Hoje, na edição escrita da Folha do Estado, nosso papo é sobre u uso da Internet para manipular o que tem sido feito por muita gente. Um instrumento que gerou movimentos iportantes como a Primavera Árabe, os Occupys e as manifestações de maio junho no Brasil é utilizado pelo poder hegemonico de plantão para desviar a atenção de problemas graves qaue estão transformando o Brasil num pais cada vez mais subalterno.. Lamentavel. Vc pode ler também na pagina quatro da Edição Digital
do jornal.
INTERNET: TRANSFORMAR, NÃO MANIPULAR
Quando
Gabriela Possolli Vesce afirmou que a internet “Trata-se da mídia mais
descentralizada existente atualmente, e justamente por esse motivo passa a ser
também a mídia mais ameaçadora para os grupos hegemônicos, tanto política como
economicamente. As pessoas podem dizer o que quiserem por meio da internet,
conversar com quem desejarem, oferecer serviços que considerarem convenientes.
Disso resulta um grande gama de tentativas para controlar a internet, seja de
forma clara ou sutil.”, falava com conhecimento de causa que deve ter todo
pesquisador.
E
esta semana estamos tendo mais uma demonstração disso. Defensores do poder
político hegemônico de plantão estão se deleitando com um embate entre e
empresária Luisa Trajano e dois participantes do Manhattan Connection, Caio
Blinder e Diogo Mainardi, no qual a empresária dona da rede Magazine Luiza,
afirma, com razão, que pela primeira vez em 14 anos a inadimplência caiu no
Brasil.
De
acordo com o Serasa Experian, ela caiu dois por cento, depois de ter aumentado quinze
por cento no passado. Os números neste momento são o de menos, inclusive porque
há muito a ser analisado... Por exemplo, um dos fatores que pesaram foi a queda
de cheques sem fundos. Mas quem usa cheque hoje? Ou com que frequência se usa
cheques?
Mas
como escrevi acima, para o que se pretende analisar aqui, estes números e conjeturas
não importam muito. O que importa é que paralelamente há outro número que, ao
contrario da queda na inadimplência, prejudica o poder hegemônico de plantão: a
geração de empregos no país foi a pior nos últimos dez anos, exatamente o
período em que o Partidos dos Trabalhadores está no poder.
Ao
fazerem estardalhaço com um numero tentam, na verdade, esconder o outro. E ai,
para completar, vem o Ministro do Trabalho, Manoel Dias, e afirma que a baixa
geração de emprego no Brasil é um milagre se comparado com o resto do mundo,
que vive uma grande crise. O Ministro se esqueceu, propositadamente, acredito,
que também sobre esse tema o que importa é a qualidade do emprego gerado e não
a quantidade, até porque num pais imaginário onde todos estão empregados, não
há aumento algum na geração de emprego.
O
que se torna necessário no caso dos dois números que estão circulando na mídia é
a capacidade de pagamento por parte do cidadão e a qualidade do emprego gerado,
ou seja, qualidade de vida. Para isso é necessário uma política de médio ou
longo prazo, ou uma ruptura com o sistema que ai está e que as manifestações de
maio/junho já deixaram claro que não está agradando à maioria. Isto significa
investimento maciço em educação e saúde, principalmente. Mas não nessa educação
que aí está, justiça seja feita, há mais de 500 anos.
A
criação de políticas pedagógicas que beneficiam apenas parcela da população
cria situações como os rolezinhos e a insegurança (no momento que escrevo está
havendo um tiroteio –mais um- em São Luis, Maranhão, onde de manhã foi
anunciada mais uma morte no Presídio de Pedrinhas, a terceira só em janeiro
numa media de uma morte por semana). E o uso da internet como veículo de
manipulação e não de transformação deixará tudo como está, o que, é bom não
esquecer, interessa a muita gente, especialmente aos que fazem parte do sistema
hoje.
Como
há muito conteúdo na internet, a tendência é se dedicar pouco tempo à análise
da confiabilidade desses conteúdos. Um bom começo para se filtrar estas
informações é se ponderar sobre a confiabilidade do veiculo, quem está
escrevendo, sob que ponto de vista o faz e a que interesses defende.
É
mais ou menos como sempre lembra aos alunos da Pós Graduação em Educação da
UFMT o professor Passos: “Um pesquisador deve sempre pensar antes de qualquer
coisa porque esta pesquisando e especialmente para quem está pesquisando”.
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