Hoje, véspera de Natal, acordei e, em minhas andanças pelo Facebook havia dezenas, centenas de posts desejando Paz aos amigos, virtuais ou não. Por isso decidi republicar aqui um texto postado originariamente no Portal Rmtonline, quando dele era colunista, em 24 de dezembro de 2002, portanto exatamente há 10 anos. Ele é atual e continua a representar meu pensamento, o pensamento de quem não quer Paz, porque essa paz desejada acaba sendo efêmera e eu me coloco entre aqueles que sonham e lutam por conquistas definitivas.
O mundo pede paz. O
ex-Presidente americano, Jimmy Carter, ao receber o Prêmio Nobel, falou em paz. A viúva de John
Lennon, Yoko Ono, ao lembrar o aniversário de morte do ex-beatle, falou em paz. Todos os canais de
TV veiculam campanhas pedindo paz. Nas ruas os adesivos que mais fazem sucesso
nos carros são os que pedem paz. Caminhadas, cavalgadas, carreatas e abraços
pela paz são destaque nos telejornais, especialmente se no dia houver alguma
tragédia. É a paz funcionando como contraponto à violência.
A história mostra que tudo isso funciona apenas para garantir audiência. Sempre após conflitos, grandes ou pequenos, a paz foi celebrada e comemorada. Foi assim nas duas grandes guerras mundiais. Foi assim, também, nas pequenas guerras todas com consequências mundiais. Quem não se lembra do aperto de mão histórico entre Iasser Arafat e Yitzhak Rabin nos jardins da Casa Branca celebrando a paz entre judeus e palestinos? Os dois e mais Shimon Peres ganharam, inclusive, o Premio Nobel da Paz em 1994. Oito anos depois do aperto de mão, palestinos e israelenses estão se destruindo de forma incompreensível e irracional. Mais ainda: quase noventa anos depois da Primeira Guerra Mundial e mais de 50 anos após o final da Segunda Guerra Mundial, o mundo ainda pede paz e o que temos é sangue.
Os táxis de Cuiabá circulam com o adesivo Quero Paz no Trânsito. Apesar disso, a cada dia aumenta a violência no trãnsito, inclusive com o assassinato de taxistas. Nas praias do Rio de Janeiro o Movimento Viva Rio faz uma campanha permanente pela paz. Mas o que se vê são os traficantes fechando o comércio, matando, mandando e desmandando.
Em todos os países mães se vestem de branco e pedem paz para que seus filhos possam viver num mundo melhor. Mas a cor mais frequente que é jogada em nossas retinas é a vermelha do sangue derramado por culpados e inocentes.
Por isso neste final de ano vamos todos gritar em alto e bom tom: Eu não quero Paz! Por quê? Porque o mundo não precisa de paz, precisa de justiça. Ampla, real e irrestrita.
Justiça para que sejam condenados os criminosos comuns, esse que andam sorrateiramente pelas esquinas assaltando, roubando, matando e fazendo da vida uma coisa qualquer sem valor algum.
Justiça para que sejam condenados os piores tipos de criminosos: seres desumanos como ministros do judiciário, desembargadores, juizes, políticos e policiais que vem usando cargos públicos para promover a corrupção e violência, liberando ou protegendo assassinos, traficantes, contrabandistas, agentes do crime que se convencionou chamar de organizado.
Justiça para que sejam condenados os chamados criminosos do colarinho branco, agentes públicos, muitas vezes eleitos pelo povo, que, em vez de fazer da coisa pública um bem para todos, a transforma em objeto corrompendo e se deixando corromper, para atender seus interesses pessoais, sempre mesquinhos.
Justiça para que sejam condenados os agressores covardes que se aproveitam da superioridade física para espancar mulheres e crianças.
Justiça para condenar aqueles que usam do poder que lhe foi dado para alimentar ou mesmo provocar guerras, que matam, separam pais e mães de filhos, maridos de mulheres, amantes de amantes. Guerras que destroem a vida. Guerras que destroem o sentimento de dignidade e de amor próprio, elementos fundamentais para que o ser humano sobreviva.
Justiça para condenar os que condenaram à morte crianças que nascem e permanecem desnutridas em consequência de políticas insensatas que promovem a fome, a doença e a desgraça.
Justiça para condenar os que impedem ou tentam impedir a livre manifestação do pensamento, seja ele qual for.
Justiça para condenar os que impedem o acesso de muitos à educação e à saúde de qualidade.
Justiça para condenar os que impedem a justiça para todos, porque somente depois de conseguirmos justiça é que conseguiremos e viveremosem paz. Para sempre.
A história mostra que tudo isso funciona apenas para garantir audiência. Sempre após conflitos, grandes ou pequenos, a paz foi celebrada e comemorada. Foi assim nas duas grandes guerras mundiais. Foi assim, também, nas pequenas guerras todas com consequências mundiais. Quem não se lembra do aperto de mão histórico entre Iasser Arafat e Yitzhak Rabin nos jardins da Casa Branca celebrando a paz entre judeus e palestinos? Os dois e mais Shimon Peres ganharam, inclusive, o Premio Nobel da Paz em 1994. Oito anos depois do aperto de mão, palestinos e israelenses estão se destruindo de forma incompreensível e irracional. Mais ainda: quase noventa anos depois da Primeira Guerra Mundial e mais de 50 anos após o final da Segunda Guerra Mundial, o mundo ainda pede paz e o que temos é sangue.
Os táxis de Cuiabá circulam com o adesivo Quero Paz no Trânsito. Apesar disso, a cada dia aumenta a violência no trãnsito, inclusive com o assassinato de taxistas. Nas praias do Rio de Janeiro o Movimento Viva Rio faz uma campanha permanente pela paz. Mas o que se vê são os traficantes fechando o comércio, matando, mandando e desmandando.
Em todos os países mães se vestem de branco e pedem paz para que seus filhos possam viver num mundo melhor. Mas a cor mais frequente que é jogada em nossas retinas é a vermelha do sangue derramado por culpados e inocentes.
Por isso neste final de ano vamos todos gritar em alto e bom tom: Eu não quero Paz! Por quê? Porque o mundo não precisa de paz, precisa de justiça. Ampla, real e irrestrita.
Justiça para que sejam condenados os criminosos comuns, esse que andam sorrateiramente pelas esquinas assaltando, roubando, matando e fazendo da vida uma coisa qualquer sem valor algum.
Justiça para que sejam condenados os piores tipos de criminosos: seres desumanos como ministros do judiciário, desembargadores, juizes, políticos e policiais que vem usando cargos públicos para promover a corrupção e violência, liberando ou protegendo assassinos, traficantes, contrabandistas, agentes do crime que se convencionou chamar de organizado.
Justiça para que sejam condenados os chamados criminosos do colarinho branco, agentes públicos, muitas vezes eleitos pelo povo, que, em vez de fazer da coisa pública um bem para todos, a transforma em objeto corrompendo e se deixando corromper, para atender seus interesses pessoais, sempre mesquinhos.
Justiça para que sejam condenados os agressores covardes que se aproveitam da superioridade física para espancar mulheres e crianças.
Justiça para condenar aqueles que usam do poder que lhe foi dado para alimentar ou mesmo provocar guerras, que matam, separam pais e mães de filhos, maridos de mulheres, amantes de amantes. Guerras que destroem a vida. Guerras que destroem o sentimento de dignidade e de amor próprio, elementos fundamentais para que o ser humano sobreviva.
Justiça para condenar os que condenaram à morte crianças que nascem e permanecem desnutridas em consequência de políticas insensatas que promovem a fome, a doença e a desgraça.
Justiça para condenar os que impedem ou tentam impedir a livre manifestação do pensamento, seja ele qual for.
Justiça para condenar os que impedem o acesso de muitos à educação e à saúde de qualidade.
Justiça para condenar os que impedem a justiça para todos, porque somente depois de conseguirmos justiça é que conseguiremos e viveremos