheiro que poderia ser investido em
educação e saúde, outro grito das ruas há um ano. Mas o governo prefere, como
um Silvio Santos da vida, jogar dinheiro para um auditório seleto.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A
saúde continua como estava ou pior. Na educação a novidade foi a aprovação do
PNE, que estava tramitando há três anos e que não mexe no essencial: o
financiamento da educação pública e principalmente o projeto político
pedagógico da educação brasileira, uma educação que, como já escrevi aqui, tem
o objetivo de manter o poder hegemônico como está. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Não
é uma educação transformadora porque não cria no aluno o espírito crítico que
ele, como cidadão, precisa ter para transformar a sociedade e impedir que
algumas das falcatruas citadas acima não se repitam. Quando isso vai acontecer?
Quando nós nos posicionarmos contra o que ai está, quando sairmos do estado de
anomia em que vivemos, essa quase passividade que nos transforma a todos em
simples subalternos.<o:p></o:p></span></div>
Maurelio Menezeshttp://www.blogger.com/profile/02895464477881226517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-922005861274127282.post-28361740008041987512014-06-26T17:28:00.003-07:002014-06-26T17:28:33.597-07:00SÁBADO PRÓXIMO, UM DIA PRA NÃO SE ESQUECER
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Maurelio Menezes</span><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Não...
O título deste artigo não é uma referência à participação da Seleção Brasileira
nas oitavas de final da Copa do Mundo num jogo contra o Chile, que pode
esconder uma desagradável surpresa para todos nós. O que não se pode esquecer é
que num dia 28 de abril, há exatos cem anos, começou o que viria ser chamada de
Primeira Grande Guerra Mundial, que matou alguns milhões de pessoas e que teve,
nas entrelinhas, várias razões inconfessáveis para que ela estourasse.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O
motivo oficial (sempre há um prá tudo) foi o assassinato do herdeiro do trono
da Áustria, o Arquiduque Francisco Ferdinando, em Saravejo, capital da Bósnia.
O assassino era ligado ao grupo Mão Negra, da Sérvia, e por isso a Áustria
declarou guerra à Sérvia. A Rússia ficou do lado da Sérvia e o resultado foi a
declaração de guerra pela Alemanha contra a Rússia. E aí houve um efeito
dominó.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O
verdadeiro motivo, entretanto, foi outro. Nos anos anteriores, especialmente a
partir de 1870, o mundo vivia uma euforia que ficou conhecida como Belle
Époque, com um grande avanço no campo econômico e tecnológico. E os países
ricos tinham certeza que se imporiam aos países pobres. Em outras palavras,
havia no ar um desejo de imperialismo tomando conta do campo político. E havia.também,
um claro sentimento que uma guerra seria inevitável para que as pretensões dos
países ricos fossem alcançadas. Por isso França e Inglaterra assinaram um
acordo que ficou conhecido como Entente Cordiale (Entendimento Cordial) com um
protegendo o outro em caso de agressão. A Rússia aderiu e o acordo passou a ser
chamado de Tríplice Entente. Do outro lado estava a Tríplice Aliança, formada por
Alemanha, Itália (que demoraram muito a se unificar, a Alemanha no final do Séc.
XIX e a Itália no inicio do Séc. XX) e Império Austro Húngaro. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">África
e a Ásia haviam sido divididas por França e Inglaterra que viam nos dois
continentes importantes pontos para se produzir ou simplesmente recolher as
matérias primas que suas indústrias necessitavam.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Aí
surgiu uma clara Torre de Babel. A Alemanha, invadiu a África do Sul, que
pertencia ao Império Britânico. Como conseqüência, a Nova Zelândia invadiu
Samoa que era apoiada pela Alemanha. O Japão, que nesta Guerra apoiava a
Inglaterra, atacou portos chineses que abasteciam a Alemanha de carvão.
Resultado: em pouco tempo todos os postos alemães no Pacífico estavam sob
controle da Tríplice Entente.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A
Primeira Guerra ficou conhecida também pela tecnologia de morte que criou. Foi
nela que surgiram os tanques de guerra (1916, inventado pelos britânicos), gás
venenoso usado pela primeira vez pelos alemães em 1915 na invasão da Bélgica.
Os submarinos também foram utilizados como arma e guerra pela primeira vez
pelos alemães, em 1915. No ano anterior, os aviões já estavam sendo utilizados
para matar. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Os
equipamentos de proteção eram pouco eficazes e isso levou a um avanço da
medicina especialmente no que diz respeito a enxertos porque os soldados
voltavam para casa mutilados. Com os homens na linha de frente, as mulheres
foram para o mercado de trabalho, como motoristas, entregadoras de carvão ou
operárias em fábricas, especialmente as de munição.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Os
Estados Unidos somente entraram na guerra em 1917 e foram fundamentais para o
final do conflito. O que levou os americanos a entrarem foi a saída da Rússia.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O motivo foi a vitoria dos Bolcheviques na
Revolução Russa, que derrubou o regime dos Czares. E como os EUA tinham acordos
milionários especialmente com Inglaterra e França, não havia outra saída. Aos
poucos, os aliados dos alemães foram abandonando a guerra deixando o país
sozinho e envolvido por uma série de conflitos internos. No dia 9 de novembro de
1918 o Imperador alemão Guilherme II foi derrubado e substituído por um governo
provisório que assinou o tratado de paz, acabando o conflito.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Sábado,
dia 28 terão se passado 100 anos do conflito que matou mais de 10 milhões de
pessoas, deixou milhões inúteis para sempre, destroçou centenas de milhares de
famílias, e com seus antecedentes com certeza mudou para pior o rumo que o
mundo poderia ter tomado.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Sábado
no Brasil, não vai se falar em outra coisa. Não sobre a guerra, mas sobre
Brasil X Chile pelas Oitavas de Final da Copa do Mundo. Sobre a Primeira Guerra
a mídia vai dedicar alguns segundos. Afinal, pra que dar ao brasileiro pão e
conhecimento na forma de uma análise profunda do conflito se o circo está aí
para ele se divertir à vontade?<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
Maurelio Menezeshttp://www.blogger.com/profile/02895464477881226517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-922005861274127282.post-19478511668314735982014-04-08T04:43:00.001-07:002014-04-08T04:43:12.271-07:00A CUIABA DE ONTEM E DE HOJEMaurelio Menezes<br />
<br />
Hoje na Folha do Estao de Mato Grosso, tanto na Edição Impressa quanto na Diigital meu olhar sobre os 295 anos de Cuiabá, uma menina que está sendo muito maltratada exatemente por quem deveria enchê-la de cainho.<br />
<br />
<br />
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">ERA UMA VEZ...<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>UMA MENINA<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicsA955fun2X_BsqzNn44mMy5yEdgB5zfwUUi-duDimbNqS_AcmUETopaH4oOE4uZlpL4euBxzKOW1IVkg38Drl2GdicgJsIYuKHzRDyMwi_tX6D6OdcNY8_spIY6FYkEB950eJLFsKttO/s1600/Cuiaba+hoje.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicsA955fun2X_BsqzNn44mMy5yEdgB5zfwUUi-duDimbNqS_AcmUETopaH4oOE4uZlpL4euBxzKOW1IVkg38Drl2GdicgJsIYuKHzRDyMwi_tX6D6OdcNY8_spIY6FYkEB950eJLFsKttO/s1600/Cuiaba+hoje.png" height="149" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Quando
ela nasceu, era um daqueles bebês apaixonantes que só nascem um em vários
séculos. À sua volta os rios e riachos corriam fazendo aquele barulho gostoso
que faz bem aos ouvidos e à alma. As flores e as árvores pareciam guardar seus
passos. No solo a imensidão do verde. No céu a imensidão do azul. O destino
dela estava traçado. Seria, em poucos anos, a mais atrativa do país. O ano era
1719 e logo a fama da riqueza daquela menina correu léguas e mais léguas. Em
pouco tempo nela havia 30 mil pessoas, aventureiros em busca de parte de suas
riquezas... A corrida ao encontro dela foi tão grande que decidiram que ela
seria a capital de São Paulo. Nada mais justo, porque àquela altura, 1723, ela
já era a cidade mais populosa do país.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikLKqHVNPmItplaz_AMEochWk2DYPHfbhHgwkLuHrxL0keccor_JjNoKMpTrgFwTigRoAgfv8Lw9Ei8OlwBzI5Kx9MJSNm9ZARxciAUpa0ljI-qHY4gP8gmzIoIfNTsrZHsrXhur4m7Kum/s1600/Cuiaba+Prainha.png" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikLKqHVNPmItplaz_AMEochWk2DYPHfbhHgwkLuHrxL0keccor_JjNoKMpTrgFwTigRoAgfv8Lw9Ei8OlwBzI5Kx9MJSNm9ZARxciAUpa0ljI-qHY4gP8gmzIoIfNTsrZHsrXhur4m7Kum/s1600/Cuiaba+Prainha.png" height="149" width="200" /></a><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Depois,
como chegaram eles se foram... Restavam poucos E os contatos com a capital, que
voltara a ser São Paulo, era feito via bandeirantes desbravadores. Eles saiam
navegando pelo Tietê, aquele mesmo que alguns séculos depois foi transformado
pelo homem num grande esgoto, viravam à esquerda no rio Paraná, entravam pelo
rio Paraguai, navegavam até o encontro de suas águas com as do Cuiabá e vinham
até o Porto, atracando às<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>margens da
Prainha, um córrego lindo, cuja nascente alguns quilômetros acima ela bonita de
se ver. No Porto ficavam as embarcações maiores e nas menores eles traziam até
o encontro da Rua de Cima com a Rua de Baixo e a Rua do Meio, víveres, que
trocavam por ouro e pedras preciosas...<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Os
anos se passaram... As margens da Prainha jovens mancebos com seus corpos
queimados passavam o tempo envolvidos na pesca, especialmente do pintado, que
abundava no córrego, que tinha em alguns lugares águas profundas. “Era ali
–lembrou certa vez a professora Dunga Rodrigues- que as jovens da sociedade iam
passear.” O passeio, é claro era uma desculpa.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>Do outro lado do córrego, as lavadeiras, que tudo sabiam, que tudo
falavam...<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Eram
tempos em que após as grandes chuvas, a criançada saia catando ouro nas ruas. E
sempre achavam. Eram tempos de “cajiú”, de pixé, de cururu e siriri. Mas a
modernidade acabou com isso. O Córrego da Prainha ganhou primeiro, paredes,
depois foi coberto, escondido, porque era vergonhoso ver no que ele se
transformara: um grande esgoto, um Tietê em miniatura.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">295
anos depois, é triste, muito triste, lembrar como a história conta como foi
essa menina, uma menina, com um coração sem tamanho, capaz de receber nele de
forma aberta todos que até ela chegam. E chegam pelos mais diversos motivos.
Chegam porque anteveem uma nova oportunidade. Chegam porque são obrigados por
transferências compulsórias, chegam para “assuntar” o ambiente. Chegam por
chegam. Chegam porque onde estavam se tornara impossível de viver. Chegam e
ficam, a maioria. Chegam e vão embora, a minoria. <o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Hoje,
aquela menina que nasceu em 1719, não está mais rodeada de verde. Seus rios e
riachos foram transformados em esgotos ou quase esgotos. Muitos sumiram,
deixaram de ser perenes porque suas nascentes foram assassinadas pela ação
destruidora do homem. Os serviços que a cada ano tornaram-se mais necessários
porque a menina cresceu, melhoraram muito, mas só na propaganda. Na realidade
estão a cada dia piores.</span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsxAluSPVx4wtrb5_GijSRFVV7p_UP8DdJVzoKvuEkGCYnVjc5TqzD9tOcUqKYO8LPxjdCXlszGRXWisNCjaoltpjd15YxKTWFAcdY9scbTQx_DBzq_lsgPfjO5MAKao3qERgfe2Frd3bq/s1600/cuiaba+buracos.png" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsxAluSPVx4wtrb5_GijSRFVV7p_UP8DdJVzoKvuEkGCYnVjc5TqzD9tOcUqKYO8LPxjdCXlszGRXWisNCjaoltpjd15YxKTWFAcdY9scbTQx_DBzq_lsgPfjO5MAKao3qERgfe2Frd3bq/s1600/cuiaba+buracos.png" height="118" width="200" /></a></div>
Não existe um sistema de saúde digno para aqueles que
vivem com a menininha de 295 anos. Não existe uma educação que privilegie o
crescimento do ser humano como Ser Humano. Transporte nem se fala. Não existe
estrutura para nada. Um chuvisco de cinco minutos e tudo está alagado. Com
certeza, ao nascer, aquela menina não imaginava que um dia passaria por isso.
Nem ela, nem ninguém.<o:p></o:p><br />
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">De
qualquer forma, menina, parabéns pelos seus 295 anos. Que cada um de nós
façamos uma autocrítica sobre o que, feitas as devidas e honrosas exceções,
estamos fazendo com você, que se abriu para nós e tem recebido em troca, em vez
de flores e afagos, apenas o abandono.</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
</div>
</div>
Maurelio Menezeshttp://www.blogger.com/profile/02895464477881226517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-922005861274127282.post-19559717102327770562014-02-12T20:05:00.002-08:002014-02-12T20:05:37.357-08:00NA FOLHA DO ESTADO HOJE UMA REFLEXÃO SOBRE A MORTE DE SANTIAGO ANDRADEMaurelio Menezes<br />
<br />
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;">SOMOS TODOS SANTIAGO<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Nenhum
protesto existe sem causa. Esta pode ser até manipuladora, mas existe. Podemos
até ser contra esta ou aquela manifestação, mas é importante que num momento
lamentável, trágico mesmo, como este da morte do repórter cinematográfico da
Band Rio, Santiago Andrade, reflitamos sobre o rumo que nosso país está tomando,
não pelas manifestações que estão sendo realizadas, mas pela inoperância do
poder hegemônico que de esperança se transformou em decepção. <o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Santiago
morreu numa fatalidade porque ninguém apontou o tal rojão especificamente para
ele. Colocaram fogo e jogaram no chão. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Aliás, de acordo com um colega, ele esta indo
embora, fazendo mais dois “takes” para fechar a reportagem. Santiago morreu
como ao longo da historia morreram muitos trabalhadores simplesmente porque
eram trabalhadores e estavam, honestamente, desenvolvendo sua função. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Nossa
polícia é violenta por natureza. E o é em todos os estados e cidades, porque
ainda é treinada com as técnicas e táticas dos tempos de ditadura. Dia desses,
numa briga de torcidas do Corinthians, mesmo com um torcedor caído um PM
continuou a dar “cassetetada” nele. Não seria o caso de parar, afinal, ele
estava dominado? Não, porque ódio está no sangue, no DNA de nossa polícia... No
Brasil não existe black bocks, e já escrevi sobre isso aqui neste espaço. Os
manifestantes cobrem o rosto para não serem identificados por essa polícia que
inclusive se infiltra e muitas vezes solta ela mesmo os rojões para desacreditar
este ou aquele movimento social...<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Há pelo
menos cinquenta anos, somos dirigidos por uma sequencia de governos neoliberais
(mesmo levando-se em conta que durante o regime militar não existia o
neoliberalismo, criado a partir do Consenso de Washington), que privilegiam o consumo
e usam o consumo como se isso fosse uma conquista social. É o que Guy Débord
chamara de Sociedade do Espetáculo onde não importa o que você é e sim o que
você aparenta ser.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Se,
por um lado, o consumo dá ao adolescente e mesmo ao adulto uma sensação de
inclusão, o consumo só faz aumentar a diferença entre a ponta e a base da pirâmide
social. O neoliberalismo, que todos esses governos assumiram como cartilha é a
pior faceta do capitalismo exatamente por isso. E em países que tem sistemas
eleitorais ultrapassados como o nosso, a coisa é pior ainda. De uma só vez
aumenta as diferenças na pirâmide social, leva à escolha de um Congresso, Assembleias
Legislativas e Câmara de Vereadores que não representam o cidadão, também
porque os parlamentares ficam isolados em seus escritórios, fazendo tudo, menos
o que o interessa a este cidadão.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Em
momentos como esse é comum aparecerem pessoas questionando nas mídias sociais “É
assim que queremos mudar o país?” A transformação de um país é muito mais complexa
do que se pensa e do que afirmam discursos superficiais, quase sempre conservadores.
Também como já escrevi neste espaço, Gramsci, há quase cem anos afirmou que a única
forma de transformar a sociedade é por meio da elevação cultural das massas. E
a escola teria papel fundamental nisso. Não essa escola que ai está (e a de
hoje no Brasil não é muito diferente da que ele conheceu na Itália). Gramsci
falava numa escola onde poderiam estudar os filhos dos ricos e dos pobres (dos
burgueses e dos trabalhadores, como ele, nessa época socialista, afirmava) A
escola não transforma o mundo, mas transforma o homem, que tem o poder de
transformar o mundo, já dizia Paulo Freire. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Santiago
morreu como morrem todos os dias crianças e adultos pelo descaso com a Saúde...
Santiago morreu como o país está morrendo pelo desrespeito à Educação e a quem
deveria transformar o país. Santiago morreu como todos os dias morrem um pouco os
trabalhadores ao usar esse transporte coletivo obsoleto, destruído, que tira
horas diárias da vida deles porque o poder público prefere atender a
reivindicações dos empresários e joga a policia para responder às
reivindicações dos trabalhadores.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Da mesma forma que somos todos Amarildo, o
trabalhador que sumiu na Rocinha, no Rio de Janeiro e para cujo caso até hoje o
poder público não apresentou uma solução, hoje somos todos Santiago... <o:p></o:p></span></div>
Maurelio Menezeshttp://www.blogger.com/profile/02895464477881226517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-922005861274127282.post-42890343392277289262014-01-23T04:17:00.002-08:002014-01-23T04:18:29.145-08:00A INTERNET COMO FERRAMENTA DE MANIPULAÇÃO PELO PODER HEGEMONICOMaurelio Menezes<br />
<br />
Hoje, na edição escrita da Folha do Estado, nosso papo é sobre u uso da Internet para manipular o que tem sido feito por muita gente. Um instrumento que gerou movimentos iportantes como a Primavera Árabe, os Occupys e as manifestações de maio junho no Brasil é utilizado pelo poder hegemonico de plantão para desviar a atenção de problemas graves qaue estão transformando o Brasil num pais cada vez mais subalterno.. Lamentavel. Vc pode ler também na <a href="http://www.folhadoestado.com.br/manutencao/">pagina quatro</a> da Edição Digital <br />
do jornal.<a href="http://www.folhadoestado.com.br/manutencao/"></a><br />
<a href="http://www.folhadoestado.com.br/manutencao/"></a><br />
<a href="http://www.folhadoestado.com.br/manutencao/"><div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<br /></div>
</a><br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;">INTERNET: TRANSFORMAR, NÃO MANIPULAR<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;"></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"></span><br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Quando
Gabriela Possolli Vesce afirmou que a internet “Trata-se da mídia mais
descentralizada existente atualmente, e justamente por esse motivo passa a ser
também a mídia mais ameaçadora para os grupos hegemônicos, tanto política como
economicamente. As pessoas podem dizer o que quiserem por meio da internet,
conversar com quem desejarem, oferecer serviços que considerarem convenientes.
Disso resulta um grande gama de tentativas para controlar a internet, seja de
forma clara ou sutil.”, falava com conhecimento de causa que deve ter todo
pesquisador. <o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">E
esta semana estamos tendo mais uma demonstração disso. Defensores do poder
político hegemônico de plantão estão se deleitando com um embate entre e
empresária Luisa Trajano e dois participantes do Manhattan Connection, Caio
Blinder e Diogo Mainardi, no qual a empresária dona da rede Magazine Luiza,
afirma, com razão, que pela primeira vez em 14 anos a inadimplência caiu no
Brasil. <o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">De
acordo com o Serasa Experian, ela caiu dois por cento, depois de ter aumentado quinze
por cento no passado. Os números neste momento são o de menos, inclusive porque
há muito a ser analisado... Por exemplo, um dos fatores que pesaram foi a queda
de cheques sem fundos. Mas quem usa cheque hoje? Ou com que frequência se usa
cheques?<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Mas
como escrevi acima, para o que se pretende analisar aqui, estes números e conjeturas
não importam muito. O que importa é que paralelamente há outro número que, ao
contrario da queda na inadimplência, prejudica o poder hegemônico de plantão: a
geração de empregos no país foi a pior nos últimos dez anos, exatamente o
período em que o Partidos dos Trabalhadores está no poder.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Ao
fazerem estardalhaço com um numero tentam, na verdade, esconder o outro. E ai,
para completar, vem o Ministro do Trabalho, Manoel Dias, e afirma que a baixa
geração de emprego no Brasil é um milagre se comparado com o resto do mundo,
que vive uma grande crise. O Ministro se esqueceu, propositadamente, acredito,
que também sobre esse tema o que importa é a qualidade do emprego gerado e não
a quantidade, até porque num pais imaginário onde todos estão empregados, não
há aumento algum na geração de emprego. <o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O
que se torna necessário no caso dos dois números que estão circulando na mídia é
a capacidade de pagamento por parte do cidadão e a qualidade do emprego gerado,
ou seja, qualidade de vida. Para isso é necessário uma política de médio ou
longo prazo, ou uma ruptura com o sistema que ai está e que as manifestações de
maio/junho já deixaram claro que não está agradando à maioria. Isto significa
investimento maciço em educação e saúde, principalmente. Mas não nessa educação
que aí está, justiça seja feita, há mais de 500 anos.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A
criação de políticas pedagógicas que beneficiam apenas parcela da população
cria situações como os rolezinhos e a insegurança (no momento que escrevo está
havendo um tiroteio –mais um- em São Luis, Maranhão, onde de manhã foi
anunciada mais uma morte no Presídio de Pedrinhas, a terceira só em janeiro
numa media de uma morte por semana). E o uso da internet como veículo de
manipulação e não de transformação deixará tudo como está, o que, é bom não
esquecer, interessa a muita gente, especialmente aos que fazem parte do sistema
hoje. <o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Como
há muito conteúdo na internet, a tendência é se dedicar pouco tempo à análise
da confiabilidade desses conteúdos. Um bom começo para se filtrar estas
informações é se ponderar sobre a confiabilidade do veiculo, quem está
escrevendo, sob que ponto de vista o faz e a que interesses defende. <o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">É
mais ou menos como sempre lembra aos alunos da Pós Graduação em Educação da
UFMT o professor Passos: “Um pesquisador deve sempre pensar antes de qualquer
coisa porque esta pesquisando e especialmente para quem está pesquisando”.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
</div>
Maurelio Menezeshttp://www.blogger.com/profile/02895464477881226517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-922005861274127282.post-21319457816141017682014-01-16T15:54:00.001-08:002014-01-16T15:54:13.525-08:00HIGIENIZAÇAO... VOCÊ ALGUM DIA CONCORDOU COM ISSO?Maurelio Menezes<br />
<br />
<br />
Hoje na Folha do Estado, nosso papo é sobre higienização, o movimento que o poder hegemônico faz para se ivrar daqueles que possam prejudicar seus interesses ou se interpor em seu caminho. O assunto é polêmico, e não é novo. E está presente aqui, ali e acolá.<br />
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;">HIGIENIZAÇÃO, UMA VERGONHA A CAMINHO!<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Maranhão.
Matança atrás de matança, presos degolados, fuzilados, presídios superlotados.
A situação em Pedrinhas lembra uma das cenas iniciais do filme “Tropa de Elite 2
– O Inimigo Agora é Outro”, na qual o personagem de Seo Jorge, no presídio
Bangu Um do Rio de Janeiro, faz um acerto de contas com uma facção rival. Sangue
jorrando por todos os cantos.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Campinas.
Ônibus incendiados. Doze pessoas assassinadas. As primeiras investigações dão
conta que há participação da Polícia na chacina. Seria uma vingança pela morte
de um policial que reagiu a um assalto no domingo.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">São
Paulo. Um dos principais shoppings da cidade decide, mesmo desrespeitando a
Constituição Federal, decide proibir a entrada de adolescentes desacompanhados
e aciona a polícia para impedir os famosos “rolezinhos”. Mas nem todos os
jovens são impedidos, de acordo com adolescentes que organizam o rolezinho, ou
seja, depende da cor da pele, da aparência, da roupa que usam. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O
sociólogo Rudá Ricci vê no rolezinho um movimento social nascente, uma espécie
de “Ocuppy da periferia”. Para ele é crueldade compará-los com arrastões.
Ativistas de Direitos Humanos e de outros Movimentos Sociais transformaram o
rolezinho numa causa. E ninguém deve ficar assustado se nas próximas
manifestações de rua haja palavras de ordem a favor do rolezinho.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Cuiabá.
Aqui não há, pelo menos que se saiba, envolvimento da policia. A Prefeitura
Municipal está começando a desenvolver um programa social que tem o objetivo oficial
de dar uma nova oportunidade aos moradores em situação de rua. Numa entrevista
ao “Bom Dia Mato Grosso”, dia desses, uma servidora envolvida no programa,
afirmou que o grande problema é que alguns desses indivíduos não querem voltar
para casa.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Ao se
ouvir uma afirmação assim não tem como se fugir de algumas perguntas: qual o
motivo de somente 13 meses após a posse a administração municipal estar dando
inicio a esse programa? Será que o programa tem relação com o fato de estarmos a
cinco meses da Copa quando turistas de pelo menos oito países virão para cá?
Será que os Movimentos Sociais que trabalham com essas pessoas foram ouvidos?
Ou os Grupos de Pesquisa da UFMT que igualmente têm dezenas de pesquisa sobre o
assunto foram ouvidos? Estes grupos, um deles coordenado pelo Professor Doutor
Luis Augusto Passos, com certeza têm respostas, inclusive o porque de muitas
pessoas em situação de rua não desejarem voltar para casa.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Quando
houve a primeira visita de um Papa ao Brasil, os caminhos por onde ele iria
passar foram devidamente higienizados pela administração pública. Até um mega
outdoor para esconder uma favela em Copacabana foi colocado. E a favela
escolhida para sua visita, o Vidigal era urbanizada e ficava (como ainda fica)
na frente de um dos principais hotéis da Cidade Maravilhosa, o Sheraton.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">No
filme “Para sempre Cinderela” a personagem de Drew Barrymore (Danielle de
Barbarac), numa das cenas, fazendo se passar por uma baronesa, intercede por um
preso e diz para o Príncipe algo como “O que está acontecendo aqui é uma
injustiça. Vocês os educam para a pobreza, para a corrupção e quando crescem e
roubam uma galinha, vocês o prendem, o julgam de acordo com seus interesses, os
condenam e os matam ou os mandam para as Américas”.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Apenas
para constar, a história contada no filme teria inspirado o conto de fadas
“Cinderela”, Essa versão tem uma narradora, a suposta tataraneta de Danielle, a
rainha da França que, desgostosa com a forma como fora contada a vida da “Gata
Borralheira”, chama os irmãos Grimm ao Palácio e conta a eles o que realmente
acontecera na França do Século XVI.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Ficção
ou não, há ai uma verdade: há séculos utiliza-se, de uma forma ou outra, artifícios
para a higienização, ou gentrificação, da sociedade. O que se faz hoje não tem
muita diferença do que fez Hitler que, ao eliminar judeus, usava o argumento de
purificar a sociedade. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>E a quem
interessa isso? Ou ainda, porque se insiste nisso? <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></div>
Maurelio Menezeshttp://www.blogger.com/profile/02895464477881226517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-922005861274127282.post-2796724951772499522013-12-18T17:10:00.000-08:002013-12-18T17:10:17.148-08:00O PAPO HOJE NA FOLHA DO ESTADO É SOBRE O PAPA E O MARXISMOMaurelio Menezes<br />
<br />
Desde que assumiu o pontificado o Papa Francisco vem externando posições claras em defesa da mudança do sistema econômico de forma a torná-lo mais desigual. Faz isso não apenas nas palavras mas nun documento que recemente lançou como lpider maior da Igreja Católica. Isso levou alguns conservadores americanos a taxá-lo de "marxista", como se isso fosse uma ofensa ou o diminuisse. A resposta veio calmamanente numa entrevista a um dos principais jornalis italianos, tema do assunto do artigo publicado nesta quinta-feira, dia 19, na Folha do Estado de Mato Grosso. Voce tem acesso a ele na versão impressa do jornal, ou aqui no meu blog.<br />
<br />
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O Papa Francisco e o Marxismo<o:p></o:p></span></div>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgM53grJyPuloM0zoSU6bNaTnLHxFih8gQ9xhxIPgCN0yip2cabhNBY9sjQ5511_sZBs1-kZ2aXE0UdUGLskXCSO6OWz-Vpn1U5llCzhyCUth2NuSpikU4t8seaqFITtpMKfK514CklUpH_/s1600/Papa+la+stampa.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"></a><br /></div>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgM53grJyPuloM0zoSU6bNaTnLHxFih8gQ9xhxIPgCN0yip2cabhNBY9sjQ5511_sZBs1-kZ2aXE0UdUGLskXCSO6OWz-Vpn1U5llCzhyCUth2NuSpikU4t8seaqFITtpMKfK514CklUpH_/s1600/Papa+la+stampa.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="149" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgM53grJyPuloM0zoSU6bNaTnLHxFih8gQ9xhxIPgCN0yip2cabhNBY9sjQ5511_sZBs1-kZ2aXE0UdUGLskXCSO6OWz-Vpn1U5llCzhyCUth2NuSpikU4t8seaqFITtpMKfK514CklUpH_/s200/Papa+la+stampa.jpg" width="200" /></a><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O
Papa Francisco respondeu no domingo numa entrevista exclusiva ao jornal La
Stampa, de forma educada, aos conservadores americanos que o “acusaram” de ser
marxista. De acordo com ele, literalmente, “A teoria marxista está equivocada,
mas ao longo da vida conheci muitos marxistas que eram boas pessoas, logo não
me sinto ofendido em ser chamado de marxista”.<o:p></o:p></span><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">As
“acusações” surgiram quando Sua Santidade em seus pronunciamentos começou a
criticar não o capitalismo, mas a forma como ele está funcionando hoje no
mundo, a fome que ele faz aumentar, as desigualdades que ele provoca, a
distancia entre os que têm muito e os que nada têm que só faz aumentar. Quando
esteve no Brasil, o Papa foi claro: “os políticos deveriam ouvir as vozes das
ruas”.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Posteriormente,
numa analise da economia mundial, Francisco chamou atenção para o fato de o
capitalismo estar se transformando numa nova tirania, no que também foi
criticado. Ao La Stampa, o Papa disse que estava apenas apresentando um olhar
sobre o que está acontecendo no mundo com a solidificação de uma economia de
exclusão e desigualdade.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A
posição do Papa lembra uma afirmação na década de setenta do Cardeal brasileiro
Dom Helder Câmara. Quando foi questionado sobre suas posições políticas disse
algo como “Quando dou comida e moradia (foi ele quem construiu, no Leblon, a
Cruzada, para os desabrigados da Favela do Pinto, que fora incendiada) para os
pobres dizem que eu sou um santo padre. Mas quando pergunto por que essas
pessoas são pobres me taxam de comunista”.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Durante
os protestos no Brasil, diversos analistas afirmaram que as manifestações não
eram especificamente contra o capitalismo, embora em alguns cartazes e palavras
de ordem estivessem estampados os protestos contra ele. As manifestações sempre
foram contra o funcionamento do sistema, que privilegia uns em detrimento de
outros.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Antes
das manifestações, numa Seminário Temático, aqui em Cuiabá, o italiano Geovanni
Semeraro, professor da Universidade Federal Fluminense, afirmou que em nenhum
dos países que ele conhecia (e ele conhece muitos) o capitalismo foi tão
perverso quanto no Brasil.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Referindo-se
às manifestações brasileiras, em entrevista a O Globo, o francês Pierre Levy
afirmou que surgiu uma nova consciência entre os brasileiros e que os
resultados não seriam imediatos. E porque alertas como os do Papa não podem
despertar esse tipo de consciência também?<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Há
algumas suspeitas em relação às ações do Papa. A verdade é que na Europa, ao
mesmo tempo em que o capital ganhou força, Deus foi aos poucos morrendo. Hoje,
as igrejas são muito mais templos de visitação e admiração por turistas, que
lugares para reflexão. Já na América Latina, o catolicismo perdeu espaço na
mesma proporção que cresceu a pobreza. Desta forma, O Papa estaria atirando no
que realmente existe, mas para recuperar o terreno perdido para a teologia da
prosperidade.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O
que parece fora de qualquer principio de bom senso é que cento e vinte anos
após a morte de Marx ainda haja quem pense que o mundo se divide em marxistas e
não marxistas. A questão é bem outra: é a falta de interesse dos políticos em
investir. O governo federal comemora recorde de arrecadação, quando deveria
comemorar recorde de investimento em setores essenciais. Mas o que se vê é o contrário:
por ser impedido pela justiça de aumentar o IPTU em São Paulo o prefeito
Fernando Haddad decidiu cortar investimento na Educação, logo ele que foi
Ministro da Educação. E no Orçamento Federal, o governo cortou 3 bilhões do
PAC, um programa criado para diminuir a falta de saneamento básico no pais. O
problema não é ser ou não marxista. Ser ou não capitalista. O problema é querer
que a miséria permaneça. Por muito tempo. Infelizmente. Esse é o monstro que os
Movimentos Sociais têm obrigação de combater.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></div>
<br />
<div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span lang="PT" style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-style: italic;">.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="Pa2" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;"><o:p> </o:p></span></div>
<br />
<div class="Pa2" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
Maurelio Menezeshttp://www.blogger.com/profile/02895464477881226517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-922005861274127282.post-26254040584016352612013-12-11T17:59:00.000-08:002013-12-11T17:59:04.767-08:00UM OLHAR SOBRE AS REVOLUÇÕES DE MANDELAMaurelio Menezes<br />
<br />
Já está na Folha Digital (<a href="http://www.folhadoestado.com.br/manutencao/">http://www.folhadoestado.com.br/manutencao/</a>) o artigo desta quinta no qual falo um paralelo entre as estratégias revolucionarias apresentadas por Antônio Gramsci, a Guerra de Posição e a Guerra de Movimento, e a atuação de Nelsona Mandela na luta que levou ao fim do absurdo regime do Apartheid na África do Sul...Voce pode analisa-lo na edição impressa desta quinta na Folha do Estado - MT ou aqui no Blog. <br />
<br />
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">MANDELA, O HOMEM DAS DUAS GUERRAS GRAMSCIANAS...<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"></span> </div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Antonio
Gramsci definiu dois tipos diferentes de estratégias revolucionárias para se
chegar ao poder: a guerra de movimento e a guerra de posição. Traduzindo de uma
forma bem simples, a primeira é aquela em que o enfrentamento é necessário. E a
segunda é aquela em que vai se conquistando espaço, posições para futuramente
se conseguir mudar o poder hegemônico. Para Gramsci a guerra de movimento era
algo próprio de países do Oriente. Já no Ocidente a única possível seria a de
posição, ou seja, a conquista de espaços. Para o pensador italiano, quem faz a
revolução tem que analisar muito bem qual estratégia adotar, pois se não o
fizer, certamente estará fadado a perder.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Na
semana passada foi realizada na UFMT o Seminário Temático “Os Movimentos
Sociais em Diálogo com a Educação”. Na participação da representante do MST em
uma das mesas de debate, ficou claro que os Sem Terra, no Brasil, usam as duas
estratégias. Quando partem para o confronto com invasões, ou “trancam” rodovias
país afora estão numa guerra de movimento, muitas vezes condenada, como previra
Gramsci. Ela foi questionada se não era um contra senso, ao mesmo tempo que
agiam desta forma e tinham um modelo próprio de educação, no qual o militante
se torna sujeito social na luta, eles disputam vagas nas universidades
tradicionais. Lucinéia Freitas disse que não havia contra senso porque, ao
mesmo tempo em que o MST <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>julga
necessário o confronto para atingir seus objetivos, sabe que é necessário se
conquistar espaços para, aos poucos, fazer sua defesa e até divulgar suas
ações. De acordo com ela, o que a mídia mostra em relação ao MST é sempre o que
eles classificam de negativo, como as invasões e as interrupções das estradas.
Mas nunca mostram o sistema de educação, as “cirandas” e outras ações que
também compreendem a luta do movimento.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWF7uSHjrXoRIboInf6qoC85km7Z7ZvfB-I51sJtUs5kRbb3CarbKF2lTjp2unxxV5r0qwuKcEtNPRviEuoaSYxnriOZQEbjjE2GbJUx_mwWIfdt7Zz2rdL56SkdVNWb7QOTDMJqzE0J6P/s1600/Mandela.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="149" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWF7uSHjrXoRIboInf6qoC85km7Z7ZvfB-I51sJtUs5kRbb3CarbKF2lTjp2unxxV5r0qwuKcEtNPRviEuoaSYxnriOZQEbjjE2GbJUx_mwWIfdt7Zz2rdL56SkdVNWb7QOTDMJqzE0J6P/s200/Mandela.jpg" width="200" /></a><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Analisando
a vida e a luta de Mandela, pode-se concluir que também ele aplicou os dois
tipos de guerra identificados por Antônio Gramsci. Em 1952, quando Mandela já
era personagem central na historia da luta contra o Apartheid, criado
oficialmente três anos antes, ele deu Início a uma guerra de movimento sem
precedentes na história do país. Criou a “Campanha do Desafio” com um dia de
protesto em que os negros foram convocados a usarem os espaços reservados exclusivamente
aos brancos. No ano seguinte, em Sophiatown, fez um discurso forte em que afirmou
que “os tempos da resistência passiva haviam passado”.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Menos
de dez anos depois, já haviam criado o MK, braço armado do Congresso Nacional
Africano -CNA-. Foi a fase mais violenta da luta contra o regime do Apartheid.
No livro “Nelson Mandela, conversas que tive comigo”, lançado há três anos no
Brasil pela Editora Rocco, ele afirma que “</span><i><span lang="PT" style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT;">Nós adotamos a atitude de não violência só até o ponto em
que as condições o permitiram. Quando as condições foram contrárias,
abandonamos imediatamente a não violência e usamos os métodos ditados pelas
condições.” </span></i><span lang="PT" style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-style: italic;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span lang="PT" style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-style: italic;">Depois de 27 anos de prisão,
periodo durante o qual se recusou diversas vezes a negociar com os
segregacionistas, Mandela tentava convencer o Presidente Botha a anunciar o fim
do Apartheid e afirmava que ele é quem deveria renunciar a violência. Quando
Bhota foi atingido por uma doença séria, Frederick de Clerk assumiu o poder e Mandela
viu nele as condições para uma negociação como haviam tentado décadas antes. Aí
ele retomou a<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>guerra de posição que
acabaria com Apartheid e que devolveria a África do Sul aos sulafricanos de uma
vez por todas.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span lang="PT" style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-style: italic;">No domingo o corpo dele será
enterrado. Mas o que a mídia tem dito nos ultimos dias a seu respeito é apenas
parte da história. Há mais, muito mais, inclusive de negativo, mas um negativo
que não chega a manchar o que ele foi: a mais completa tradução da luta pela
liberdade do poder opressor.<o:p></o:p></span></div>
Maurelio Menezeshttp://www.blogger.com/profile/02895464477881226517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-922005861274127282.post-32704592651492502322013-12-05T16:23:00.002-08:002013-12-05T16:23:12.327-08:00MANIFESTAÇÕES ATINGEM UCRANIA E TAILANDIA... ESTE É NOSSO PAPO HOJE NA FOLHA DO ESTADOMaurelio Menezes<br />
Ucrania e Tailandia estão no centro de meu artigo publicado hoje na Folha do Estado -MT. Por motivos diferentes, milhares de manifestantes tem saido às ruas lutando por aquilo em que acreditam. É mais uma demonstração que a Primavera Árabe foi apenas o estopim, nçao apenas para o Norte da África e Oriente Médio, mas para todo o mundo. Vove pode ler o artigo na página 4 da Folha , <a href="http://www.folhadoestado.com.br/manutencao/">http://www.folhadoestado.com.br/manutencao/</a> ou abaixo:<br />
<br />
<br />
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">TAILANDIA E UCRANIA, AS BOLAS DA VEZ...<o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Por
motivos diferentes, ucranianos e tailandeses foram às ruas nas ultimas semanas
e enfrentaram a violência policial. Evidentemente que há interesses políticos
por trás dos protestos em um e em outro país. Mas em ambos os casos o que
interessa é a decisão da população de contestar medidas contrarias a seu
interesse, algo como mudar as regras com o jogo em andamento.<o:p></o:p></span><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">No
caso da Ucrânia, o motivo da revolta foi a desistência do Presidente Viktor
Yanukovich em assinar um acordo que permitiria ao país entrar na União
Europeia. A assinatura seria no ultimo dia 21, mas na véspera Yanukovich
anunciou o recuo, provocado pela pressão do presidente russo Vladimir Putin. O
Primeiro Ministro ucraniano, Mykola Azarov, reconheceu que houve a pressão e
embora tenha afirmado que não houve condição alguma imposta, fala-se que Moscou
ameaçou cortar o fornecimento de gás russo à Ucrânia e a proibição de entrada
de produtos ucranianos em território russo.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">À
frente das manifestações estão, mais uma vez, jovens que se comunicam e se
convocam pela internet. Os partidos de oposição assumiram a luta iniciadas por
estudantes como Alexandra Prissiajniouk, de 19 anos, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>que numa das manifestações afirmou que na
eleição a postura do presidente era outra e que a população estava ali para dizer
que se sentiam europeus.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 6pt 0cm 12pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">No domingo os ânimos se
acirraram, houve confrontos e os manifestantes tomaram o prédio da prefeitura
de Kiev, onde montaram o que chamam Quartel da Resistência. Para o Presidente
russo, o que está havendo é que querem derrubar um governo legitimamente eleito.
Mas a cada dia parece ficar mais claro que ser legitimamente eleito não basta
para a população. Lá, como cá, queremos mais. Muito mais que isso. Ou como diz
a canção: “A gente não quer só comida/ a gente quer comida / diversão e arte/ A
gente não quer só comida a gente quer saída / pra qualquer parte /A gente não
quer só comida a gente quer bebida / diversão, balé / A gente não quer só
comida / a gente quer a vida como a vida quer”</span><span style="color: #555555; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 9pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 6pt 0cm 12pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Na Tailândia, o foco é a
corrupção. Os manifestantes, entre eles muitos ligados a partidos de oposição,
acusam a Primeira Ministra Yingluck Shinawatra, eleita há dois anos, de usar a
maioria parlamentar que possui para criar leis que levem à anistia do irmão
dela, Thaksin Shinawatra,</span><span style="font-family: Calibri;"> </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">também legitimamente eleito, mas acusado
de corrupção, derrubado por um golpe há sete anos e exilado do país. Para os
lideres da oposição Thaksin continua a governar o país, inclusive distribuindo
dinheiro a parlamentares para que eles aprovem as medidas de seu interesse.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Analisando
politicamente, há uma diferença muito grande entre os dois casos, especialmente
porque a Tailândia é um país onde golpes de estado são quase corriqueiros: nos
últimos 80 anos houve 18 deles, ou seja uma média de um a cada seis anos. Já na
Ucrânia, apesar de negociações estarem em andamento há seis anos, o presidente
afirma que as regras são muito duras e iriam prejudicar as camadas mais pobres
da população. O que pode parecer estranho é que só agora com a pressão de
Putin, ele tenha percebido isso.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O
que parece estar claro é que a Primavera Árabe, o primeiro movimento social no
qual a internet teve participação fundamental, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>mais que mudanças no Oriente Médio e Norte da
África, serviu como um estopim para uma situação que analistas identificam em
todos os lugares: as mudanças são necessárias e precisam ser realizadas urgentemente.
Ninguém está feliz com o que recebe e muito menos com o que vê acontecer no
centro do poder. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">E ao
pensar em mudanças, me veio à cabeça um post de minha amiga dos tempos de TV Bandeirantes,
Luciana Savaget, dia desses no Facebook, citando Fernando Teixeira de Andrade:
“</span><span lang="PT" style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT;">Há um tempo em que é
preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e
esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É tempo
da travessia: e se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem
de nós mesmos." </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="Pa2" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
Maurelio Menezeshttp://www.blogger.com/profile/02895464477881226517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-922005861274127282.post-4028182020520452072013-12-01T11:07:00.002-08:002013-12-01T11:07:56.558-08:00PAGANDO UMA DÍVIDA: MEU ARTIGO NA FOLHA DO ESTADO DE QUINTA FEIRA PASSADAMaurelio Menezes<br />
<br />
Como viajei meio às pessas no final de semana, acabei não publicando aqui no Blog meu artigo veiculado na Folha do Estado de Mato Grosso. Desta vez o paapo foi sobre o olhar do pensador espanhol Manuel Castelles sobre os movimentos de rua no Brasil... Agora pago esta dívida:<br />
<br />
<br />
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O OLHAR DE MANUEL CASTELLS SOBRE O BRASIL DAS RUAS<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right; text-indent: 2cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span> </div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjk2te8NTO-15V_E8eQUfdhUffB6GDSi9A_zHa6yLAfv2WXjlukmxCJ78oA3gPk7wz_KyjRG16jacPj6-7nwCN7OmvZeoMsrXsaex2-J7A_lr30O4Lcew7GvWpmueezh37CXZG4gxMBjqw4/s1600/Castells.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="149" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjk2te8NTO-15V_E8eQUfdhUffB6GDSi9A_zHa6yLAfv2WXjlukmxCJ78oA3gPk7wz_KyjRG16jacPj6-7nwCN7OmvZeoMsrXsaex2-J7A_lr30O4Lcew7GvWpmueezh37CXZG4gxMBjqw4/s200/Castells.png" width="200" /></a></div>
<div class="Pa2" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Em maio, quando as manifestações de
ruas começaram a ganhar corpo no Brasil, Manuel Castells, considerado o
principal pensador da atualidade <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>sobre a
sociedade em rede e os movimentos sociais que dela nascem, veio ao Brasil para
preparar o lançamento de seu novo livro <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Network
of Outrage and Hope</i>, que traduzido no Brasil seria lançado na Bienal do
Livro no Rio, no final de agosto, inicio de setembro pela Zahar Editores, com o
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>titulo<span style="mso-spacerun: yes;">
</span><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Redes de Indignação e Esperança –
Os Movimentos Sociais na Era da Internet</i>. No livro ele fazia uma análise de
movimentos sociais recentes, como a Primavera Árabe, a revolta dos Indignados
na Espanha e o Occupy nos Estados Unidos.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="Default" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Nos vinte dias que passou aqui entre
debates e entrevistas, as manifestações cresceram tanto que ele e os editores
brasileiros decidiram acrescentar um Posfácio com analise dos protestos no
Brasil e antecipar o lançamento do livro para julho, para que ele chegasse às
livrarias ainda no calor do grito nas ruas.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="Default" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Neste Posfácio Castells começa
escrevendo “Aconteceu também no Brasil e sem que ninguém esperasse”, E termina
afirmando que “Pois o que é irreversível no Brasil como no mundo é o empoderamento
dos cidadãos, sua autonomia comunicativa e a consciência dos jovens que tudo o
que sabemos do futuro é que eles o farão. Mobilizados.”<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="Default" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Castells bate na tecla de que a
alegria de o Brasil sediar mais uma vez uma Copa do Mundo transformou-se “num
negócio mafioso de corrupção em grande escala da qual participam empresas de
construção, federações nacionais e internacionais e administrações publicas de
diversos níveis [...]”.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="Default" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Para o sociólogo espanhol, que é
professor em duas universidades americanas, o grito que ganhou as ruas saiu das
entranhas de um país onde há anos adotou-se um modelo de vida que ignora as
dimensões humanas e ecológicas do desenvolvimento. Esse modelo, de acordo com
ele, que é “centrado no crescimento a qualquer custo”, não assume a nova
cultura de dignidade e de vida que não seja baseada no consumo desenfreado.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="Default" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Ele não passa ao largo da educação,
também, e repete uma das lutas dos professores de instituições publicas de
ensino superior ao realizarem a maior greve da historia, que parou as
universidades por 127 dias: esse modelo não entende que a “escolarização sem
uma verdadeira melhoria do ensino não é educação, mas armazenamento de crianças
[...]”.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="Default" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Para Castells, as manifestações que
começaram na Tunísia e se estenderam por diversos países, derrubando governos
ou fazendo com que eles se mexessem, é um mundo que a “gerontocracia dominante
não entende, não conhece e que não lhe interessa [..]” mas que a apavora quando
vê seus filhos se comunicando via internet, tomando posições e deixando claro
que o poder está saindo do controle deles e migrando para<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>a juventude.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="Default" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Quando escreveu o Posfácio, em julho
passado, Castells identificou como o mais significativo nas manifestações
brasileiras as reações das instituições políticas (e consequentemente daqueles
que as defendem ou vivem delas), que classificaram os protestos como
demagógicos, golpistas e irresponsáveis. Verdade, mas essas classificações não
foram apenas dos empoderados do momento. A oposição torcia quieta para que tudo
acabasse logo, porque também ela defende esse modelo, um modelo que não coloca
o ser humano como centro das ações a não ser quando se torna necessário usá-los
para se atingir algum objetivo político eleitoreiro. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="Default" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Castells quando escreveu o Posfácio deixou
claro ser uma questão em aberto se as manifestações levariam a uma interação
real entre a política das ruas e a política das instituições. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="Default" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">A impressão que se tem hoje, quase
cinco meses depois, é que os políticos continuam a agir como se não precisassem
prestar contas a ninguém, como alguém que “vê os votos como se fossem seus,
seus cargos públicos como direito próprio e suas decisões como indiscutíveis.
[...} A democracia foi reduzida a um mercado de votos em eleições realizadas de
tempos em tempos, mercado dominado pelo dinheiro, pelo clientelismo e pela
manipulação midiática”<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="Pa2" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
Maurelio Menezeshttp://www.blogger.com/profile/02895464477881226517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-922005861274127282.post-22758981804493383362013-11-22T16:14:00.005-08:002013-11-22T16:16:14.829-08:00O PAPO HOJE NA FOLHA DO ESTADO É SOBRE O MENSALÃOMaurelio Menezes<br />
<br />
O artigo assinado por mim e publicado hoje na <strong>Folha do Estado de Mato Grosso</strong>, tem como centro o julgamento do mensalão, as reações apaixaonadas de ambos os lados e sua relação com os Movimentos Sociais, visto por alguns analistas internacionais...<br />
<br />
<br />
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center; text-indent: 2cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><strong>E POR FALAR EM MENSALÃO...<o:p></o:p></strong></span></div>
<br />
<br />
<div class="Pa2" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Não existe nada mais velho no Brasil
que esse termo, “mensalão” que, salvo raríssimas exceções, é distribuído nas
câmaras municipais, nas assembleias legislativas, na Câmara Federal e no
Senado. Mas é engraçado que o corretor do Word não o reconhece, como se ele não
existisse nem no vocabulário nem na prática. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="Pa2" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Durante os protestos de maio e junho
no Brasil, havia muitos gritos nas ruas. Analistas internacionais foram
unanimes à época: os protestos não eram contra este ou aquele partido, contra
este ou aquele governo. Não eram nem mesmo contra o capitalismo, embora em
muitos cartazes se liam palavras de ordem contra ele. Os protestos eram contra
o sistema, como ele está funcionando. E estava (e continua) funcionando mal,
muito mal. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="Default" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">No Brasil as análises vieram
acompanhadas das paixões políticas partidárias que sempre atrapalham a lucidez
do pensar. E agora não está sendo diferente. Quando Lula nomeou Joaquim Barbosa
como Ministro do Supremo Tribunal Federal quis, de acordo com alguns analistas,
fazer marketing: seria o primeiro Presidente da República a nomear um Ministro
negro para a mais alta corte jurídica do país. Agora as mesmas pessoas que
enalteceram o fato e afirmaram coisa do tipo “só mesmo um Presidente que veio
do povo faria isso” estão tentando crucificar o Ministro que, de eleitor de
Lula, acabou se transformando em seu algoz. E nas mídias sociais não raro as
agressões a ele são racistas, extremamente violentas e de mau gosto.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="Default" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Nas manifestações brasileiras um dos
gritos das ruas era exatamente a prisão dos mensaleiros. Elas estão sendo
realizadas agora, mas falta muita gente, como falta, também, a investigação do
mensalão mineiro. Com o inicio do cumprimento das penas dos condenados por
acusações pelas quais não têm mais direito a recurso, a voz das ruas finalmente
está sendo ouvida? Há quem diga que não. Essa seria apenas mais uma forma de o
governo ter a seu favor a implacabilidade no julgamento de quem foge às regras
da ética, mesmo que tenha que se cortar na própria carne, para usar uma frase
do senso comum.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="Default" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Outros gritos ouvidos nas ruas estão
sendo ouvidos, embora tardiamente. As votações secretas no Congresso vão
acabar, mas apenas parcialmente. Há muita coisa a mudar. Paulo Gerbaudo,
professor de sociologia do King`s College de Londres, se referindo as manifestações
no Brasil, comentou que o protesto que começou com a questão da tarifa de
ônibus, acabou se transformando num grande movimento contra a truculência
policial, a ineficácia do estado, o autoritarismo, a falta de liberdades e,
principalmente, a corrupção. Para ele, esses movimentos promovem uma mudança
que é cultural. O próximo passo será saber se as organizações sociais e
políticas terão condições de construir um trabalho que eleve às mudanças
pedidas nas ruas: mudanças políticas, sociais e econômicas. Mas mudanças de
fato.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="Default" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Para o espanhol Manuel Castells, os
movimentos de maio e junho deixaram claro que a maioria dos cidadãos não se
sente representado pelas instituições tal como elas estão organizadas hoje. Por
isso ele conclui que na era da informação os sujeitos realmente capazes de
produzir a transformação da sociedade são os movimentos sociais.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="Default" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Hoje muita gente brinca nas mídias sociais
afirmando que o gigante acordou deu uma espreguiçada e voltou a dormir. Mas para
que a tese de Castells se concretizasse seria necessário que os manifestantes
rompessem com os códigos do poder dominante e criassem redes alternativas que
tivessem por base uma identidade coletiva de resistência. Mas será que estamos
preparados para isso? Ou nossas paixões partidárias continuarão a falar mais
alto como parece estar acontecendo agora com a prisão dos mensaleiros? <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="Default" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><strong>P.S.</strong> Dia desses conversando com uma
espécie de consultora para quem sempre leio meu texto antes de enviá-lo para a
redação, ela comentou que eu estava entrando muito na política e fugindo um
pouco da educação. Ai me lembrei mais uma vez de Gramsci, para quem educação e
política se misturavam como se fossem uma única coisa, ou seja, para ele, para
a política é educativa e a educação é politizante, no sentido mais amplo que se
possa conceber política.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="Pa2" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;"><o:p> </o:p></span></div>
<br />
<div class="Pa2" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
Maurelio Menezeshttp://www.blogger.com/profile/02895464477881226517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-922005861274127282.post-73852988000170372902013-11-15T18:26:00.000-08:002013-11-15T18:26:55.454-08:00O PAPO HOJE NA FOLHA DO ESTADO É UMA REFLEXAO SOBRE O BRASIL DE HOJE DE ACORDO COM LEONARDO BOFFMaurelio Menezes<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvX9mH_5bozKE6Z_h_-6exJVO9RNTU_uQGSjSkWD82wMzFQPZJs8A-uBsZlJ7JYKlwMmYHZ1EIC2ctNMuLiKJ8iNh8Jy9SCgmILc9FeD3yKI4QIn2iiV-d2zIJjzx4bTPy_m1bH1DDoJl6/s1600/leonardo_boff.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="122" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvX9mH_5bozKE6Z_h_-6exJVO9RNTU_uQGSjSkWD82wMzFQPZJs8A-uBsZlJ7JYKlwMmYHZ1EIC2ctNMuLiKJ8iNh8Jy9SCgmILc9FeD3yKI4QIn2iiV-d2zIJjzx4bTPy_m1bH1DDoJl6/s200/leonardo_boff.jpg" width="200" /></a></div>
Na semana passada durante um encontro com ativostas de movoimentos sociais Leonardo Boff se abriu de forma muito interessante. Mostrou que não gosta de reduzir o debate à politica, pois é preciso muito mais que isso para a transformação da sociedade... Foi um papo muito interessante e depois ele se colocou à disposição para responder a perguntas. Não foi poupado e ai mostrou mais uma vez porque é uma das grandes cabeças desse país, e que vale a pena se lido e ouvido. Algumas das reflexões dele estão abaixo e na Folha do Estado desta sexta feira.... Confira aqui ou lá.<br />
<br />
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center; text-indent: 2cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">REFLEXÕES DE LEONARDO BOFF SOBRE O
BRASIL DE HOJE<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjI6RtB8kUvFeRuWntHE6ZfUuMCWXu6rZM5EuCcHa8Ddawbb0Oe55UWnsWdwhTPaNjLkLIVBHVG2T9LMvrURbYjM8IPfzNUrVSr0KwZ0UGPcKv17xRwweqKQnmMqYzeWPTmPfu1VEMRw2iB/s1600/FOLHA+DO+ESTADO+MT.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="62" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjI6RtB8kUvFeRuWntHE6ZfUuMCWXu6rZM5EuCcHa8Ddawbb0Oe55UWnsWdwhTPaNjLkLIVBHVG2T9LMvrURbYjM8IPfzNUrVSr0KwZ0UGPcKv17xRwweqKQnmMqYzeWPTmPfu1VEMRw2iB/s200/FOLHA+DO+ESTADO+MT.png" width="200" /></a></div>
Na <span style="font-family: "Arial","sans-serif";">semana passada Frei Leonardo Boff
esteve dois dias em Cuiabá. No primeiro, fez uma palestra a convite de uma
empresa e no segundo fez o que mais lhe interessava: se reuniu com ativistas
dos mais diversos Movimentos Sociais. Falou durante cerca de 40 minutos e
depois abriu para perguntas em que respondeu a questionamentos sobre política, economia,
copa do mundo e educação.<o:p></o:p></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Sobre política fez criticas a seu
amigo, Lula, “de quem privo, além, da amizade, os bastidores de sua vida” , que
era a esperança de mudança dos rumos da nação, mas antes mesmo de ser eleito
com a “malfadada Carta aos Brasileiros” rendeu-se ao neo liberalismo e acabou
fazendo o que seus antecessores fizeram: acordo com o que há de pior na
política brasileira. Citou especificamente a visita de Lula e Haddad à mansão
de Maluf com quem fez um toma lá dá cá, "para ganhar um minuto e meioa a mais na televisão". De acordo com ele, Lula disse “Nem me
fale foi a maior cag.... da minha vida”. Disse também que se Marina sair
candidata e se conseguir se eleger vai matar a causa ecológica... Sobre a Copa
disse que não há mais o que se fazer, pois ela está ai. O que é preciso é se
fiscalizar e exigir que ela deixe de fato um legado para a sociedade. Para
Leonardo Boff, os governos Lula e Dilma são governos de transição para chegarmos
ao governo do bem estar social que todos (ou pelo menos a maioria) almejamos.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Fez uma critica também a Chavez sobre
quem disse que o único mérito que ele teve foi o de enfrentar o Império que
compra da Venezuela 25 por cento do petróleo que importa, o que significa que
também à Venezuela não interessa um rompimento total pelos milhões de dólares
que deixaria de receber.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Num determinado ponto da fala dele,
citou Paulo Freire, para quem “a escola não tem capacidade de mudar o mundo,
mas tem condições de mudar o homem, que transformará o mundo”. Paulo Freire
talvez tenha sido o grande pedagogo da história do Brasil, mas sua Pedagogia
Critica nunca foi usada como deveria nas escolas, tanto que ao morrer, em 1997,
havia mais livros dele publicados no exterior que no Brasil. O pensamento de
Freire sobre educação, foi construído particularmente a partir do pensamento de Gramsci,
que também dava à escola um papel fundamental na transformação da sociedade,
via transformação do homem.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Aproveitei o assunto abordado aqui na
semana passada e perguntei a Leonardo Boff como transformar o homem se o
governo, comprometido com o neo liberalismo, determina a política didático
pedagógica e, portanto, nossa escola é planejada para manter as coisas como
estão, ou seja, sem proporcionar a ninguém<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>a possibilidade de transformação de nada. Para ele, nossas
universidades, a começar pelas Pontifícias Universidades Católicas, são
chocadeiras do sistema. Nossos jovens saem da universidade prontos para atender
ao mercado. É assim há 500 anos, embora a primeira universidade brasileira,
USP, só tenha sido criada na década de 30 do século passado.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Leonard Boff acredita que essas
mudanças são difíceis e precisam de tempo. De acordo com ele, se se fez menos
do que se esperava, não há como negar que se fez o que era possível. Ele
lembrou que o governo que está hoje no poder nasceu de um movimento social que
depois se articulou como movimento político e conquistou a vitória. Assim, a
articulação dos movimentos sociais é fundamental para criar no cidadão o
espírito critico que ele precisa ter para a transformação duradoura que
queremos. As manifestações de maio e junho deixaram claro que a população está
cansada de uma política de negociatas, de toma lá dá cá. O que a sociedade
quer, hoje, são serviços que funcionem, é uma educação que tenha a qualidade
mínima, o que não existe hoje, é uma saúde para todos. <o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Pode-se não concordar com muito do que
ele disse nesse encontro com ativistas dos movimentos sociais. Mas não há como
negar. Aí estão pontos que obrigatoriamente têm que ser levados em consideração
como reflexão sobre os caminhos que precisamos trilhar para fazermos de nossa
sociedade pelo menos uma sociedade menos injusta.</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="Pa2" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;"></span> </div>
Maurelio Menezeshttp://www.blogger.com/profile/02895464477881226517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-922005861274127282.post-33005233904966934572013-11-06T18:49:00.001-08:002013-11-07T04:24:56.799-08:00NOSSO PAPO HOJE NA FOLHA DO ESTADO - MT É SOBRE EDUCAÇÃO E ESTADOMaurelio Menezes<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJr31njfWdt5kB-d6wy7U4lXD9Q1CK7hgAUB-xYXUbfGiNk-AAz9XwTFav3xoKqqAvZJB_lsGV10SQ0Vuq0ku_cZ-MWe-ZtklSL2DwVL8NJV4M8T9X9If2z5M4LRciF4N_Qxd8_9IVGspF/s1600/FOLHA+DO+ESTADO+MT.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJr31njfWdt5kB-d6wy7U4lXD9Q1CK7hgAUB-xYXUbfGiNk-AAz9XwTFav3xoKqqAvZJB_lsGV10SQ0Vuq0ku_cZ-MWe-ZtklSL2DwVL8NJV4M8T9X9If2z5M4LRciF4N_Qxd8_9IVGspF/s1600/FOLHA+DO+ESTADO+MT.png" /></a></div>
No artigo de hoje na Folha do Estado de MT, trato de um tema que vem sendo debatido ha décadas: o Estado e a Educação transformadora... Defendo a tese que ao Estado não interessa a formação de um cidadão crítico, não porque assim fica mais fácil manipulá-lo, mas porque ao governo nao interessa mudar o poder hegemonico. Assim, o planejamento escolar é feito para provocar mudanças que nçao mudam nada. Se você nçao o ler na Folha do Estado, pode fazê-lo aqui. <br />
<br />
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O PODER HEGEMÔNICO, UM ENTRAVE PARA UMA EDUCAÇÃO
TRANSFORMADORA<o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"></span><br />
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Todo mundo já ouviu, mais de uma vez,
inclusive, que a escola tem o poder de transformar a realidade. Já ouviu,
também, que ao governo, seja qual for ele, não interessa educar, pois é melhor
manter a população como ela está, acrítica, porque assim fica mais fácil
manipular o cidadão/eleitor. Esse é um debate bem mais antigo do que parece.</span><br />
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Moisey Pistrak foi um educador
socialista que viveu na Rússia, posteriormente União Soviética, nação que
nasceu após a revolução de 1917. Ele também defendeu essa ideia em seu
principal livro, “Fundamentos da Escola do Trabalho”, lançado em 1924. Para ele
o trabalho era o principal ponto de reflexão que vincularia a escola à
comunidade<span style="color: black;">. Aí estaria, portanto, o caminho para uma
transformação social de fato, já que com essa vinculação seria possível ligar a
vida do estudante ao processo de transformação social, o que levaria à
construção de uma nova sociedade. Pistrak dirigiu o que seria o modelo da
escola socialista, a </span><span class="txtproduto">Lepechinsky, que pretendia levar
para o processo didático pedagógico os ideais, concepções e valores do processo
revolucionário inicial da União Soviética.<o:p></o:p></span></span><br />
<br />
<span class="txtproduto"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Aí entramos num
debate que parece não ter fim: o Estado e a Educação. Quando Pistrak produziu
essa experiência, estava representando o Estado. Na ação dele não havia muita
diferença com as ações desenvolvidas no Brasil e em outras partes do mundo.
Afinal, a produção do conhecimento que possibilita a autodeterminação do povo sempre
esteve restrita ao que se convencionou chamar de “elite dominante”. </span></span><br />
<span class="txtproduto"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><o:p></o:p></span></span><br />
<span class="txtproduto"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Apesar do
discurso presente em todos os governos, o Estado não age de forma neutra e
sequer representa a vontade da sociedade. Ele é o planejador do sistema de
ensino e, como tal, planeja para atender aos interesses do grupo que detém o
poder hegemônico, ou seja, da mesma forma que age quando cria leis. Aliás,
provavelmente daí tenha surgido a brincadeira segundo a qual a justiça é cega,
mas é mais cega para uns que para outros.</span></span><br />
<span class="txtproduto"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"> <o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Na
época de Pistrak, e de Gramsci que foi seu contemporâneo, os Movimentos Sociais
<span style="color: black;">consistiam basicamente nos movimentos operários e
partidários e que hoje como afirmou Ilse Scherer-Warren numa palestra aqui em
Cuiabá em 2002 são estruturados como “uma rede que conecta sujeitos e
organizações de movimentos,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>contemplando
diversidades culturais e identidades diversas, buscando o reconhecimento social
na esfera pública”. Em outras palavras cabe a esses novos movimentos sociais
buscarem a transformação que a sociedade exige e que é, sem sombra de dúvidas,
a única forma de se criar algo novo em relação a essa mesmice que vimos tendo
nos últimos doze governos. Provavelmente o último que tenha tentado fazer
alguma coisa no sentido de dar uma formação diferenciada ao estudante tenha
sido o de João Goulart, com a experiência da escola em tempo integral criada
por Anizio Teixeira e que depois foi adaptada por Leonel Brizola no Rio, mas
que acabou perdendo a razão de ser porque tinha mais o objetivo de propaganda
política que de real interesse em estabelecer um tipo de educação
transformadora. Todos os demais fizeram progressos, uns mais outros menos, mas
não tocaram no essencial: a mudança do planejamento escolar que continua a ser
estruturado de forma a promover mudanças que não mudam nada. Pelo contrário,
mantém o poder hegemônico como ele foi construído há séculos.</span></span><br />
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="color: black;"><o:p></o:p></span></span><br />
<span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">As manifestações de maio e junho, que chamo de “Outono/Inverno Brasileiro”
numa analogia com a Primavera Árabe, não deve e não pode se resumir ao que foi.
Na terça feira, as manifestações voltaram. Convocadas pelo grupo Anonymous,
houve protestos em três capitais brasileiras e em diversas partes do mundo como
Europa, África, Ásia e Oriente Médio. A rede, que usa as mídias sociais para se
comunicar, estabeleceu o cinco de novembro como sendo o Dia Mundial da
Resistência e Rebelião Popular.</span><br />
<span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span><br />
<span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Coincidentemente, pelo que se tem notícia, o único país onde
aconteceram manifestações em que houve confronto com a policia foi o Brasil,
mais precisamente em São Paulo (aqui houve manifestações também em Porto Alegre
e no Rio). Há poucos dias, numa reunião com o Ministro da Justiça, ficou
combinado que as PMs de todos os Estados adotariam o mesmo modus operandi em
caso de protestos. Pelo que parece, o combinado não durou uma semana. E ai fica
mais uma vez a pergunta: a quem interessa a criminalização dos movimentos
sociais? Ou ainda: quem tem medo dos Movimentos Sociais?</span><span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif";"><o:p></o:p></span><br />
<br />
<div class="Pa2" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
Maurelio Menezeshttp://www.blogger.com/profile/02895464477881226517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-922005861274127282.post-58329801502379728382013-10-31T12:02:00.002-07:002013-10-31T12:02:50.294-07:00NA FOLHA DO ESTADO, HOJE, NOSSO PAPO É SOBRE BLACK BLOCS<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: left; text-indent: 2cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Maurelio Menezes</span><br />
<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBy_ytyxildPRxqpTRQdBq2dIGLtbqo_w7E7BJCuF92nNRQXVYlSSMgbBohfcKZYlHdMGLLFfs7SUDqedNJPRViLodEMJGsjAS4zgNaS5Cr5xCPsGtrzSQUTOBGet5XNiliCH_dyr77sHI/s1600/Black+Blocs.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="117" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBy_ytyxildPRxqpTRQdBq2dIGLtbqo_w7E7BJCuF92nNRQXVYlSSMgbBohfcKZYlHdMGLLFfs7SUDqedNJPRViLodEMJGsjAS4zgNaS5Cr5xCPsGtrzSQUTOBGet5XNiliCH_dyr77sHI/s200/Black+Blocs.png" width="200" /></a></div>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">No terceiro artigo da série que me propus escrever para o jornal<strong> Folha do Estado</strong> de Mato Grosso sobre Movimentos Sociais, nosso papo hoje é sobre os <em>Black Blocs</em>. Há tempos venho, especialmente no Facebook, questionando, não a ação mas se os <strong>BBs</strong> brasileiros são mesmo <strong>Black Blocs</strong>. Nunca descartei a infiltração. E agora ela está, pela primeira vez desde muito tempo, sendo investigada. Existe a possibilidade, acredita a policia paulista que parte das ações tenham sido orquestradas de dentro dos presídios... Abaixo, o texto na íntegra, que voce pode ler ta,bém na <strong>Folha do Estado</strong>.</span></div>
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center; text-indent: 2cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"></span> </div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center; text-indent: 2cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><strong>Black Blocs: um movimento que só é
novidade para o governo<o:p></o:p></strong></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A
onda do momento são os Black Blocs. E aqui vale uma explicação: é “blocs” em
oposição a “blocks”. O primeiro significa um agrupamento de pessoas para a
realização de uma ação. Essas pessoas não precisam necessariamente<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>voltar a se encontrar em outra ação. Já
“Blocks” é uma agrupamento sólido de matéria inerte. Ou seja, a primeira se
movimenta e a segunda não. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Pois
bem... O Ministro Chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho,
reconheceu publicamente que o governo ainda não conseguiu entender o que sejam
os Black Blocs. De acordo com ele, faltam interlocutores para dialogar com o
governo para que se possa compreender esse movimento social.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Estranho, muito estranho, um ministro dizer
isso, porque demonstra total desconhecimento do que seja esse movimento, que tem
pelo menos vinte anos. E isso é inaceitável para alguém que ocupa um cargo tão
importante e que está incrustado no poder feito tatuagem há pelo menos dez anos.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Eles,
os Black Blocs, ficaram famosos quando em 1999, atacaram e destruíram fachadas
de lojas e do escritório do McDonalds, da Starbucks e de outras grandes
empresas para protestar contra uma reunião de ministros de países<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>associados à Organização Mundial do Comércio.
Eles haviam surgido pelo menos oito anos antes, para protestar contra a Guerra
do Golfo e se inspiraram nos movimentos autonomistas alemães da década de 80,
que pretendiam, além de um confronto claro com o Estado policial, mostrar uma
forma radical de ação aos demais movimentos de protesto.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Outra
característica dos Blacks Blocs é exatamente não ter interlocutor, devido à sua
faceta anarquista. Por isso soa estranha a fala do ministro, especialmente se
levarmos em consideração que as principais ações são desenvolvidas em Estados
onde o partido do governo tem interesse especial nas eleições do ano que vem:
São Paulo e Rio Janeiro.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Nunca
é demais lembrar que, na década de 70, o regime militar tinha o costume de
infiltrar agentes no meio das passeatas pela Anistia, com o objetivo claro de
começar uma confusão. Era a deixa que a cavalaria esperava para atacar,
espancar todo mundo e acabar com as passeatas que, àquela altura, já eram
“toleradas”. Será que os BBs brasileiros são mesmo Black Blocs ou agentes
infiltrados para dar inicio às agressões e assim abrir espaço para a grande
mídia, redes de TV especialmente, bater na tecla da violência da policia nesses
estados (como se ela não fosse violenta nos demais), <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>e na tecla de “vândalos” e “vandalismos”?<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Os
BBs são anticapitalistas, daí o fato de<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>concentrarem seus ataques em bancos e outros símbolos do capitalismo. Há
pesquisadores, entretanto, que os classificam como antissistema. Eles não
concordam com o sistema como ele está funcionando hoje. E aí temos uma
semelhança com os protestos de maio/junho no Brasil, protestos que, aliás, o
governo também disse não entender. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Boa
parte das palavras de ordem era contra o capitalismo, mas a maioria era contra
o sistema, contra a forma que ele age hoje, mais desumano que nunca. O que se
pediu nas ruas foi saúde, transporte, educação de qualidade, e combate à
corrupção. E aí pode-se afirmar, sem medo de errar, que mais uma vez perdeu-se
a grande chance de fazer uma transformação radical na vida do cidadão. O Legislativo
e o Executivo tinham o pedido da “voz rouca das ruas”, mas preferiu não
ouvi-la. O Ministro Gilberto Carvalho disse na época que havia interlocutores e
que as reuniões com eles resolveram os problemas. Pura propaganda. Nas reuniões
com o governo participaram apenas os grupos ligados ao próprio governo.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Já
escrevi aqui que criou-se uma imagem, falsa sob todos os aspectos, que o
brasileiro é um povo dócil, que beira a indolência, a anomia. A grande mídia
tenta de todas as formas mostrar que o cidadão comum não aprova a tática dos
Black Blocs. O Data Folha até pesquisa realizou (na verdade, uma sondagem) para
mostrar isso. Parece que se esqueceram que não é de hoje que moradores da
periferia das grandes cidades reagem com violência à violência do estado,
fazendo barricadas, queimando pneus e fechando estradas. E ninguém falava em
vândalos nem em vandalismo. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A grande
verdade é que a reação dessas pessoas, desde sempre, é a reação de quem vive na
pele a desigualdade que no Brasil, a cada dia ganha contornos mais trágicos. E
que os sucessivos governos, inclusive o atual, nada fizeram para mudar esse
quadro. A tal transformação da sociedade se torna a cada dia mais urgente. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A
questão, me parece, é: a quem interessa que tudo continue como está com o
abismo entre os que ganham mais e os que ganham menos aumentando cada vez mais?
A quem interessa que os subalternos sejam cada vez mais subalternos? <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; tab-stops: 14.2pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;"></span> </div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></div>
Maurelio Menezeshttp://www.blogger.com/profile/02895464477881226517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-922005861274127282.post-88244306436064438702013-10-16T20:24:00.003-07:002013-10-16T20:24:38.917-07:00A PARTIR DE HOJE TEMOS UM ENCONTRO MARCADO NA FOLHA DO ESTADOMaurelio Menezes<br />
<br />
Abaixo o primeiro de uma série que espero seja duradoura de artigos que escreverei para o Jornal <strong>Folha do Estado</strong>. de Mato Grosso. Você pode lê-lo na edição de hoje do jornal, que já está na Internet e daqui a pouco chega às bancas. Nossos encontros serão sempre as quintas feiras e o tema central será sempre os movimentos sociais e a capacidade que eles têm de mudar a historia de um país. Sejam bem vindos aos nossos encontros <em>folhianos</em>.<br />
<br />
<br />
<div align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center; text-indent: 2cm;">
<span style="font-family: Calibri;">A dimensão pedagógica dos movimentos sociais</span></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;">
<span style="font-family: Calibri;"></span></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;">
<span style="font-family: Calibri;">O filósofo
italiano Antônio Gramsci (1891-1936) afirmava que uma transformação duradoura
da sociedade somente seria possível se houvesse uma elevação cultural das
massas. Cultura não tinha para ele o significado que tem para o senso comum: ou
seja, atividades culturais. Gramsci afirmava também que a escola tinha um papel
fundamental na construção dessa elevação. </span></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;">
<span style="font-family: Calibri;">Mas poucas
vezes se viu a educação se prestar a esse fim, uma vez que ela, ao longo dos
séculos, tem servido apenas para manter o que Gramsci chamou de poder
hegemônico. Aqui em Mato Grosso o tema foi pesquisado pela professora Maria
Benicio Rodrigues e se transformou numa dissertação de mestrado que resultou,
em 2009, no livro <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Estado – Educação
Escolar – Povo: a reforma mato-grossense de 1910</b> pela Editora da UFMT. Uma
das conclusões da professora Benicio foi que “A configuração da organização,
estruturação e funcionamento das escolas públicas, [...] fundou-se em uma
ideologia que visava a manutenção da ordem capitalista, [...]” (BENICIO, 2009,
p. 102 ). Em outras palavras, a escola, ao longo do séculos, tem servido
principalmente<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>para manter uma situação
onde os subalternos continuem a ser subalternos e os dominadores a serem
dominadores. </span></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;">
<span style="font-family: Calibri;">Se fizermos uma
análise da história da educação no Brasil, perceberemos que ela foi construída
a partir de rupturas, mas que nenhuma ruptura teve o objetivo de mudar
radicalmente a situação da população. A primeira ruptura foi em 1500, com a
chegada dos portugueses, trazendo um padrão próprio de educação, tradicionalmente
rígido, repressivo até, e absolutamente contrário ao padrão existente aqui até
a época, o dos indígenas, que, por estudos realizados posteriormente, eram livres.
O segundo período teria começado com a chegada dos jesuítas ao Brasil, em 1549.
Com eles vieram métodos pedagógicos que foram utilizados por cerca de 200 anos,
até sua expulsão, pelo Marques de Pombal, que estabeleceu ai uma nova ruptura
que desembocou num absoluto caos. Tentou-se as aulas régias e o auxilio
literário, mas nada se estabeleceu como método pedagógico. Uma nova ruptura
pode ser registrada no inicio do século XVIII, quando, com a família imperial
fugindo de Napoleão, desembarcou no Brasil. Se é verdade que a família imperial
não conseguiu implantar aqui um sistema educacional, não se pode negar que a
transferência do reino para cá trouxe ganhos como a criação do Jardim Botânico,
fonte de pesquisa, criação de colégios militares, escolas de Medicina e de
Direito, e da Biblioteca Real.</span></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;">
<span style="font-family: Calibri;">Nos séculos
seguintes houve novas rupturas, consequência da proclamação da independência e
promulgação da primeira constituição nacional que em seu artigo 179 previa
“instrução primária para todos os cidadãos”, da proclamação da república, com a
chamada Reforma Benjamin Constant, que previa a laicidade e a liberdade no
ensino, o que foi criticado pelos positivistas, que defendiam a base literária
na educação e não cientifica como pretendia Constant.</span></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;">
<span style="font-family: Calibri;">Nas décadas
seguintes houve reformas, coincidentemente em momentos nos quais movimentos sociais
trouxeram com eles uma mudança nas características sócio políticas do Brasil,
como a Semana de Arte Moderna, o Tenentismo, a criação do Partido Comunista,a
Coluna Prestes. Foi nessa época, especialmente a partir da primeira década do
Século XX, que se realizaram diversas reformas estaduais na educação, inclusive
a pesquisada por Benício, citada anteriormente.</span></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;">
<span style="font-family: Calibri;">É comum se
ouvir que aos governos não interessa uma reforma educacional que tenha como
consequência a formação de um cidadão crítico, pois um cidadão sem visão
crítica pode ser manipulado com mais facilidade. Se bem que não há como negar a
verdade existente nessa afirmação, a questão é mais complexa que isso.</span></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;">
<span style="font-family: Calibri;">Afinal, se a
escola não cumpre o papel de elevar culturamente o cidadão a ponto de lhe dar
condições de promover uma transformação duradoura na sociedade, a quem caberia
esse papel? Uma das conclusões a que Roseli Caldart chegou ao pesquisar a
historia do MST para sua tese de doutorado foi que os Sem Terra se educam, se
humanizam na luta, na participação do próprio movimento que desencadeiam. Para
ela “enquanto contesta a ordem estabelecida, problematiza e propõe valores,
transforma a realidade e se produz como sujeito da história,”. </span></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;">
<span style="font-family: Calibri;">Então podemos
afirmar que os movimentos sociais possuem uma dimensão pedagógica capaz de produzir
as transformações históricas? Isso é assunto para a semana que vem, já que essa
é uma das respostas que vamos tentar encontrar aqui em nossos encontros, sempre
às quintas feiras.<span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;"><o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;">
<span lang="PT"><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: Calibri;"> </span></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;">
<span style="font-family: Calibri;"></span> </div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt 4cm;">
</div>
Maurelio Menezeshttp://www.blogger.com/profile/02895464477881226517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-922005861274127282.post-78584161509370575172013-10-02T13:03:00.000-07:002013-10-02T15:51:16.403-07:00CONCILIAÇÃO OU IMPOSIÇÃO?Maurelio Menezes<br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZ_cGx2LEqzU_6fHOHLRm56SAfzOZaXJQurMxhH-NRd6J3hyT6xIi9-ngiVvoAN0ouN6t5LdOlYMzZfwookKQNEM-pher1dkB_Nubmto96Sl3MjEuKEgaAOZvDLTi9596c9df1vXjn1ySj/s1600/Concilia%257E%257Eao.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="132" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZ_cGx2LEqzU_6fHOHLRm56SAfzOZaXJQurMxhH-NRd6J3hyT6xIi9-ngiVvoAN0ouN6t5LdOlYMzZfwookKQNEM-pher1dkB_Nubmto96Sl3MjEuKEgaAOZvDLTi9596c9df1vXjn1ySj/s200/Concilia%257E%257Eao.jpg" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Posto de Conciliação - Praça Alencastro</td></tr>
</tbody></table>
A prefeitura municipal de Cuiabá está encerrando um programa de conciliação de dívidas de habitantes da cidade, principalmente referentes ao IPTU, que tem na cidade uma das maiores taxas de inadimplência do país, algo em torno de<strong> 60 por cento</strong>, pela informações que tenho. De acordo com informações da secretaria de Finanças espera-se arrecadar cerca de 100 milhões com esse programa que, teoricamente, deveria ser bom para ambos os lados. Mas só teoricamente.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
Os contribuintes deixaram de pagar o imposto pelas mais diversas razões. Há quem não tem escritura do imóvel, mas recebe a cobrança... Há quem comprou um imóvel, fez a transferência pagando todas as taxas municipais (ITBI, etc.), mas continuou a receber a cobrança no nome do proprietário antigo... Há quem deixou de pagar alegando ser um protesto pelo fato de a prefeitura jamais ter prestado nenhum tipo de benefício nem mesmo próximo do endereço do imóvel... Há quem não pagou porque teve que optar entre pagar o imposto e colocar um pouco mais de comida (ou até mesmo remédios) em casa... Enfim, há de tudo. E o detalhe é que em todos os postos de conciliação o aparente perfil de quem estava lá era o de pessoas simples, humildes. Os grandes devedores do IPTU não se fizeram presente. Seria o acerto deles feito de outra forma?<br />
Como instituição que teve ter como principal objetivo a prestação de serviços e a preocupação com os aspectos sociais que envolvem seus contribuintes, a prefeitura deveria levar em conta todos esses fatores (e outros não apontados aqui) para fazer uma conciliação. Não foi isso que aconteceu. O que houve foi uma imposição e cobranças que me parecem abusivas e para as quais não havia ninguém no local para dar explicações minimamente aceitáveis.<br />
O Edital aprovado na Câmara para a Conciliação foi desrespeitado em diversos ítens. E, sobretudo, surgiram numeros não previstos nem mesmo no link onde o contribuinte pode pesquisar sua situação fiscal. Vamos aos fatos:<br />
1. Deveria haver pelo menos um Procurador em cada local onde estivesse sendo realizada a conciliação. Hoje, quarta-feira, não havia nenhum na Praça Alencastro. Pelo menos foi essa a informação que davam a quem os procurava (isso sem contar os funcionários que chegaram depois de 08h00 quando começou o atendimento);<br />
2. Na planilha com os débitos inseriram um item <strong>Atualização</strong> que nenhum conciliador sabia explicar do que se tratava. Em pelo menos um caso, depois de muita insistência, uma jovem que se apresentou como "advogada concursada formada na UNIC e com registro na Ordem" informou que se tratava da "atualização monetária" da dívida. Peguntada o que seriam, então, os juros igualmente cobrados e que , esses sim, existem para atualizar monetariamente a dívida. Aliás, por isso mesmo eles sçao conhecidos como <strong>juros de mora.</strong> Ela enrolou, enrolou, mas não explicou. Pelo contrário, a explicação que deu deixou mais claro que se tratava da mesma coisa. Cometeu, inclusive, o absurdo de dizer que os juros eram de um por cento ao mês para, como prevê a legislação, dar 12 por cento ao ano. Primeiro que um por cento ao mês dá mais que 12 por cento ao ano. E segundo, e principal, não existe legislação que fixe a taxa de juros em 12 por cento ao ano. A verdade, me parece, é que davam um desconto nos juros e devolviam a cobrança nesse item inventado. Há um caso, inclusive, em que a <em>atualização</em> de um IPTU atrasado de 2002 foi de quase 500 reais. Mas a <em>atualização</em> do IPTU atrasado de 2001 do mesmo contribuinte foi de menos de cinco reais.<br />
3. A "advogada concursada" garantiu que todas as dívidas que estão no sistema foram inscritas na <strong>Dívida Ativa</strong> antes de completarem cinco anos. E mostru no sistema um caso em que um IPTU de 1998 foi inscrito na divida ativa em janeiro de 1999. O devedor garante que não é verdade porque ele é o caso em que a cobrança ia no nome do proprietario anterior. E foi todos os anos até a prefeitura para resolver o problema (somente solucionado quando houve uma interferencia direta do então prefeito Roberto França e do então secretario de Finanças, Vivaldo Lopes a quem ele conhecia) e nunca constava como dívida ativa. Logo a inclusão na dívida ativa, pelo menos nesse caso foi feita por um passe de mágica.<br />
4. A prefeitura está cobrando "emolumentos" e todas as prestações pactuadas com os constriuintes, o que me parece mais um abuso. Juridicamente podemos definir emolumento como sendo "[...] taxas remuneratórias de serviços públicos, tanto notarial, quanto de registro, configurando uma obrigação pecuniária a ser paga pelo próprio requerente.". Acontece que o requerente fez a requisição apenas uma vez, no momento da conciliação. Mais uma prova que essa cobrança é abusiva e que a propria prefeitura ao enviar o carnê do IPTU para o contribuinte cobra o emolumento, hoje em R$ 14,74 apenas uma vez. Isso significa também que um contribuinte que parcelou a divida dele em 48 vezes irá pagar cerca de 700 reais a mais para a prefeitura.<br />
5. Feito o acordo é calculado um percentual de 5 por cento como "honorários advocatícios". Uai! Mas os advogados da prefeitura já não recebem salários, pagos, diga-se de passagem com o dinheiro do contribuinte? A "advogada concursada" disse que essa cobrança está prevista no Estatuto da Ordem e no Estatrudo dos Procuradores. Pode até estar, mas, no caso, é imoral. A prefeitura não é uma empresa que está tentando recuperar ativos perdidos. E nesse caso não está tendo despesa alguma (nem mesmo os boletos do acordo eles estão imprimindo. Os conciliadores têm ordem de imprimir no máximo quatro). A conciliação, que mais parece uma imposição, não está requerendo o serviço de advogado algum. Mais ainda. Diversas pessoas que foram procurar a conciliação afirmam que jamais foram notificiados de nada. Ou seja, o contribuinte está pagando por um trabalho que não foi feito em momento algum.<br />
A tal "advogada concursada" repetiu diversas vezes que caso o contribuinte não concordasse com o que estava no sistema era simples: que entrasse na justiça contra a prefeitura. Um péssimo comportamento para quem está começando a carreira pois demonstra não ter sensibilidade para perceber o que significa a profissão que ela abraçu e muito menos o local onde trabalha.<br />
É lamentável tudo isso que pode até não ser, mas tem todas as caracteristicas de um golpe (mais um) em cima do contribuinte, pois a impressão final é que a prefeitura, nesse episódio, está se comportando como uma empresa de quinta categoria que anuncia uma liquidação, mas antes de iniciá-la aumenta o preço dos produtos que vende num percentual superior ao desconto que irá dar ao consumidor. Muito triste isso.Maurelio Menezeshttp://www.blogger.com/profile/02895464477881226517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-922005861274127282.post-40136449727007699652013-07-09T05:54:00.004-07:002013-07-09T05:54:34.287-07:00UMA RESPOSTA AOS MANIPULADORES QUE VÊEM NOS PROTESTOS AÇÕES DA "DIREITA"Maurelio Menezes<br />
<br />
Compartilho aqui, porque concordo em gênero, número e grau, concordando, portanto, com Francisco de Oliveira, para quem a direita não pretende assumir o poder porque ela já está no poder
. Quem preferir ler o original, pode fazê-lo <a href="http://palavrasocialista.zip.net/index.html">aqui</a>. Esse texto serve também, para mim, de resposta a outros, como um de Leonardo Boff, que vem sendo exaustivamente divulgado nas midias sociais pela tropa de choque da mesma direita, travestida de socialista que já está no poder.<br />
<div align="center" class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.01cm;">
<span style="font-size: medium; text-decoration: underline;"><strong></strong></span> </div>
<div align="center" class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.01cm;">
<span style="font-size: medium; text-decoration: underline;"><strong>A volta dos que não
foram</strong></span></div>
<div align="center" class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.01cm;">
<span style="font-size: medium; text-decoration: underline;"></span><span style="font-size: medium; text-decoration: underline;"></span><span style="font-size: medium; text-decoration: underline;"></span> </div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: right; text-indent: 1.01cm;">
Francisco Mata Machado Tavares*</div>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3KBpHJ3d_JyEFRFop7YT-046uASWAibMe56SCUPSO7SCWk1UJDyMZxZ_3MKsnpg7EiLHoa-JJSR4ZuHzk8WQhiBGpW0RDJVlRuskvtqE6cbgxUuvqY_vHSoHfjjQNxuMl63YFwcZfzAVM/s1600/francisco_mata_machado_tavares_franck_.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3KBpHJ3d_JyEFRFop7YT-046uASWAibMe56SCUPSO7SCWk1UJDyMZxZ_3MKsnpg7EiLHoa-JJSR4ZuHzk8WQhiBGpW0RDJVlRuskvtqE6cbgxUuvqY_vHSoHfjjQNxuMl63YFwcZfzAVM/s200/francisco_mata_machado_tavares_franck_.jpg" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Francisco Mata Machado Tavares</td></tr>
</tbody></table>
<div align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.01cm;">
Ouve-se no Brasil destes dias de junho e julho de 2013 um grave e
recorrente aviso. Trata-se do alarme, em geral proveniente dos palácios
governistas, sobre os riscos atinentes à iminente “volta da direita” ao poder na
chefia do Executivo da União. Seja por golpe de Estado, na versão dos mais
aflitos, seja por meio do sufrágio, segundo outros igualmente ressabiados,
acautela-se a nação com a possibilidade, intensificada pelos protestos de rua,
de um regresso dos setores sombrios, reacionários, perigosamente nefastos à
República e à participação social em nossa crescentemente inclusiva
sociedade.</div>
<br />
<div align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.01cm;">
Tenho lido muitos romances da cultura <em>cyberpunk</em><span style="font-style: normal;">. </span><span style="font-style: normal;">Dei-me a
assistir</span><span style="font-style: normal;">, com estranha frequência,
</span><span style="font-style: normal;">à filmografia das</span><span style="font-style: normal;"> distopias de um mundo
</span><em>low-life-h</em><em>igh</em><em>-tech,</em><span style="font-style: normal;"> como The Dune, Matrix ou Blade Runner. E,
patologicamente imerso nessa estética, tenho até mesmo dedicado algumas horas
mensais a jogar um videogame chamado Deus Ex: Human Evolution, cuja narrativa se
dá em um caótico ano de 2027, quando as corporações controlam a política e a
biotecnologia promete, a um só tempo, potência e disciplina, sabe</span><span style="font-style: normal;">r</span><span style="font-style: normal;"> e
dominação, de um modo que bem ilustr a o ponto acadêmico dos estudiosos do
biopoder, ou mesmo dos críticos da razão instrumental.</span></div>
<br />
<div align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.01cm;">
<span style="font-style: normal;">É assim que, diante dos
constantes alarmes sobre os riscos da apocalíptica “volta da direita” e imerso
em distopias ficcionais </span><span style="font-style: normal;">sobre</span><span style="font-style: normal;"> um
futuro próximo assustadoramente verossímil, deparei-me, </span><span style="font-style: normal;">qual Gregor Samsa,</span><span style="font-style: normal;"> com os mais intranquilos sonhos (espero não acordar
metamorfoseado em variantes bizarras </span><span style="font-style: normal;">ou
improváveis</span><span style="font-style: normal;">, como, talvez, um petista
que se diga socialista), nos quais vejo detalhes desse pavoroso Brasil sob o
restaurado jugo das forças de direita. </span><span style="font-style: normal;">Nesse</span><span style="font-style: normal;">
psicanalítico expediente orientado a superar o meu pânico, peço-lhe s, leitores,
vênia para externalizá-lo e detalhá-lo convosco. O meu pesadelo se dá em treze
atos, em cabalístico mimetismo do número de um partido
brasileiro.</span></div>
<br />
<div align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.01cm;">
<span style="font-style: normal;">1) Quando a direita voltar ao
poder, uma concepção tecnocrática de desenvolvimento, própria da época em que os
militares governaram, será restabelecida. Projetos sobre os quais não se ouvia
falar desde os tempos de Médici, como a Usina de Belo Monte, serão retomados e
conduzidos em parceria com grandes </span><span style="font-style: normal;">conglomerados do capitalismo oligopolista. Indígenas
serão assassinados e, quando menos, publicamente insultados por ministras de
Estado. A Polícia Federal confiscará o material de trabalho dos jornalistas que
cobrem conflitos ambientais e agrários. A Força Nacional de Segurança será
despachada para reprimir insurgências operárias nas grandes obras da Amazônia. A
legislação ambiental será dilacerada, sob efusivos aplausos de lideranças
latifundiárias, aliadas à regressante direita em seu governo. </span></div>
<br />
<div align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.01cm;">
<span style="font-style: normal;">2) Quando sofrermos a iminente
volta da direita, o governo será aliado </span><span style="font-style: normal;">indissolúvel</span><span style="font-style: normal;">
das bancadas parlamentares teocrátic</span><span style="font-style: normal;">a</span><span style="font-style: normal;">s. Seu
partido abdicará da coordenação da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, em
benefício de um notório teocrata. As políticas públicas educacionais voltadas ao
respeito à população LGBT serão desqualificadas pela Presidente da República
como “propaganda de opção sexual”. É possível, até mesmo, que se faça aprovar
uma bolsa orientada a inibir o exercício, por mulheres vitimadas por violência
sexual, do direito ao aborto legal.</span></div>
<br />
<div align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.01cm;">
<span style="font-style: normal;">3) Acaso as pessoas continuem a
protestar e abram as portas da história para o regresso direitista, é certo que
o Governo Federal combaterá com mão de ferro as rádios livres, ao tempo em que
inverterá bilhões em favor das grandes empresas de comunicação de
massa.</span></div>
<br />
<div align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.01cm;">
<span style="font-style: normal;">4) No mais pavoroso cenário, o
Brasil comandará uma invasão a um paupérrimo país da América Central e nossos
militares serão acusados, qual estadunidenses no Iraque, de todo tipo de prática
indevida. É até possível que </span><span style="font-style: normal;">o Wikileaks
deixe transparecer que</span><span style="font-style: normal;">a empresa têxtil
de um finado vice-presidente direitista tenha intenção em ingressar no país
invadido</span><span style="font-style: normal;">, </span><span style="font-style: normal;">conformando-se</span><span style="font-style: normal;"> uma </span><span style="font-style: normal;">curiosa
</span><span style="font-style: normal;">versão sub-equatorial do direitista Dick
Chenney.</span></div>
<br />
<div align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.01cm;">
<span style="font-style: normal;">5) Dizem que se a direita voltar
ao poder será inexorável o restabelecimento das privatizações e dos favores
estatais ao grande capital. Leilões de reservas petrolíferas, alteração da
legislação portuária com finalidades privatizantes, concessões</span><span style="font-style: normal;"> de aeroportos</span><span style="font-style: normal;">à iniciativa privada</span><span style="font-style: normal;">, exonerações fiscais ao grande capital e práticas
afins serão uma rotina nesse dantesco cenário de restabelecimento do governo
pelas forças do atraso.</span></div>
<br />
<div align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.01cm;">
<span style="font-style: normal;">6) Acaso a direita acesse a
Presidência da República novamente, é certo que tentará fazer de Renan Calheiros
o Presidente do Senado. É inevitável que José Sarney volte à cena política e, no
mais assombroso cenário, há alguma chance de nomes como Collor e Maluf
restabelecerem as respectivas carreiras, sob os auspícios do partido da
direita.</span></div>
<br />
<div align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.01cm;">
<span style="font-style: normal;">7) Se os nossos inimigos
voltarem, creio que até 47% dos recursos do Orçamento da União serão dedicados
ao adimplemento da dívida pública e o Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias, cujo artigo 26 determina sua auditoria, permanecerá uma letra
morta. É possível que o sistema tributário se torne ainda mais regressivo do que
nos anos FHC e que os pobres, por conseguinte, vivam sob uma escorchante carga
tributária, ao passo que os ricos experimentem padrões de arrecadação próprios
de paraísos fiscais.</span></div>
<br />
<div align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.01cm;">
<span style="font-style: normal;">8) Com a volta da direita, pode
ser que aprovem uma lei ordinária com o escopo de afastarem, em favor da FIFA
</span><span style="font-style: normal;">(e, por via oblíqua, das corporações que
tal entidade representa sob o estímulo pecuniário de patrocínios
oficiais)</span><span style="font-style: normal;">, liberdades fundamentais de
expressão e de associação dos brasileiros, proibindo</span><span style="font-style: normal;">-se</span><span style="font-style: normal;">, por
exemplo, </span><span style="font-style: normal;">faixas de </span><span style="font-style: normal;">protestos dentro d</span><span style="font-style: normal;">os</span><span style="font-style: normal;"> estádios
de futebol ou em suas proximidades. Imagina-se até mesmo que a Presidente mande
sua Força Nacional para reprimir ativistas e faça pronunciamentos em rede
nacional com apelos clamorosos ao primado da lei e da ordem.</span></div>
<br />
<div align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.01cm;">
<span style="font-style: normal;">9) A direita manterá os gastos da
União com educação superior nos mesmos 0,7% do PIB dos tempos de FHC, mas
expandirá o sistema nominalmente, dando origem a universidades com aulas em
cont</span><span style="font-style: normal;">ainers e a professores com
vencimentos reais inferiores aos dos direitistas tempos de Paulo Renato Souza. O
partido da direita, quando gerir municípios, dilapidará o SUS e apostará no
privatizante modelo das organizações sociais. As estradas no país da direita
serão custeadas por pedágios. O transporte público será exceção, enquanto os
incentivos fiscais à indústria automotiva serão a regra.</span></div>
<br />
<div align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.01cm;">
<span style="font-style: normal;">10) Se a direita voltar, seu
partido não receberá ativistas ou manifestantes. Tentará confinar-lhes em
espaços controlados e assépticos, como conferências mantid</span><span style="font-style: normal;">a</span><span style="font-style: normal;">s pelo
governo do partido, para que sejam frequentadas por filiados ao partido, onde
terão diálogos com empresários que financiam as campanhas do partido. Quem for
às ruas conhecerá a mais violenta máquina de violação dos direitos humanos, a se
manifestar na Bahia, no Rio Grande do Sul, no Distrito Federal e onde mais o
grupo da direita governar. Onde não governarem, pedirão apoio das forças
policiais dos governos de seus adversários, em uma aliança tática contra a
democracia e os direitos políticos ou civis.</span></div>
<br />
<div align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.01cm;">
<span style="font-style: normal;">11) Se a direita voltar, ai meu
Deus, o país começará a se desindustrializar e ocupará o papel precípuo de
exportador de commodities minerais e agrícolas sem valor agregado, semeando no
presente a grande crise do futuro.</span></div>
<br />
<div align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.01cm;">
<span style="font-style: normal;">12) No governo da direita, ao
menor sinal de inflação (que será uma inflação de preços, impulsionada por
tarifas administradas pelo governo em favor do grande capital, antes de inflação
de demanda) o Banco Central elevará a taxa de juros SELIC, semeando recessão e
usura.</span></div>
<br />
<div align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.01cm;">
13) No governo da direita, assim como se alardeava o milagre
econômico em Médici, a máquina oficial de propaganda, onipresente (depois de
bater recorde de fechamentos coercitivos de rádios livres) da grande mídia
(dizem que a Veja dedicará capa laudatória à Presidente da direita e que a Globo
receberá somas recordes de publicidade governamental) à blogosfera, vai dizer
que a renda nacional foi desconcentrada. Mas, se alguém perguntar sobre os dados
referentes à diferença entre renda do trabalho e renda do capital, os
intelectuais da direita dirão que é metodologicamente impossível medir tal
separação, de modo que ficarão satisfeitos em dizer que remediados passaram
parcos recursos aos pobres, enquanto os bilionários enriqueceram como nunca.</div>
<br />
<div align="justify" class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.01cm;">
Que a direita nunca volte! Que o presente nunca aconteça! Voltemos
ao passado em nossas máquinas do tempo e desçamos em julho de 2013, para, ali,
derrotarmos, nas ruas, o governo da direita que, àquele tempo, ainda não era
conhecido por seu nome real!</div>
<br />
<div>
*<em>Francisco Mata Machado Tavares é Bacharel em Direito pela UFMG. Mestre e doutorando em Ciência Política pela UFMG. Professor Assistente da Faculdade de Ciências Sociais da UFG</em>.</div>
<br clear="all" />Maurelio Menezeshttp://www.blogger.com/profile/02895464477881226517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-922005861274127282.post-10364569717865915002013-06-21T08:43:00.001-07:002013-06-21T08:45:37.110-07:00REFLEXÕES SOBRE A PRIMAVERA BRASILEIRA -- UM OLHAR SOBRE A VIOLÊNCIAMaurelio Menezes<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEBpOQHJHfshiMrkAc9aoppr73ak8b2WvwEBQnCAcVGN2Dthm35ceEuOOESz8k1eMDf7VYuGbiVbVWddTlAs1VF8_MCd6GE1fPPwRGRlgcjrnC7NtLid3EqGzdoIS17Amw91x9pgUCLxz_/s1600/violencia+nos+protestsos+quatro.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="124" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEBpOQHJHfshiMrkAc9aoppr73ak8b2WvwEBQnCAcVGN2Dthm35ceEuOOESz8k1eMDf7VYuGbiVbVWddTlAs1VF8_MCd6GE1fPPwRGRlgcjrnC7NtLid3EqGzdoIS17Amw91x9pgUCLxz_/s200/violencia+nos+protestsos+quatro.jpg" width="200" /></a></div>
Muita gente ainda está atordoada com o que está acontecendo no pais. E as análises são, ainda, as mais desencontradas... Os veiculos de comunicação somente agora estão acordando para o momento e, principalmente para o significado desse momento que, permite diversos olhares. Um deles, bem claro, é sobre a violencia que tem sido registrada em algumas cidades, a reação a essa violencia e, especialmente, ao constante bater na tecla da necessidade de que os protestos sejam pacificos. E nesse bater de tecla <strong>todos</strong>, indistintamente,<strong> </strong>que não se comportam são chamados de <strong><em>baderneiros</em></strong>, <strong><em>vândalos</em></strong>, sempre com destaque que eles compõem <em><strong>uma minoria</strong></em>.<br />
Durante décadas os meios de comunicação construiram no Brasil a imagem que nós somos um povo pacífico. ordeiro, o <strong>pais do futuro</strong> e a <strong>pátria do evangelho</strong>. Com o tempo esse estado ganhou o status de <strong>anomia</strong>, ou seja de falta de objetivos, de subserviência, de perda de identidade, da não participação, enfim de se estar à deriva, ou misturando Erasmo com Chico, de se estar sentado à beira do caminho vendo a banda passar.<br />
Evidentemente que a construção dessa imagem, como todas as construções de imagens, escondia interesses inconfessáveis, o principal deles que para o sistema vigente (seja ele qual for) quanto mais pacifico for o cidadão, mais facilmente ele será objeto de manipulação.<br />
No caso da Primavera do Brasil (aliás, somente poderia mesmo ser no Brasil, a primavera chegar no final do outono e inicio do inverno) os veículos de comunicação somente agora estão acordando... E <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcm01ALki9Xdjfqx_CFMFIIyljJccxSXOE7qm2JbQ1E74gPePBBYYnMGSmRTNvrEr79Tvnch2-d9H8SjZZOlhnEQYAQ7SNj7YWssPUczYd924K6KtgneQk5-SbvZwkCWv_4BnNcW508ZW4/s1600/Cuiaba+no+protesto+3.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcm01ALki9Xdjfqx_CFMFIIyljJccxSXOE7qm2JbQ1E74gPePBBYYnMGSmRTNvrEr79Tvnch2-d9H8SjZZOlhnEQYAQ7SNj7YWssPUczYd924K6KtgneQk5-SbvZwkCWv_4BnNcW508ZW4/s200/Cuiaba+no+protesto+3.jpg" width="200" /></a>com eles boa parte da população que, a cada dia fica mais claro, percebeu que o que vem por aí, seja lá o que for, é irreversivel. Isso ficou claro, por exemplo, na manifestação de cerca de 70 mil </div>
vozes no protesto de 20 de junho. Muita gente que estava ali não tinha o sentido exato do porque ali estava, mas tinha certeza que estava particioando de um grito de <strong>basta,</strong> de <strong>mudar é necessario</strong>. As reinvindicações, como em todo o pais, eram difusas. Em São Paulo teve gente protestando até contra o preço da ração para chachorro. Em Cuiaba, uma dupla de estudantes usou humor para protestar, pedindo num cartaz à presidente Dilma para reduzir 20 centavos no preço de uma marca de cerveja para, ai sim, ela descer redondo.<br />
Mas e os atos de violencia que eclodem aqui e ali nos protestos? Sempre aprendemos que nao se deve generalizar nunca. E é exatamente isso que está se vendo na cobertura dos protestos, uma generalização perigosa. Afinal, não se pode colocar na mesma cova rasa manifestantes que reagem á violencia da policia, que, aliás, deveria estar preparada para gerenciar momentos de tensão, com outros que invadem e saqueiam lojas. <br />
Sem dúvida alguma, a midia prestaria um serviço maior ao pais se deixasse claro que alhos não são <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjelRH_2-a7f2i62-TKv3FA0IUtCXTM7ucA2T6nxZ87rRBt-cQFfxc4iwKtqSfV2L5o_rqgE96rCz50GPq_Py5YPxnqHXwQmc8qsmkYC_oxWq_P4pCQoNIQOIIIWsY_kGOMgbxML3RtMQjy/s1600/carro+fogo+rio..png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="142" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjelRH_2-a7f2i62-TKv3FA0IUtCXTM7ucA2T6nxZ87rRBt-cQFfxc4iwKtqSfV2L5o_rqgE96rCz50GPq_Py5YPxnqHXwQmc8qsmkYC_oxWq_P4pCQoNIQOIIIWsY_kGOMgbxML3RtMQjy/s200/carro+fogo+rio..png" width="200" /></a><br />
bugalhos. Se questionasse, por exemplo, o fato de na segunda feira no Rio um dos carros que foi incendiado, antes de ser tomado pelo fogo ficou cerca de 10 minutos com uma pequena chama no<br />
interior, mas a policia que ali estava não fez nada para impedir o óbvio, a explosão, o que era possivel com uso simples de um extintor de mão. Porque não o fez? Não haveria ali o interesse inconfessavel que o fogo se alastrasse mesmo exatamente para poder se acusar o movimento de baderneiro. Afinal se no momento a cobertura da midia falava que era um pequeno grupo, para a historia a imagem que vai ficar é a do corro explodindo...<br />
Enquanto não mudar seu comportamento em relação a isso estará deixando a clara impressão que o pregar a paz esconde uma preocupação que essa violencia se volte definitivamente contra ela e contra o sistema que ela, midia, representa. <br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
Maurelio Menezeshttp://www.blogger.com/profile/02895464477881226517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-922005861274127282.post-45104367845524674352013-04-11T07:27:00.000-07:002013-04-11T07:27:11.663-07:00ÁLCOOL, A DROGA QUE PRECISA SER COMBATIDA<table class="articleGraphic"><tbody>
<tr><td class="articleGraphicCaption">Maurelio Menezes<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBEiCthRftljA-5YFCSdv2u02-YBRw2ePQ6kqHImZQs0pbbwtM4kc0zhZi1sdGnTesoMDoUbnwutWMO573yhLmUJc6dD2qncctXinnSIRoL3xjlNgJUoO2qvf8k1y90poY_rrB2Ck-v4Hr/s1600/Alcoolismo.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="165" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBEiCthRftljA-5YFCSdv2u02-YBRw2ePQ6kqHImZQs0pbbwtM4kc0zhZi1sdGnTesoMDoUbnwutWMO573yhLmUJc6dD2qncctXinnSIRoL3xjlNgJUoO2qvf8k1y90poY_rrB2Ck-v4Hr/s200/Alcoolismo.png" width="200" /></a></div>
Entra governo e sai governo e não se toma uma posição clara contra essa que é a pior droga que existe, a porta de entrada para todas as outras. Os estragos que o álcool faz na familia, e na vida de todos são conhecidos, mas não se toma uma providencia por um motivo simples: a indústria de bebidas é uma grande contribuinte do poder publico, não apenas em impostos, mas como doadora para Caixa 2 de campanhas politicas.<br />
De acordo com a Organização Mundial de Saúde -<strong>OMS</strong>-, a bebida é mortal para os adolescentes, além de ser a principal causa de morte em homens entre 15 e 59 anos: 320 mil pessoas entre 15 e 29 anos morrem ao redor do mundo por ano em consequencia do consumo do álcool. Mais ainda, se considerarmos todas as faixas de idade, de acordo com a <strong>OMS</strong>, sobe para 2,5 milhões o número de mortes, número maior que as mortes causadas pela AIDS, tuberculose ou violência física.<br />
Quer outro dado alarmante: Há 9 anos o Álcool, conforme dados divulgados pela ONU, é considerado o principal causador de 60 tipos de doenças, como cirrose, epilepsia, diferentes tipos de câncer -como o colorretal, mama, laringe e fígado, e ferimentos, provocados em casa, no trabalho e em acidentes de trânsito.<br />
Só no Estado de São Paulo, o mais populoso do país, a cada 20 minutos uma pessoa é internada por problemas decorrentes do uso do álcool. O custo para os cofres públicos é inestimavel e somente vai diminuir quando houver uma política eficiente de combate a essa droga. Mas, infelizmente, andamos na contramão dessa idéia. No Brasil, especialmente no primeiro governo Lula o investimento no combate ao alcolismo diminiu radicalmente. De acordo com pesquisa do economista Daniel Cerqueira, da Fundação Getulio Vargas, do Rio, em 2007,inicio do segundo governo Lula, o investimento do Governo Federal no combate ao alcoolismo caiu de 413 milhões de reais no final do governo FHC, para 223 milhões. O mais grave é que nesse periodo, pesquisa da UNIFESP revelou que o alcoolismo era o principal problema de saude publica do Brasil, que tinha mais de 10 por cento de suas mortes ligadas a problemas de consumo de alcool.<br />
Enquanto o poder público não toca nessa ferida, para não perder o faturamento (oficial e extra oficial) gerações e mais gerações vão sendo destruidas. Afinal, o uso de alcool por menores de 18 anos tem entre suas consequencias, a demencia. E, em todas as idades, o consumo excessivo também afeta diretamente o cérebro e leva a mal-estar físico e psíquico, perda do controle, comportamento antissocial, enjoo, vômitos, tontura, ressaca, dor de cabeça e depressão.<br />
Hoje na Folha de S.Paulo, há um depoimento impressionante de uma alcoolatra, dona de casa, Sueli, que hoje tem 46 anos (o jornal se refere a ela como <em>ex-alcoolotra</em>, o que, de acordo com integrantes do Alcoolicos Anonimos não existe). O depoimento segue abaixo, mas se voce preferir, pode acessar o texto <a href="http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1260698-engravidei-na-balada-e-nao-sei-quem-e-o-pai-diz-ex-alcoolatra.shtml">aqui</a>.<br />
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<!-- WIDGET SOBRE A LEI --><aside class="threecol last"><nav class="box-aside" id="menu-sidebar"><figure class="logo-sidebar">"Engravidei na Balada e não sei quem é o pai"</figure></nav></aside><div style="text-align: center;">
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<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaqBhdSAOn4H32PzSnTmeCtqz55elRBCIrxAePGaIeg41Q0KJ9ud51L8EWWMjukpU-ZZyzrI4HesTnJfFyRGW8I6UPk8uthN2gZxeBTqcDWaJYTpHeONaC1aojWo9wS7FXqO0u9p9Hl_ce/s1600/foto+folha.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="133" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaqBhdSAOn4H32PzSnTmeCtqz55elRBCIrxAePGaIeg41Q0KJ9ud51L8EWWMjukpU-ZZyzrI4HesTnJfFyRGW8I6UPk8uthN2gZxeBTqcDWaJYTpHeONaC1aojWo9wS7FXqO0u9p9Hl_ce/s200/foto+folha.jpg" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Eduardo Knapp/Folhapress</td></tr>
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"Fui abandonada pela minha mãe aos seis anos de idade e passei a ser criada pela minha avó. Era uma família que não gerava amor, carinho. Gerava álcool. Meus avós, minha mãe e meu irmão, todos eram alcoólatras, e minha irmã morreu de overdose. Todos já se foram.<br />
Comecei a beber cedo, com 15, 16 anos, por embalo. Ia para os bailinhos nos fins de semana, mas era tímida, tinha vergonha de namorar, de dançar. Aí descobri que depois de algumas cervejas me tornava poderosa. Dançava, namorava, xingava. Aos poucos, comecei a beber também às quintas e às sextasAos 21 anos, engravidei na balada. Foi o meu apagamento. Não lembro de nada. Não sei quem é o pai da minha filha. Mesmo grávida, continuei bebendo e frequentando balada. Tive minha filha. O normal de uma mãe é cuidar de uma filha recém-nascida. Mas comigo isso não aconteceu. Eu largava minha filha com minha avó alcoólatra e voltava para a vida do álcool e das baladas.<br />
Quando minha filha tinha nove meses, resolvi morar com um homem que mal conhecia em São Paulo. Tive sorte, foi um homem que me acolheu, que falou: 'Pare de trabalhar e cuide da sua filha'. Era tudo o que eu queria: alguém para nos sustentar. Mas em vez de cuidar da minha filha, passei a beber mais e mais. Só que em casa. Eram os meus vizinhos quem cuidavam da minha filha.<br />
Depois começaram as brigas, físicas e verbais. Ele chegava em casa do trabalho e queria a esposa. Encontrava uma bêbada. Quatro anos depois, nasceu a minha segunda filha. Também a gerei no álcool.<br />
A partir daí, o descontrole foi total. Era minha filha maior que cuidava da caçula, de mim e da casa. Eu só me lembrava das coisas até o momento que deixava a menor na escolinha, às 10h. Depois, passava na quitanda, comprava bebida [no começo era cerveja, depois passou a ser pinga com açúcar], começava a beber em casa e apagava tudo.<br />
Não me lembrava de buscar minha filha na escola e, às vezes, estava tão bêbada que a tia não deixava que eu a levasse. Comecei a perceber hematomas nas minhas filhas, mas não lembrava que tinha batido nelas no dia anterior.<br />
Um dia, pedi para a menor, que na época devia ter uns cinco anos, comprar uma garrafa de vinho no meio da chuva. Na volta, ela deixou a garrafa cair e pagou caro por isso. Eu dei um coro tão grande que ela ficou dois dias de cama [começa a chorar compulsivamente]. No dia seguinte, eu não lembrava de nada. E ela dizia: 'A senhora me espancou. Eu odeio a senhora, não tenho mãe'. Até hoje ela não me perdoa. Já a maior conseguiu entender que tudo o que eu fiz foi por causa de uma doença chamada alcoolismo, não foi por maldade.<br />
No dia 13 de janeiro de 1998, decidi dar um novo rumo na minha vida. Meu marido chegou em casa e disse que queria se separar. Eu estava bêbada fazendo o bolo do aniversário de 11 anos da minha filha mais velha.<br />
Naquela noite, passei praticamente no banheiro, vomitando. Uma hora, me ajoelhei no chão e pedi: 'Deus, me ajuda porque sozinha eu não consigo'. Veio então o AA [Alcoólicos Anônimos] na minha cabeça.<br />
Liguei para o telefone de plantão e o atendente me indicou uma sala do AA. No dia seguinte, ingressei na irmandade.<br />
A partir daí, comecei a ser mãe de fato. Depois disso, tive mais dois dois filhos, que hoje têm 14 e 11 anos. Eles dizem: 'Mamãe, eu te amo'. Das minhas filhas mais velhas, eu nunca ouvi isso.<br />
Faz 15 anos que nunca mais coloquei uma gota de álcool na boca. Só por hoje."Maurelio Menezeshttp://www.blogger.com/profile/02895464477881226517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-922005861274127282.post-46332670510930216302013-04-08T16:48:00.001-07:002013-04-08T16:49:26.869-07:00A MULHER QUE CRIOU REGRAS QUE ATÉ HOJE SÃO SEGUIDAS NO BRASIL, INFELIZMENTEMaurelio Menezes<br />
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<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1Wghmu29bAGX7p7ZQ6QNe3K-2fHKbZiYFJYKhPTfLl7L_vDUJttcdncsi-AxnG7booNAx6oen_nDHdGE6EIC1zh7CNpkGPyPbYs4BVtkFLENnmp09Y0-2suaGJy59gQoZb_ibOcQ6iK0U/s1600/tatcher.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="125" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1Wghmu29bAGX7p7ZQ6QNe3K-2fHKbZiYFJYKhPTfLl7L_vDUJttcdncsi-AxnG7booNAx6oen_nDHdGE6EIC1zh7CNpkGPyPbYs4BVtkFLENnmp09Y0-2suaGJy59gQoZb_ibOcQ6iK0U/s200/tatcher.jpg" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Margareth Tatcher</td></tr>
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Tenho visto, especialmente aqui nas Midias Sociais, severas criticas a Margareth Tatcher, que morreu hoje, aos 87 anos. <br />
Por mais que essas críticas sejam justas, não ha como negar o papel dela na história recente do mundo. Ao adotar medidas duras que praticamente acabaram com o Estado de Bem Estar Social que, embora falido, perdurava na Inglaterra desde os velhos tempos, mudou a história não apenas do pais, mas do mundo. Ao adotar uma politica economica que tinha por base o neoliberalismo praticamenete destruiu direitos trabalhanistas, acabando, por exemplo, com o salario mínimo (que comente voltaria a ser re-adotado na Inglaterra 20 anos mais tarde com Tony Blair) e ditou as normas que seriam seguidas por dezenas de politicos nas décadas seguintes e ate hoje. <br />
As medidas ortodoxas, pelo menos as principais adotadas por ela, foram assumidas no Brasil por Fernando Collor, ignoradas por Itamar Franco que, apesar da caricatura floclórica que nossa <em>intelgentzia </em>tentou carimbar nele, fez um governo progressista, sim, mas retomadas por Fernando Henrique e mantidas, e até aprofundadas por Lula e por Dilma. Nessa sequencia de governos neo liberais, os trabalhadores ficam com o onus e o capital com o bonus da politica economica. Nessa politica em que o trabalhador é espezinhado diariamente, aos empresarios o governo libera a todo momento subsidios e incentivos e aos trabalhadores destina um tratamento baseado na quebra de direitos adquiridos e de reformas que o prejudicam a cada dia mais.<br />
No caso da <em> Dama de Ferro</em>, justiça seja feita , as medidas adotadas o foram às claras como politica de governo e como ideologia defendida por ela e pelo se grupo que chegou ao poder com o apoio popular do voto (por mais que o voto nunca tenha significado, como defendem alguns academicos, democracia e muito menos garantia de nada para o trabalhador). <br />
No Brasil, essas medidas são adotadas mascaradamente, primeiro por um governo que se dizia social democrata (seja lá o que isso significasse na cabeça de seus idealizadores) e depois, pior ainda, por um governo que se diz dos trabalhadores e que todos os dias usa trabalhadores para manipular a opinião pública e promove politicas contrárias a seus interesses, utilizando, inclusive, um torto sindicalismo de Estado, incentivando a criação e financiando sindicatos para dividir a classe trabalhadora. <br />
O que me parece é que muitas das pessoas que estão croticando a ex primeira Ministra britaniza o estão fazendo para aliviar o peso na consciencia que têm por terem apoiado politicos que chegaram ao poder aqui no Brasil aplicando as mesmas receitas que ela aplicou assim que assumiu o poder na Gra Bretanha. Ou sejam essa critica hoje é quase uma catarse para se livrar da culpa de terem levado ao poder os FHCs, Lulas e Dilmas da vida.<br />
Alias, antes mesmo de Dilma tomar posse postei aqui uma série de análises ás quais dei o nome de O risco a ser evitado" em que analisava o governo de seis mulheres que em seus paises foram as primeiras mulheres a assumir o poder. E apontava em casa uma das análises decisões tomadas e que foram de uma forma ou outra, sob meu olharm prejudiciais a trabalhadores e a seus paises. Uma destas analises foi inteiramente destinado a Margareth Tatcher (você o encontra <a href="http://olharesmenezianos.blogspot.com.br/2010/11/o-risco-ser-evitado-v-o-exemplo-de.html">aqui</a>)... cuja historia tem muito do que encontramos hoje, por exemplo, no governo Dilma quem pelo que a prática tem demonstrado tem se comportado não só como Tatcher, inclusive com a aura de governo popular, como também o tinha a ex primeira Ministra britanica, cujo partido chegou ao poder com grande apoio popular.Maurelio Menezeshttp://www.blogger.com/profile/02895464477881226517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-922005861274127282.post-53380982460647263882013-03-18T18:48:00.000-07:002013-03-18T18:55:46.920-07:00NO FINAL, SEMPRE PERDE QUEM É DO MAL Maurelio Menezes<br />
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<div class="text_exposed_root text_exposed">
<span class="userContent">Há anos a UFMT mantém um convenio, baseado em Lei Federal, em que cede profissionais aos Estados e Municipios, dentro de alguns criterios... Primeiro há a solicitação do orgão interessado, por meio de seu gestor principal, prefeitos e governador. O primeiro passo é a concordancia do Departamento ao qual o profissional está vinculado. Aprovado pelo Departamento, o processo é encaminhado á Congrega<span class="text_exposed_show">ção da Faculdade ou Instituto ao qual o Departamento é vinculado. Aprovado ai, o processo segue para a reitoria, que, concordando, dá sequencia ao prrocesso, que é encaminhado para o Ministerioda Educação para que o Ministro oficialmente, por meio d euma Portaria em que a sssinatura dele é impressã em alto relevo.</span></span></div>
<div class="text_exposed_root text_exposed">
<span class="userContent"><span class="text_exposed_show"></span></span><span class="userContent"><span class="text_exposed_show"> Há dois tipos de cessão: <strong>com</strong> e <strong>sem</strong> custas. para a Universidade No segundo caso, o professor (ou técnico) continua a receber seus salários na UFMT e o órgão solicitante se obriga a devolver aos cofres da Universidade os proventos pagos ao servidor cedido.<br /> Assim aconteceu com dezenas de professores e técnicos que responderam (e alguns que ainda respondem), por exemplo, por secretarias municipais e estaduais. Foi assim que aconteceu comigo, quando por um ano e nove meses repondi pela Secretaria Municipal de Comunicação de Cuiabá.<br /> Quando ainda era Secretario recebi uma notificação do Ministerio Público Federal para apresentar defesa numa acusação de que, como servidor com DE da UFMT não poderia ter exercido o cargo. E informando que seria obrigado a devolver todos os proventos que recebi no periodo em que fui Secretario.<br />Com o auxilio de minha então secretária, hoje querida amiga Glaucia Saraiva Almeida, e de minha Coordenador Administrativo Financeira, Dona ´Julieta, outra querida amiga, reuni toda a documentação da cessão que foi encaminhada ao MP, bem como cópia dos pagamentos feitos como ressarcimento pela Prefeitura à UFMT.<br /> Na época conversei com o Procurador da UFMT que me disse julgar estranho porque a UFMT deveria ter sido provocada a entrar como <em>litis consorte</em> (termo juridico que pode ser traduzido como "sócio") na ação, porque ela seria interessada em reaver o dinheiro caso existisse ilegalidade. O Procurador me disse que no meu caso não havia ilegalidade alguma, que o processo seguira todos os tramites, que a cessão fora legal e que os pagamentos haviam todos sido feitos regularmentre (alias, na minha gestão foram quitadas, inclusive, dividas da Prefeitura para com a UFMT referente a salarios não ressarcidos no prazo na gestão anterior, ou seja, eu como Secretario zelei pelos interesses de minha UFMT). De acordo com o Procurador o processo seria certamente arquivado.<br /> Apesar disso tudo o MPF ofereceu denúncia contra mim. E o pior, um Juiz Federal aceitou a denúncia, o que me obrigou a recorrer ao Tribunalk Federal de Recursos da Primeira Região, em Brasilia, por meio do advogado José Antônio Rosa, que fora Procurador da Prefeitura de Cuiaba à época do inicio do processo.<br /> Hoje o <strong>TRF1</strong> em Brasilia julgou o recurso que foi acatado por unanimidade., de tal forma que não cabe mais recurso à decisão. O que me espanta é como o MPF oferece denúncia de um caso em que o processo tem as provas que a denúncia era falsa e feita por alguém sem caráter ou sem conhecimento de causa. Como me espanta também o MPF não ter<em> provocado</em> a UFMT para que ela entrasse de "sócia" (a procurador com certeza daria parecer contrario à sequencia do processo, que era irregular). Mais ainda me espanta que um Juiz Federal acate a denuncia quando nos autos há provas cabais de que a ação era viciada. Afinal, a função principal de um Juiz não é fazer justiça?<br /> Gostaria muito de saber quem foi o autor (ou autora) da denúncia para saber de quem devo ter pena pela pequenez de espirito. Dificilmente o saberei porque o autor (ou autora) ao fazer a denúncia , pelo que parece, se escondeu covardemente no anonimato.<br /> Fica o registro do tipo de pessoas que temos soltas por ai. São pessoas rasteiras, pequenas mesmo, que parecem ter orgasmos em criar (ou tentar criar) problemas para os outros. Pessoas que gastam suas energias não para melhorar esse país, torná-lo menos imjusto. Mas apenas para tentar atingir o próximo. </span></span></div>
<div class="text_exposed_root text_exposed">
<span class="userContent"><span class="text_exposed_show">Mas há também o outro lado. E por ele fica também o registro da capacidade de profissionais como o José Antonio Rosa, que conseguiu mais uma vez que a justiça fosse feita, apesar dessas pessoas que estão soltas por ai e que não entendem que no final elas sempre perdem, porque, como diz a garotada hoje, são do mal. </span></span></div>
<div class="text_exposed_root text_exposed">
<span class="userContent"><span class="text_exposed_show">É isso, no final, sempre perde quem é do mal </span></span> </div>
Maurelio Menezeshttp://www.blogger.com/profile/02895464477881226517noreply@blogger.com0