A direção da Associação de Professores da Universidade Federal de Goias, campus Goiania, está manipulando assembléias para tentar evitar que os professores aprovem a adesão à greve nacional dos professores de univerisdade federais... Dia desses em outra atitude anti democratica, a presidente da ADUFG simplesmente abandonou uma assembléia em que a maioria defendia a greve, aprovada para começar na segunda feira, dia 11. No Blog do Sérgio você pode saber como tudo aconteceu.
Hoje, sexta feira 08 de junho, a presidente da Associação, professora Rosana Borges, mostrou mais uma vez seu lado anti democrático com um comportamento que lembra muito o de sindicalistas pelegos tão comuns nos anos 70/80. Pra quem não sabe é significa pelego, é um termo criado para identificar os baba ovos de patrões exploradores. Foi muito usado quando os metalurgicos do ABC mostraram sua força no final dos anos 70. Na época o sindicalista Luis Inacio Lula da Silva, com certeza, não imaginava que um dia seria o mentor da criação de uma Central de Trabalhadores de Instituições Federais de Ensino Superior que teria como tarefa ações como a dos pelegos que ele combatia. E se alguém dissesse isso para ele, com sua voz rouca iria excomungar o sujeito.
Hoje um grupo de educadoras da creche instalada na universidade para atender filhos de servidores e de alunos fez um passeio pelo campus com as crianças de, em media 4 anos de idade. Num determinado momento, as crianças começaram a gritar: Greve geral da UFG... Queremos greve!! Queremos greve!!! Todos riram muito, terminaram o passeio e quando chegaram na creche receberam a noticia que a presidente da Associação, Professora Rosana, havia enviado um ofício no qual afirmava ter testemunhado um fato gravissimo e acusava as professoras de terem insuflado as crianças a gritarem as palavras de ordem. As professoras negam que tenham feito isso e afirmam que foi uma manifestação espontanea das crianças. O oficio foi destinado à coordenadora da creche, com cópia para o ao Pró Reitor de Assuntos Comunitários. A integra do oficio,que tem um conteudo absolutamente arbitrário, beirando as raias do nazismo, é a seguinte:
Prezada professora,
Por meio deste instrumento, venho denunciar um fato ocorrido na manhã de hoje, presenciado por mim e outras pessoas que julgo ser gravíssimo.
Sem delongas, o que ocorreu foi o seguinte: por volta das 10h e 15, eu estava no pátio em frente ao IESA/UFG, quando um grupo de educadores da creche chegou ao local acompanhando um passeio das crianças. Ao perceberem a minha presença, uma pessoa da equipe da creche, do sexo feminino, começou a pedir para que as crianças gritassem "greve, greve, greve". Imediatamente, as crianças aderiram ao chamamento da pessoa a qual veem como educadora.
O grupo permaneceu por alguns instantes ali, e depois acomodou-se num banco, embaixo de uma árvore, ao lado do prédio da IESA. Neste local, as crianças continuaram sendo instigadas a gritar "queremos greve", fato que foi testemunhado por diversos professores da IESA e outras pessoas que por ali passaram.
A par de lamentar profundamente o fato, que desrespeita completamente a Lei nº 8069, de 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências, comunico oficialmente o acontecimento à direção da Creche UFG, coloco-me à disposição para providências.
Cordialmente,
Professora Rosana Borges
Diretora Presidente da UDUFG Sindicato
Com cópia para Economista Julio Prates - Pró-reitor de Assuntos da Comunidade Universitária
(Ela assina)
A professora Rosana cita o Estatuto da Criança e do Adolescente que teria sido desrespeitado. Provavelmente não saiba que ele garante à criança liberdade, inclusive para brincar. O texto completo da lei pode ser lido aqui. Cada artigo, cada parágrafo dele tira a razão da professora. O Capitulo II é definitivo e a professora deveria entender o que ele diz, o que ele considera direito à liberdade.
De qualquer forma é lamentável o posicionamento de uma líder sindical que sequer ouve seus liderados e, pior ainda, de uma líder sindical que toma essa atitute porque, embora como cidadã e contribuinte tenha todo o direito de assumir o posicionamento que bem entender, como líder sindical deve ter discernimento suficiente nos momentos mais delicados o que, parece-me, está lhe faltando agora.
E isso ficou claro no episódio narrado acima, quando ela abandonou uma assembléia. Hoje são 54 universidades federais em greve. Os professores querem, fundamentalmente, a reestruturação da carreira e isso implica basicamente em alguns pontos:
- Que o governo federal passe a ver a Educação como investimento e não como despesa;
- Que definamos qual a universidade que a sociedade brasileira precisa: a que privilegia a quantidade, como quer o governo federal, ou que privilegia a qualidade, como querem os professores;
- Que seja definido um plano que torne a carreira mais atraente (hoje por exemplo, um técnico com ensino fundamental, ganha mais no próprio governo que um professor de universidade federal);
- Que os aposentados tenham direito às mesmas conquistas dos professores da ativa porque eles constribuiram a vida inteira na formação de profissionais de todas as áreas do país e é injusto que sejam tratados de forma diferente agora;
Se tivessemos um governo que realmente se preocupa com a consolidação do Brasil como uma nação que não seja subalterna, essas reivindicações nem seriam necessárias, pois não há como se deixar a subalternidade sem investimento maciço na educação.
O fato é que se as crianças estavam fazendo isso - independente de ser uma brincandeira infantil ou sendo massa de manobra manipulada, enfim... tem sim que ser averiguado. Agora imagina se a brincadeira não tiver sido brincadeira, já pensou? Já estão aprendendo a fazer bullying e divertindo a platéia he he he
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