segunda-feira, 14 de março de 2011

SENHOR BOM JESUS DO CUYABURACO

Maurelio Menezes

Todo ano, nessa época, é a mesma história. Cuiabá deixa de ter ruas com buracos e passa a ter buracos com alguns pedaços muito pequenos de rua. Os argumentos são, entra ano sai ano, os mesmos. Com a chuva fica complicado porque os servidores da Secretaria de Infra Estrutura vão na frente tampando e a chuva vem atras destampando... Ou a culpa é do asfalto feito em administrações anteriores sem drenagem.

Mas, acredito, nunca antes na história dessa cidade, houve tantos buracos. Dia desses, um tuiteiro brincou em seu perfil afirmando que "Cuiabá está com tanto buraco que tem buraco na calçada esperando a vez dele ir pra rua". É verdade. Pior ainda, O Japão vai se reconstruir, se livrar de todas as consequencias da tragédia pela qual está passando e ainda estaremos sofrendo com os buracos nas ruas da cidade. A situação está tão feia por aqui que tem buraco até em quebra molas (na pista da Miguel Sutil, no trevo do Centro de Eventos do Pantanal".
A responsabilidade da Prefeitura é maior ainda porque como essa buraqueira está colocando em risco vidas e não raro provocam acidentes. Além disso, há os prejuizos. Ontem à noite, ainda na Miguel Sutil, proximo ao viaduto da Rodoviária, uma fila de carros, com seus motoristas trocando pneus. esses são os prejuizos mais simples. E quando o buraco afeta algum mecanismo que precise de oficina? Ai o motorista fica com o prejuizo maior, além de ficar sem carros por alguns dias, enquanto o conserto é realizado.

A buraqueira está espalhada por todas as avenidas e ruas num momento delicado para a Prefeitura: o da cobrança do IPTU. O Secretário de Finanças, Guilherme Muller, numa entrevista ao MTTV 2ª Edição informou que se houver o mesmo número de pagadores do ano passado, a arrecadação vai dobrar. Mas já tem muita gente se questionando: será que vale a pena pagar?  Na campanha do IPTU, são enumerados diversos serviços que teriam sido feitos com o dinheiro arrecadado. Mas o que a população quer é o que está próximo dela e isso ela não tem tido, especialmente no que diz respeito ao cuidado com a cidade.
Já passou da hora de fazer um trabalho preventivo e definitivo. O recapeamento das principais avenidas da cidade, se bem feito, teria, a médio prazo, um menor custo que o tapa buraco. Mas será que há interesse nisso? Aparentemente não. É como o caso do estádio do Maracanã, no Rio. Nos ultimos dez anos ele já foi reformado umas cinco vezes. Em cada reforma gasta-se quase o que se gastaria para construir um estádio novo. Quem ganha com isso? O contribuinte com certeza não.
Se não planejarem uma solução definitiva, ou pelo menos duradoura, a sugestão aos motoristas é simples: recorrer co PROCON. Uma enxurrada de ações contra a Prefeitura, obrigando-a a pagar pelos estragos nos carros, vai obrigá-la a tomar alguma providência. Se nem assim resolver, aí é partir mesmo para a desobediência civil.