Nas “Jornadas
de Junho”, como definem alguns analistas, um dos pedidos da Voz das Ruas era a
Reforma Política. A Presidente Dilma fingiu que pretendia atender ao pedido e
preparou um rascunho de uma coisa que não caberia a ela apresentar. O Congresso
fez o mesmo com uma proposta que todos sabiam não seria colocada em prática.
Andaram tomando algumas posições saneadoras, mas só de mentirinha. Para eles, o
povo não passa de um bando de idiotas que esquece tudo um mês depois que
cobrou.
A
semana é rica em comprovações desta teoria deles. A denúncia da revista Veja no final de semana, segundo a qual
os depoentes da CPI da Petrobrás sabiam com antecedência quais perguntas lhes
seriam feitas é um destes argumentos. Ai está a a explicação do fato de no
inicio o governo querer que fosse instalada apenas a CPI do Senado onde ele
manda e desmanda. E não adianta se afirmar que a denúncia da Veja é para tirar o foco do caso do
Aeroporto que envolve o outro candidato à presidência, porque uma reportagem
como a da revista não se monta em um, dois dias e a denuncia contra Aécio
surgiu agora. Em São Paulo, Fernando Haddad nomeou Secretário pela terceira vez
um vereador condenado por improbidade administrativa.
Aqui
em Cuiabá vereadores são candidatos a deputado estadual. Pressupõe-se que eles
foram eleitos depois de assumirem diversos compromissos com eleitores. Pouco
mais de um ano depois de tomarem posse já estão dispostos a abandonar o cargo
por outro que paga melhor e lhes dá outra possibilidade. Mas com certeza não
cumpriram nada do que prometeram na campanha. Não foi esse comportamento que a
voz das ruas pediu. Pelo contrário.
A
forma de se fazer política no Brasil não mudou e mudança radical é o que a sociedade
quer. Políticos que ficam saltando daqui prá ali estão traindo seus eleitores.
Deveria ser criado um mecanismo que impedisse mais de uma reeleição para cargos
do Legislativo. Políticos como os senadores que fraudaram a CPI do Senado
deveriam ser cassados sumariamente. Uma das coisas que as ruas pediram foi a
reavaliação do mandato do político. Dois anos depois ele seria reavaliado e se
não conseguisse um percentual xis dos
votos da eleição seria demitido a bem do serviço público.
Mas
há o outro lado disso tudo: todas essas coisas estão às claras, Cabe ao eleitor
negar seu voto àqueles que traíram a confiança de quem nele votou em eleições
anteriores. Vá pra urna, como canta Carlinhos Brown, mas leve consigo a consciência
do que é preciso fazer para mudarmos tudo.
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