segunda-feira, 30 de abril de 2012

UMA RELIQUIA - ALL OF THE BEATLES AND FOREVER

Maurelio Menezes



Aproveitando a onda da vinda de Paul McCartney ao Brasil (mais uma)  uma reliquia pra você: todas as musicas da maior banda de rock de todos os tempos. Pelo menos para mim. É só você clicar no título e ouvir cada uma das músicas gravadas pelos garotos de Liverpool,  Paul, John,George e Ringo. São 208 músicas  que fizeram sucesso no momento em que foram gravadas, outras que nem fizeram tanto sucesso e outras, a maioria, eternas, que receberam dezenas, centenas de gravações, como Yesterday, a musica mais gravada na história.  Essa relíquia está no link Beatles songs on Youtube .



Divirta-se. As músicas que constam nessa discoteca virtual são:

A Day in the Life
A Hard Day’s Night
A Taste of Honey
Across The Universe
Act Naturally
All I’ve got to Do
All My Loving
All Together Now
All You Need Is Love
And I Love Her           
And Your Bird Can Sing                     
Anna (Go To Him)   
Another Girl
Any Time At All          
Ask Me Why                                       
Baby It’s You            
Baby You’re A Rich Man                     
Baby’s in Black                                   
Back In The USSR    
Bad Boy
Because                       
Being for the Benefit of Mr. Kite!     
Birthday                     
Blackbird
Blue Jay Way             
Boys                                                      
Can’t Buy Me Love  
Chains 
Carry That Weight    
Come Together                                    
Cry Baby Cry            
Day Tripper
Dear Prudence           
Devil In Her Heart                              
Dig A Pony                 
Dig It
Dizzy Miss Lizzie      
Do You Want to Know a Secret         
Doctor Robert          
Don’t Bother Me
Don’t Let Me Down  
Don’t Pass Me By                               
Drive My Car 
Eight Days a Week
Eleanor Rigby
Every Little Thing
Everybody’s Got Something to Hide Except For Me and My Monkey
Everybody’s Trying to be My Baby
Fixing a Hole
Flying
For No One
For You Blue
Free As A Bird
From Me To You
Get Back
Getting Better
Girl
Glass Onion
Golden Slumbers
Good Day Sunshine
Good Morning, Good Morning
Good Night
Got To Get You Into My Life
Happiness is a Warm Gun
Hello, Goodbye
Help
Helter Skelter
Her Majesty
Here Comes The Sun
Here, There And Everywhere
Hey Bulldog
Hey Jude
Hold Me Tight
Honey Don’t
Honey Pie
I Am the Walrus
I Call Your Name
I Don’t Want to Spoil the Party
I Feel Fine
I Me Mine
I Need You
I Saw Her Standing There
I Should Have Known Better
I Wanna Be Your Man
I Want To Hold Your Hand
I Want To Tell You
I Want You
I Will
I’ll Be Back
I’ll Cry Instead
I’ll Follow the Sun
I’ll Get You
I’m a Loser
I’m Down
I’m Happy Just to Dance with You
I’m Looking Through You
I’m Only Sleeping
I’m so tired
I’ve Got A Feeling
I’ve Just Seen a Face
If I Fell
If I Needed Someone
In My Life
It Won’t Be Long
It’s All Too Much
It’s Only Love
Julia
Kansas City/Hey, Hey, Hey
Komm Gib Mir Deine Hand
Lady Madonna
Let it Be
Little Child
Long Tall Sally
Long, Long, Long
Love Me Do
Love You To
Lovely Rita
Lucy in the Sky with Diamonds
Maggie Mae
Magical Mystery Tour
Martha My Dear
Matchbox
Maxwell’s Silver Hammer
Mean Mr. Mustard
Michelle
Misery
Money (That’s What I Want)
Mother Nature’s Son
Mr. Moonlight
No Reply
Norwegian Wood
Not a Second Time
Nowhere Man
Ob-La-Di, Ob-La-Da
Octopus’s Garden
Oh! Darling
Old Brown Shoe
One After 909
Only A Northern Song
P.S. I Love You
Paperback Writer
Penny Lane
Piggies
Please Mister Postman
Please Please Me
Polythene Pam
Rain
Real Love
Revolution 1
Revolution 9
Rock and Roll Music
Rocky Raccoon
Roll Over Beethoven
Run For Your Life
Savoy Truffle
Sexy Sadie
Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band
Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band (Reprise)
She Came In Through The Bathroom Window
She Loves You
She Said, She Said
She’s A Woman
She’s Leaving Home
Sie Liebt Dich
Slow Down
Something
Strawberry Fields Forever
Sun King
Taxman
Tell Me What You See
Tell Me Why
Thank You Girl
The Ballad of John And Yoko
The Continuing Story of Bungalow Bill
The End
The Fool On The Hill
The Inner Light
The Long And Winding Road
The Night Before
The Word
There’s A Place
Things We Said Today
Think For Yourself
This Boy
Ticket to Ride
Till There was You
Tomorrow Never Knows
Twist and Shout
Two of Us
Wait
We Can Work It Out
What Goes On
What You’re Doing
When I Get Home
When I’m Sixty-Four
While My Guitar Gently Weeps
Why don’t we do it in the road
Wild Honey Pie
With a Little Help From My Friends
Within You Without You
Words of Love
Yellow Submarine
Yer Blues
Yes It Is
Yesterday
You Can’t Do That
You Know My Name
You Like Me Too Much
You Never Give Me Your Money
You Really Got a Hold on Me
You Won’t See Me
You’re Going to Lose That Girl
You’ve Got to Hide Your Love Away
Your Mother Should Know

terça-feira, 24 de abril de 2012

OS NÚMEROS ALARMANTES DA ELEIÇÃO DA UFMT

Maurelio Menezes

Os números não oficiais que havia recebido sobre a consulta para escolha do novo reitor da Universidade Federal de Mato Grosso -UFMT-  não estavam muito longe dos oficiais. Lamentavelmente. Eles são, como eu previra, alarmantes e temos, todos, que pararmos um pouco para um exercicio de reflexão sobre o que eles significam. Quando se fala em Universidade hoje a primeira imagem que vem à mente é a de um centro produtor de conhecimento,  difusor de cidadania, formador de posicionamentos que possam levar nosso país ser pelo menos um pouco menos injusto que o é hoje.
Quando António Gramsci pensou em transformação da sociedade foi muito claro ao defender a idéia que a transformação permanente somente aconteceria quando houvesse uma elevação cultural das massas. Quando ele se referia a isso não pretendia, com certeza, dizer que era necessário que todos se tornassem cultos, no sentido que o senso comum dá a esse  vocábulo. Gramsci pensava em termos de conscientização e da formação de um espirito crítico que levasse a todos (e para ele todos são intelectuais) a definir os caminhos a serem seguidos para se viver numa sociedade menos injusta, mais igualitária. . Com os números da Consulta na UFMT, fica dificil acreditar que um dia isso será realidade, pois afinal, o centro que deveria ser irradiador de um espirito assim mostra-se absolutamente alheio e como afirma o senso comum, "esta se lixando para o que vier por aí".
As informações que tinha é que os três candidatos haviam disputado pouco mais de 8 mil votos num universo de mais de 26 mil. Eles disputaram um pouco mais que isso.
Resumidamente, o quadro final é o que segue:
COLÉGIO ELEITORAL (professores, alunos e técnicos26.712 eleitores
ALUNOS VOTANTES  ...................................................  7.221
PROFESSORES VOTANTES .......................................   1.421
TÉCNICOS VOTANTES................................................   1.432
BRANCOS .......................................................................        70 
NULOS .............................................................................     201
ABSTENÇÃO  ..................................................................  16.367 eleitores

Traduzindo esse resumo, temos que, ao juntarmos a abstenção com os brancos e nulos, teremos um total de  16.664 leitores que simplesmente ficaram alheios ao processo eleitoral que definiu quem vai dirigir uma Instituição que tem um orçamento de 500 milhões de reais e deveria ter uma importância fundamental na vida do Estado.  Esse número corresponde a exatos 62,38947 por cento do Colegio Eleitoral. Como há pessoas que não compareceram por motivos justificáveis e aceitáveis como viagem, saúde e coisas do gênero, vamos arredondar para menos: a abstenção chegou ao absurdo de 62 por cento do total.
De quem é a culpa? Dos três candidatos que não conseguiram despertar nos eleitores o interesse pela eleição? Do pouquissimo tempo que se teve para a campanha, o que sempre beneficia um grupo em detrimento de outros?  Das sucessivas administrações superiores que ainda vivem o espirito do regime militar e governam há décadas a universidade como se ela fosse um feudo próprio onde se faz, sem ouvir ninguem, o que quiser para atender a interesses que acha correto defender?  Do desprezo a que vem sendo submetidos professores, técnicos e alunos ao longo de anos, décadas até? Do governo federal  (não apenas do atual), que prioriza a quantidade em detrimento da qualidade e que  que, ao pagar salários miseráveis e não dar condiçoes de trabalho e aprendizado a professores, técnicos e alunos, fez com que a universidade se transformasse apenas num burocrático pontinho sem importância na vida de cada um? Ou será de todos nós que não estamos fazendo a nossa parte na construção de um centro formador de cidadãos? Aliás, será que esta é a hora de se procurar culpados ou de se tomar uma providência concreta para que essa realidade se transforme de uma vez por todas?
E quem ganha com isso? O grupo que se reelegeu porque se a abstenção fosse menor poderia ter que disputar um segundo turno e ai a história poderia ser diferente? Os grupos que perderam porque ao não convencer os eleitores que valeria à pena comparacerem perderam a oportunidade de implantar um novo pensamento de gestão na UFMT?  Ou será que ganham aqueles que querem destruir cada vez mais a universidade publica, cuja qualidade é a cada dia mais questionada (o curso de Direito, por exemplo, que sempre foi de excelencia, pelo segundo ano consecutivo não consegue o Selo de Qualidade da OAB)?
A atual reitora, reeleita, apresentou na campanha e após ela, sua plataforma. Deveria rasgá-la (como deveriam também os outros candidatos, caso tivessem sido eleitos) e dirigir todas suas energias e de sua equipe no sentido de resgatar a alma da UFMT, uma alma que está hoje no limbo, implorando por socorro. Socorro que, os numeros da eleição (ainda uma vez, eles) mostram que somente será efetivo com uma ação que não foi privilegiada nos últimos anos (e até décadas): fazer de quem realmente é a  UFMT (alunos, técnicos e professores) seres humanos que se sintam cuidados e não espoliados. 

quinta-feira, 19 de abril de 2012

ONDE ESTÃO OS NÚMEROS DA ELEIÇÃO DA UFMT?

Maurelio Menezes

Gostaria de conhecer o quadro final da consulta para escolha do novo reitor da UFMT. Qual foi a abstenção? Quantos foram os votos nulos? E brancos? Esses números podem dar uma idéia concreta sobre a quantas andam  as pernas da uiversidade no que diz respeito a cidadania (o interesse por uma escolha tão importante para a sociedade e para a própria universidade é ingrediente obrigatório na formação de um Estado cidadão). Não entendo porque até agora esses números não estão à disposição de todos. Portais de noticias de Mato Grosso não o trazem. O da ADUFMAT, uma das entidades condutoras do processo também os suprimem.  O da Universidade ignora o assunto, depois de ter feito campanha indireta para a candidata da situação o tempo inteiro com a exposição que deu a ela reitora/candidata (no momento que posto esse texto a notícia na primeira pagina no www.ufmt.br   ainda é a de ontem, o que vai contra o próprio principio da internet que é a instantaneidade).

E não existe argumento que justifique essa falta de informação, uma vez que, com a urna eletronica é possivel se saber ao final da totalização,  no exato momento da impressão do resumo, qual a abstenção, votos nulos e brancos... As informações que tenho, se verdadeiras, são alarmantes e os numeros merecem uma reflexão: teria havido cerca de 50% de abstenção e votos brancos e nulos somariam cerca de 20%. Isso significaria que os três candidatos disputaram apenas 30% dos votos, ou algo em torno de 8 mil votos. É muito pouco para quem pretende ser um centro de produção e irradiação de conhecimento e cidadania....

A Comissão Eleitoral tem obrigação de se manifestar urgente e oficialmente sobre esses números (aliás, já o deveria ter feito desde a madrugada quando saiu o resultado final com a reeleição da atual reitora, professora Maria Lúcia Cavalli Neder) e colocar à disposição da sociedade e da comunidade universitaria esse quadro... Em nome da transparência e para que se possibilite a discussão que tantas vezes ja foi proposta: qual a universidade que queremos? Uma, paupérrima, onde os servidores sejam apenas batedores de ponto, executores de tarefas e recebedores de salário ou uma, nobre nos objetivos, onde o servidor tenha consciencia que a ausência dele em debates como o atual possa beneficiar grupos que usam o espaço publico apenas para se locupletar e estão se lixando para a construção de uma sociedade menos desigual, menos injusta, mais cidadã, enfim. A ausencia é a própria ausência na vida da universidade, logo no lugar dessa universidade na construção de um estado verdadeiramente cidadão.

Eu defendo o segundo tipo, porque acredito que a unica forma de melhorarmos nosso país é investir em educação e educação, sob o olhar de estudiosos com os quais comungo meu pensamento, tem um sentido amplo que vai desde a participação efetiva em todos os processos de decisão, e da construção do mundo que queremos, até o ensino formal que, diga-se de passagem, deve ser definido num processo de ampla discussão na sociedade e não enfiado goela abaixo por quem está de plantão no poder. Essa  é, acredito, a unica forma de tornarmos nosso país menos injusto, mais cidadão, menos desigual.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

SEMANA DO INDIO SERÁ DE LUTA E DE LUTO

Maurelio Menezes


Recebi há pouco um e-mail de uma colega de doutorado, Solange Pereira, por quem tenho o maior respeito. Envolvida com lutas e causas indigenas (o projeto de doutorado dela é nessa área), Solange divulga a programação da Semana do Índio, na qual, pela primeira vez haverá uma grande concentração na UFT para debates, manifestações e tomadas de posição em relação a uma série de  temas que precisam ser colocados na mesa (eu diria, até, exorcizados). Abaixo compartilho democraticamente, o texto do e-mail  de solange:


Olá gente
Na Semana dos Povos Indígenas que vai do dia  16 ao 21 de abril, em todo o Brasil, vários povos ESTÃO DE LUTO se organizando para dar testemunho de resistência nestes 512 anos de agressões e violações dos seus direitos.
Em Mato Grosso, os povos indígenas, outras comunidades tradicionais e seus aliados históricos estarão no campus da UFMT, para a celebração desta Semana.
Os povos indígenas desejam relacionar-se com a sociedade envolvente. Este contato pode ser benéfico para todos, considerando sua sabedoria e suas técnicas de produção material e simbólica. A milenar ciência indígena os mantém vivos fisicamente e sua sabedoria lhes capacita para transmutar-se culturalmente para lidar com as imposições do contato, desta relação historicamente desigual.
Como todos sabem as terras demarcadas são da União, não pertencem aos povos indígenas. Estes têm o direito constitucional ao usufruto dos seus bens naturais. Bem, é isso que diz a Constituição Federal (Capítulo VIII, Art. 231).
Porém, neste ano de 2012, a celebração será fúnebre, ESTAMOS DE LUTO pela última investida do Congresso Nacional contra os direitos indígenas. A aprovação do Projeto de Emenda Constitucional 215 põe em risco os direitos adquiridos pelos povos indígenas de usufruto dos territórios demarcados após longos e penosos processos judiciais.
E o que você tem a ver com isso? As bravatas do Congresso Nacional respingam em toda a sociedade abrem o precedente e negam os direitos sociais conquistados a sangue, suor e lágrimas.
Nos dias do evento eu vou vestir preto e vermelho.
Solidarize-se: exponha notícias sobre a Semana dos Povos Indígenas no seu facebook, blog, site.

SEMANADOS POVOS INDÍGENAS – 2012
Encontro dos Povos de Mato Grosso: Direitos ameaçados e resistência

DIAS:16 Á 18 DE ABRIL DE 2012 (chegada dia 15)
LOCAL:ANFITEATRO DAADUFMAT (UFMT-CUIABÁ)
PROGRAMAÇÃO:

DIA15:  Chegada ecadastramento a partir das 14:00 hs no local do evento


DIA16:
7:00– Café da manhã
8:00hs-  Abertura
9:00hs-  RESGATE HISTÓRICODAS LUTAS E CONQUISTAS DO MOVIMENTO INDÍGENA
10:00hs-  CONJUNTURA NACIONALE REGIONAL –Chikinha Pareci
11:00hs - Plenária
12:00– Almoço


14:00– Mesa: DIREITOSCONSTITUCIONAIS – PECe Congresso Nacional – Dra. Juliana de Paula (Alta Floresta), Dra.Marcia Brandão (Procuradora do MPF)
16:00 – MOVIMENTO INDÍGENANACIONAL – CONTEXTUALIZAÇÃO - APIB
16:30 – Grupos de discussão: MOVIMENTOINDÍGENA E QUILOMBOLA NO ESTADO – AÇÕES DE RESISTÊNCIA
19:00– Jantar
20:00– VÍDEOS/DOCUMENTÁRIOS - Referentes às lutas e conquistas dos Movimentos Indígenas eQuilombolas no Estado e no Brasil.


DIA17:
7:00– Café da manhã
8:00– RESGATE HISTÓRICO– ECO 92
9:00- Mesa: RIO + 20,CÚPULA DOS POVOS E MUDANÇAS CLIMÁTICAS –Michele Sato (Profª UFMT), Larissa Packer (assessora jurídica daTerra de Direitos) e Articulação dos Povos Indígenas do Brasil -APIB
Plenária,debates
12:00– Almoço
14:00– Grupos de discussão: DESAFIOSE ESTRATÉGIAS DE RESISTÊNCIA(afirmação, denúncias, propostas)
16:00– Plenária – Socialização dos grupos temáticos
Desafios e Linhas deação no Estado
19:00– Jantar
20:00– Carta dos Povos indígenas e Quilombolas do Mato Grosso


DIA18:
7:00-  café da manhã
8:00– Concentração para o Ato
9:00– Marcha indígena – (caminhada pela cidade)        
12:00– Encerramento  - Com o almoço

"Vivendo, se aprende; mas o que se aprende, mais, é só a fazer outras maiores perguntas. " (Guimarães Rosa)

domingo, 1 de abril de 2012

NA ELEIÇÃO DO REITOR DA UFMT EU TENHO LADO

Maurelio Menezes

Tenho postado aqui criticas pontuais à atual administração da UFMT, onde sou professor há 16 anos, e onde faço doutorado. Há três candidatos e eu tenho lado nessa eleição. Apóio o professor Fernando Nogueira, de quem reproduzo aqui um artigo veiculado no Espaço Aberto da Adufmat, um Forum virtual e democratico  de debates de idéias. É um texto que merece ser ponto de reflexão não apenas da comunidade universitaria, mas de toda a sociedade.



Porque sou candidato a Reitor da UFMT outra vez


Fernando Nogueira*



Quando deixei a reitoria da UFMT, por vontade das urnas, decidi me afastar por um tempo das discussões políticas na universidade sem, contudo, deixar de acompanhar de perto o cotidiano da instituição. Dediquei-me às atividades acadêmicas e qualifiquei-me em nível de doutorado, o que assegurou minha inserção em projetos de pesquisa e desenvolvimento, além de contribuir para a melhoria de minhas atividades em sala de aula. Nesse período, também fiz uma imersão, um mergulho profundo nas causas que ensejaram aquele resultado adverso nas urnas. Erros meus na gestão de nossa UFMT? Promessas de campanha que jamais viriam a ser cumpridas ao longo dos anos pelos meus oponentes? Conjuntura política favorável a mudanças no poder do país?

Nessa imersão, fiz uma autocrítica, conversei com colegas, ouvi críticas, analisei-as, amadureci e, sobretudo, pude compreender a motivação das insatisfações com a minha gestão. Mas, além das críticas, ouvi, também, análises pontuais. Uma delas, de que me orgulhou muito, foi que, em meu mandato, em momento algum coloquei em risco a autonomia de nossa Universidade. Aliás, fui um dos reitores que se colocaram publicamente, em âmbito nacional, contra a “proposta de Autonomia”, que nada tinha de autonomia, apresentada pelo Governo Federal, naquela época. Outra análise pontual, de que igualmente me orgulho, diz respeito ao inegável, respeitoso e democrático convívio com os membros da comunidade universitária, dispensando, indistintamente, igual atenção a todas as demandas institucionais. Isso porque, para mim, o processo eleitoral se esgota com a proclamação do resultado das urnas.

Por oportuno, dirijo-me àqueles que insistem em comparar gestões, que ocorreram em momentos distintos, e o faço recorrendo aos colegas da História que dizem sempre, e com razão, que não é possível se comparar dois momentos diferentes na história. Quando exerci a Reitoria, era adversa a realidade do financiamento das Universidades públicas. Evidentemente, se as condições tivessem sido favoráveis, mais ações e avanços teriam sido concretizados. Apesar disso, foi possível manter a UFMT altiva e incrementar sua inserção na capital e nos pólos avançados situados em regiões estratégicas para o desenvolvimento do Estado de Mato Grosso. Nesse contexto, vale salientar que, diferentemente das realizações materiais, é possível sim, ainda que sejam momentos distintos da história, comparar a forma de conduzir a gestão universitária e o convívio com os segmentos que compõem a universidade, seus respectivos sindicatos e a inserção da instituição na sociedade.

Hoje, mais do que antes, colegas reconhecem que em minha tentativa de reeleição não lancei mão da máquina administrativa. Não usei e jamais usaria, porque não faz parte do meu perfil, tirar proveito próprio de cargos, equipamentos e material que não são meus e sim de toda a comunidade universitária e, em última análise, da sociedade que a mantém. Tive e ainda tenho a compreensão de que o que deve pautar a campanha de quem está revestido de mandato é o conjunto de ações realizadas e a postura adotada, como gestor para estabelecer as decisões institucionais na instituição e na sociedade.

É bem verdade, não por acaso, que o calendário estabelecido para a eleição em curso não favorece as candidaturas que se opõem à reeleição pretendida pelos atuais gestores. O tempo é insuficiente para percorrer toda a instituição, acrescido da dificuldade de dispor, com igual facilidade, de dados institucionais e de tempo hábil para contatos pessoais com os membros da comunidade universitária e, também, de condições para cobrir as despesas referentes a deslocamentos para os Campi de Rondonópolis, Médio Araguaia e Sinop. Apesar disso, ao longo da campanha certamente nos encontraremos algumas vezes, inclusive aqui neste Espaço Aberto que democraticamente é de todos nós e não apenas na retórica de um grupo. Nestes poucos encontros vamos debater a Universidade que queremos e, se for do desejo da UFMT, continuaremos as discussões, durante o período que antecederá o início do mandato, na perspectiva de estabelecimento de políticas e ações estratégicas de gestão.

Aqui cabe indagar: A Universidade que queremos é uma Universidade apenas cheia de prédios, que têm recebido severas críticas, quanto à qualidade e infraestrutura implantadas? É evidente que não! Construções são necessárias, contudo é imprescindível assegurar com igual prioridade as demandas da qualidade do ensino, do incentivo à pesquisa e à extensão, seja no que se refere a pessoal, seja no que diz respeito à infraestrutura disponibilizada ou à disponibilidade de tempo para tal. Há mais. Uma universidade capaz de se posicionar, quando necessário for, contra políticas de governo que não contribuam para a contratação de pessoal, condições de trabalho e remuneração decentes. Sobretudo, a Universidade que queremos é uma universidade que vai lutar e primar pela qualidade e não apenas pela quantidade, como tem acontecido nos últimos anos, em que se negligencia a visão humanista para tratar os seres humanos, na instituição universitária, como meros números com vistas a determinadas estatísticas.

No contexto atual, é preciso que sejam lançadas as bases para avançar no que interessa à Universidade: o ensino, a pesquisa e a extensão, o tripé que fez da UFMT uma universidade de qualidade que começamos a construir lá atrás, antes mesmo de 10 de dezembro de 1970. É como sempre afirmo e reafirmo: A UFMT é resultado da contribuição indelével de tantos quantos já participaram ou ainda participam da sua construção. E não apenas desta ou daquela administração superior. A cada tempo o seu próprio tempo, suas oportunidades e seus avanços.

Há muita coisa a fazer e, sobretudo, a se modificar. Isso está claro para mim e para aqueles que me lançaram o desafio de participar mais uma vez deste processo democrático na UFMT. Por isso, e também em virtude da imersão e da análise a que me referi no início desta conversa com vocês, é que me dispus, se assim for o desejo da comunidade universitária, a ser Reitor da UFMT outra vez, para comandar um processo de evolução que hoje é mais que necessário em nossa Universidade, um processo que resgate a autonomia, o convívio democrático e a discussão com vistas à qualidade, discussão da qual, infelizmente, estamos nos afastando a cada dia mais.

Por fim, esclareço que minha candidatura a Reitor é fruto do anseio de uma parcela da comunidade universitária, que entende a necessidade de tornar público que, na UFMT, o pensamento não é hegemônico no que concerne à forma em que deve se dar a gestão das ações no âmbito da instituição e também em relação à sua inserção na sociedade. Por isso mesmo é que, na condição de candidato, peço a necessária reflexão, contribuições e adesão, na forma de voto, à CHAPA 2: A UFMT EM PRIMEIRO LUGAR.

*Fernando Nogueira é professor do Departamento de Engenharia Elétrica, Doutor em Engenharia Elétrica, graduado em Administração e candidato a Reitor da UFMT.