quinta-feira, 19 de abril de 2012

ONDE ESTÃO OS NÚMEROS DA ELEIÇÃO DA UFMT?

Maurelio Menezes

Gostaria de conhecer o quadro final da consulta para escolha do novo reitor da UFMT. Qual foi a abstenção? Quantos foram os votos nulos? E brancos? Esses números podem dar uma idéia concreta sobre a quantas andam  as pernas da uiversidade no que diz respeito a cidadania (o interesse por uma escolha tão importante para a sociedade e para a própria universidade é ingrediente obrigatório na formação de um Estado cidadão). Não entendo porque até agora esses números não estão à disposição de todos. Portais de noticias de Mato Grosso não o trazem. O da ADUFMAT, uma das entidades condutoras do processo também os suprimem.  O da Universidade ignora o assunto, depois de ter feito campanha indireta para a candidata da situação o tempo inteiro com a exposição que deu a ela reitora/candidata (no momento que posto esse texto a notícia na primeira pagina no www.ufmt.br   ainda é a de ontem, o que vai contra o próprio principio da internet que é a instantaneidade).

E não existe argumento que justifique essa falta de informação, uma vez que, com a urna eletronica é possivel se saber ao final da totalização,  no exato momento da impressão do resumo, qual a abstenção, votos nulos e brancos... As informações que tenho, se verdadeiras, são alarmantes e os numeros merecem uma reflexão: teria havido cerca de 50% de abstenção e votos brancos e nulos somariam cerca de 20%. Isso significaria que os três candidatos disputaram apenas 30% dos votos, ou algo em torno de 8 mil votos. É muito pouco para quem pretende ser um centro de produção e irradiação de conhecimento e cidadania....

A Comissão Eleitoral tem obrigação de se manifestar urgente e oficialmente sobre esses números (aliás, já o deveria ter feito desde a madrugada quando saiu o resultado final com a reeleição da atual reitora, professora Maria Lúcia Cavalli Neder) e colocar à disposição da sociedade e da comunidade universitaria esse quadro... Em nome da transparência e para que se possibilite a discussão que tantas vezes ja foi proposta: qual a universidade que queremos? Uma, paupérrima, onde os servidores sejam apenas batedores de ponto, executores de tarefas e recebedores de salário ou uma, nobre nos objetivos, onde o servidor tenha consciencia que a ausência dele em debates como o atual possa beneficiar grupos que usam o espaço publico apenas para se locupletar e estão se lixando para a construção de uma sociedade menos desigual, menos injusta, mais cidadã, enfim. A ausencia é a própria ausência na vida da universidade, logo no lugar dessa universidade na construção de um estado verdadeiramente cidadão.

Eu defendo o segundo tipo, porque acredito que a unica forma de melhorarmos nosso país é investir em educação e educação, sob o olhar de estudiosos com os quais comungo meu pensamento, tem um sentido amplo que vai desde a participação efetiva em todos os processos de decisão, e da construção do mundo que queremos, até o ensino formal que, diga-se de passagem, deve ser definido num processo de ampla discussão na sociedade e não enfiado goela abaixo por quem está de plantão no poder. Essa  é, acredito, a unica forma de tornarmos nosso país menos injusto, mais cidadão, menos desigual.

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