* Pergunta
de uma senhora, na Estação do Pão, terça-feira, inicio da noite: “Será que eles
pensam que nós somos idiotas tentando nos convencer que aquele ex Secretário
foi assassinado por ciúmes?” Realmente é de se estranhar que menos de 24 horas
depois da descoberta do corpo, a polícia já tenha resolvido o caso e, como
disse o delegado, “está descartada qualquer outra hipótese como queima de
arquivo”. É bem possível. Afinal, para o Poder Público, o brasileiro sempre
acreditou em Papai Noel e em Coelhinho da Páscoa.
*
Sobre Brasil e Alemanha, interessante a entrevista do David Luiz depois do jogo
“Eu queria muito dar essa alegria ao povo tão sofrido, tão maltratado, tão... [...]”.
O problema dessa Copa é que ela nasceu errada, como um projeto político
partidário. O grande legado que ela nos deixará, como afirmou o petista Juca
Kfouri, “é ter desmascarado a FIFA como integrante de uma grande máfia
envolvida até na venda de ingresso por cambistas”. Mas nem isso até agora foi
conseguido porque a apuração da polícia segue seu trâmite normal. E não vai ser
resolvida de um dia pro outro, como num passe de mágica.
*
Nas Mídias Sociais rolou de tudo. Posts
engraçados, outros nem tanto, alguns sérios, outros sérios, mas um pouco
exagerados. Alguns deles:
*
“Isso representa mais que um simples jogo. Representa a vitória da competência
sobre a malandragem. [...] O grande legado dessa copa é o exemplo para gerações
futuras. [...] Amar a Pátria num jogo de futebol e no outro dia sair roubando,
matando por ai ou cometendo pequenos delitos, seja ele qual for, furando fila,
fazendo uma gambiarra, dando, enfim, o jeitinho brasileiro, vai nos manter
sempre como estamos, sem possibilidade de construirmos um país melhor”
*
“Não vou sair no quintal. É que tenho um pastor alemão e quando me ver em vez
de latir, vai rir”
*
Sobre uma foto da Dilma “A Copa tava comprada. Vocês me vaiaram e eu sustei o
cheque”.
* “Por
isso prefiro o UFC. Lá, quando alguém esta apanhando muito, o juiz interrompe.”
*
“Urgente, Advogado do Fluminense vai entrar com um recurso para anular o jogo.
De acordo com ele o alvará do Mineirão é para jogos de futebol e não para
bailes”
*
“Na moral... A Alemanha não destrói um país assim desde a segunda guerra
mundial”
* “Espero que todos nós, brasileiros,
sejamos tão patriotas nas urnas quanto o hino cantado lindamente pela torcida.
Aliás, a minha torcida não é pelo futebol e sim pelo país. Cresce, Brasil!
Cresce!!!” (Eduardo Mahon)
* “Vergonha não é perder jogo ou campeonato. Vergonha é o índice
de nosso IDH, a taxa de criminalidade em nossa sociedade e os níveis de
corrupção do País. Vergonha é viaduto cair antes de ser inaugurado, pacientes
deitados no chão em corredores de hospitais, crianças em escolas sem condições,
professores mal preparados e mal remunerados! Isso sim é vergonha!” (Luiza
Volpato)
Em 1982, no dia seguinte da derrota daquela seleção mágica para a fraca
Itália, o poeta Carlos Drummond de Andrade, usou a primeira página do Caderno B
do Jornal do Brasil para uma crônica maravilhosa, ilustrada por um passarinho
ferido, com a bandeira nas costas (a musica “Voa, Passarinho Voa” embalava a
seleção de Telê Santana que tinha Toninho Cerezo, Zico, Eder, Falcão, Sócrates,
Junior e companhia). Drummond se referindo ao inicio do ano em que o brasileiro
nada construíra porque o carnaval estava chegando e depois continuou sem
construir à espera da vitória da seleção que jogava por música. E encerrava
perguntando: “Que tal se agora começássemos a trabalhar porque já estamos no
meio do ano?”
Pois é... Que tal se agora começássemos a
trabalhar? Afinal estamos no meio do ano e que se começássemos por mostrar ao Poder Público que não
acreditamos em Papai Noel e em Coelhinho da Páscoa?
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