Maurelio Menezes
O jornalista Ricardo Noblat usou em o Globo de hoje todo seu espaço para comentar O Legado de Lula. É um olhar parecido com o que tenho postado aqui. Em outros momentos serve de contraponto a meus Olhares. por isso vale a pena você conhecê-lo.
O LEGADO DE LULA
Na próxima sexta-feira sairá de cena o governo de um único protagonista! Entrará o governo dos coadjuvantes do governo passado.
O período de oito anos de Lula foi construído sob medida para que ele, Lula, brilhasse sozinho. Deu certo. Nada indica que a história se repetirá no período de quatro ou de oito anos da presidente Dilma Rousseff.
Talvez seja melhor assim. O presidencialismo entre nós concentra poderes excessivos nas mãos de uma só pessoa. E isso não é bom para uma democracia que atravessa pela primeira vez, dentro da normalidade, três sucessões consecutivas.
Fernando Henrique recebeu a faixa presidencial de Itamar e a repassou a Lula, que a repassará a Dilma.
O primeiro momento de Lula como presidente da República foi de natural perplexidade. Seria possível a um ex-pau-de-arara e ex-favelado, que passara fome e sequer completara os estudos, acabar eleito para governar seu país? Depois de ter sido derrotado três vezes, Lula custou a acreditar.
O segundo momento foi de pavor. Coincidiu com o escândalo do mensalão, que levou Lula, em julho de 2005, deprimido por uns tragos tomados a mais, a falar em renúncia ao mandato. Soubera que o publicitário Marcos Valério, um dos operadores do pagamento de propinas a deputados, ameaçava contar tudo.
O então ministro José Dirceu, chefe da Casa Civil, foi acionado para negociar o silêncio de Valério e assim sossegar Lula. Teve êxito. Mas dali a mais um mês ou dois, obrigado a pedir demissão, reassumiu a vaga de deputado federal para ser cassado. Enfim, era preciso entregar alguma cabeça coroada para que Lula preservasse a sua.
O terceiro momento de Lula na presidência foi de esplendor. E de puro encantamento com ele mesmo. Reeleito em 2006, amparado por uma economia em expansão e idolatrado pela clientela dos programas sociais, passou a se comportar como um enviado de Deus. Ninguém mais do que ele alimentou o culto à própria imagem.
Por pouco não caiu na tentação de gastar parte de sua popularidade para vencer no Congresso a batalha por mais um mandato. Sondou a respeito governadores do PT e de outros partidos, além de auxiliares próximos. E aborreceu-se com alguns que se opuseram à idéia com veemência. Alô, alô, governador Jaques Wagner, da Bahia!
Está de saída porque não tem outro jeito. Mas deixa em seu lugar uma aliada fiel. Que a ele, unicamente a ele, deve sua eleição. E que ele espera lhe seja fiel até o último dos seus dias na presidência.
Que dia será esse? Por ora, Dilma não faz idéia. Lula deve fazer, mas não conta a ninguém. Até porque pode mudar de idéia.
Lula abusa da credulidade dos brasileiros quando reescreve a história do país como se ela pudesse ser dividida em duas fases: antes dele e depois dele.
Os desafetos de Lula incorrem no mesmo erro quando defendem a tese de que ele se limitou a dar continuidade à política herdada dos seus antecessores – além de ter tido muita sorte.
Nenhum presidente fez tanto pelos brasileiros mais pobres do que Lula – e esse será seu grande legado. Em oito anos de governo, o número de pobres foi reduzido a menos da metade. O programa Bolsa Família é uma invenção do governo anterior, eu sei. Mas foi com Lula que se expandiu e hoje atende a quase 13 milhões de famílias.
Quem elege os governantes numa democracia é o povo. Quem tem mais autoridade para julgá-los é ele.
Lula foi tolerante e cúmplice com o desrespeito à moralidade pública? Foi. Mas nem isso o impediu de chegar ao fim do governo com a aprovação de 83% dos seus conterrâneos. Tamanho grau de aprovação é um equívoco? Bobagem!
É fato que o povo, só por deter a autoridade suprema numa democracia, não é necessariamente sábio. Mas aonde um regime de sábios, respeitando os direitos do povo, foi capaz de conduzi-lo a uma situação melhor?
Recolha-se a São Bernardo do Campo, Lula! Tome uma por mim. E deixe Dilma acertar ou errar em paz.
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
sábado, 25 de dezembro de 2010
QUÉRCIA, POLÊMICO E DECISIVO
Maurelio Menezes
Em 1974, fui um dos jovens que se transformaram em cabos eleitorais de um jovem candidato ao Senado e o ajudaram a se transformar no Homem de Seis Milhões de Votos. Proporcionalmente é a maior votação que alguém já conseguiu no país, um número que dificilmente alguém alcançará. Orestes Quércia, um jovem empresário da área de Comunicação que havia sido prefeito e deputado estadual em Campinas era, para nós, a encarnação do novo, a possibilidade de uma representação no antiquado senado, tradicionalmente um reduto, para nós, das velharias da política nacional. O discurso que ele preparou para a posse era a concretização do que esperávamos. Ele seria mesmo a nossa voz: iria denunciar as perseguições dos militares e de políticos da direita conservadora à juventude e aos que lutavam pela democracia no Brasil.
No dia da posse o Correio Brasiliense estampou a manchete : Quércia é Corrupto! Ficamos indignados com aquela manifestação de um jornal vendido, como tinhamos certeza que era o CB. Mas veio a posse, com ela um discurso brando, vazio mesmo. Das denúncias fortes prometidas, nada. Nos quatro anos seguintes, o jovem Senador ficou escondido. Foi como se não tivesse sido eleito. Aos poucos a ficha caiu: os militares, via SNI, investigaram a vida dele e descobriram o que anos mais tarde todo o país comentaria. Quércia estava envolvido em todo tipo de falcatruas possiveis e imagináveis. A manchete do Correio Brasiliense fora apenas um recado do tipo Nós sabemos o que você andou fazendo por ai, logo fique quietinho senão... Para mim e para outras centenas de voluntários cabos eleitorais que nessa época íamos às ruas ideologicamente, foi uma decepção e, ao mesmo tempo, um aprendizado que se ajudou a solificar a defesa da necessidade de sempre se duvidar, seja lá do que ou de quem for.
O mesmo Quércia que se apequenou diante da manchete do CB (e certamente o fez porque tinha mesmo o rabo preso) foi fundamental, quase vinte anos depois no primeiro grande teste de sobrevivência da jovem Democracia brasileira. Quando o governo Collor começou a fazer água devido a denúncias do irmão Pedro (que certamente só as fez por não ter seus interessentes atendidos pela duplaF Collor - PC Farias ou mesmo por se sentir ameaçado pelos dois), o PMDB partido mais forte do país, que tinha em Ulysses Guimarães seu grande líder, era contra o impeachment. e sem o apoio dos peemedebistas Collor não seria deposto. Lula presidia o PT nessa época. E Tasso Jereissati presidia o PSDB, que nascera extamente pela existencia e pela prática política de Quércia (ele, eleito vice governador de Franco Montoro em 1982, foi aos poucos cooptando a peso de ouro os fisiologistas do partido -que eram maioria-, o que fez com que descontentes como Fernando Henrique Cardoso, Mário Covas, o próprio Montoro, Sérgio Motta, José Serra, entre outros, se rebelassem e criassem um novo partido baseado na Social Democracia, o PSDB).
Lula se reuniu com Tasso (que ironicamente hoje ele tem como inimigo declarado) e juntos foram a Quércia. Ninguém, a não ser o proprio Lula e Tasso, sabe os termos da conversa, mas a partir dessa conversa Quércia se transformou no cabo eleitoral número um do impechment, patrolando lideres como Ulysses e Sarney. Ulysses que não era bobo nem nada, quando percebeu que estava perdendo o bonde da história, virou o jogo, assumiu a luta contra Collore acabou ficando com as glórias, se bem que por pouquissimo tempo porque duas semanas depois da votação do impechment ele morreria num acidente aéreo aqui no litoral do Rio.
Com o enterro do corpo de Quércia hoje em São Paulo enterrou-se parte da história política do Brasil, uma história dúbia por excelência em que a esperança de hoje é a decepção de amanhã, os vilões de hoje são os heróis de amanhã e que o povo nunca é convidado para participar da costura dos acordos celebrados por amigos de hoje que serão inimigos amanhã e especialmente das decisões que mudam a vida dele, embora lhes vendam a ilusória sensação que, ao eleger seus representantes, está decidindo o futuro do pais.
Em 1974, fui um dos jovens que se transformaram em cabos eleitorais de um jovem candidato ao Senado e o ajudaram a se transformar no Homem de Seis Milhões de Votos. Proporcionalmente é a maior votação que alguém já conseguiu no país, um número que dificilmente alguém alcançará. Orestes Quércia, um jovem empresário da área de Comunicação que havia sido prefeito e deputado estadual em Campinas era, para nós, a encarnação do novo, a possibilidade de uma representação no antiquado senado, tradicionalmente um reduto, para nós, das velharias da política nacional. O discurso que ele preparou para a posse era a concretização do que esperávamos. Ele seria mesmo a nossa voz: iria denunciar as perseguições dos militares e de políticos da direita conservadora à juventude e aos que lutavam pela democracia no Brasil.
No dia da posse o Correio Brasiliense estampou a manchete : Quércia é Corrupto! Ficamos indignados com aquela manifestação de um jornal vendido, como tinhamos certeza que era o CB. Mas veio a posse, com ela um discurso brando, vazio mesmo. Das denúncias fortes prometidas, nada. Nos quatro anos seguintes, o jovem Senador ficou escondido. Foi como se não tivesse sido eleito. Aos poucos a ficha caiu: os militares, via SNI, investigaram a vida dele e descobriram o que anos mais tarde todo o país comentaria. Quércia estava envolvido em todo tipo de falcatruas possiveis e imagináveis. A manchete do Correio Brasiliense fora apenas um recado do tipo Nós sabemos o que você andou fazendo por ai, logo fique quietinho senão... Para mim e para outras centenas de voluntários cabos eleitorais que nessa época íamos às ruas ideologicamente, foi uma decepção e, ao mesmo tempo, um aprendizado que se ajudou a solificar a defesa da necessidade de sempre se duvidar, seja lá do que ou de quem for.
O mesmo Quércia que se apequenou diante da manchete do CB (e certamente o fez porque tinha mesmo o rabo preso) foi fundamental, quase vinte anos depois no primeiro grande teste de sobrevivência da jovem Democracia brasileira. Quando o governo Collor começou a fazer água devido a denúncias do irmão Pedro (que certamente só as fez por não ter seus interessentes atendidos pela duplaF Collor - PC Farias ou mesmo por se sentir ameaçado pelos dois), o PMDB partido mais forte do país, que tinha em Ulysses Guimarães seu grande líder, era contra o impeachment. e sem o apoio dos peemedebistas Collor não seria deposto. Lula presidia o PT nessa época. E Tasso Jereissati presidia o PSDB, que nascera extamente pela existencia e pela prática política de Quércia (ele, eleito vice governador de Franco Montoro em 1982, foi aos poucos cooptando a peso de ouro os fisiologistas do partido -que eram maioria-, o que fez com que descontentes como Fernando Henrique Cardoso, Mário Covas, o próprio Montoro, Sérgio Motta, José Serra, entre outros, se rebelassem e criassem um novo partido baseado na Social Democracia, o PSDB).
Lula se reuniu com Tasso (que ironicamente hoje ele tem como inimigo declarado) e juntos foram a Quércia. Ninguém, a não ser o proprio Lula e Tasso, sabe os termos da conversa, mas a partir dessa conversa Quércia se transformou no cabo eleitoral número um do impechment, patrolando lideres como Ulysses e Sarney. Ulysses que não era bobo nem nada, quando percebeu que estava perdendo o bonde da história, virou o jogo, assumiu a luta contra Collore acabou ficando com as glórias, se bem que por pouquissimo tempo porque duas semanas depois da votação do impechment ele morreria num acidente aéreo aqui no litoral do Rio.
Com o enterro do corpo de Quércia hoje em São Paulo enterrou-se parte da história política do Brasil, uma história dúbia por excelência em que a esperança de hoje é a decepção de amanhã, os vilões de hoje são os heróis de amanhã e que o povo nunca é convidado para participar da costura dos acordos celebrados por amigos de hoje que serão inimigos amanhã e especialmente das decisões que mudam a vida dele, embora lhes vendam a ilusória sensação que, ao eleger seus representantes, está decidindo o futuro do pais.
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
BALANÇO DE UM GOVERNO NADA MAIS QUE MODESTO - III
Maurelio Menezes
O Blog do Planalto, investida oficial do governo federal nas Midias Sociais ocupa bastante espaço para tentar mostrar que os 8 anos de Lula foram os melhores da história do país. A maioria dos textos é assinada por ainda Ministros e é mais que evidente que eles só poderiam dizer isso. Na maioria dos textos fica claro também o viés autoritário desse governo para o qual opinião correta é a opinião que elogia seus feitos, caso contrário trata-se de conspiração direitista. No Blog se referem à imprensa (para os autores Imprensa, Rádio, TV e Internet é tudo a mesma coisa) como algo com visão torta.
Lendo a defesa feita por eles, lembrei-me de minha Dissertação de Mestrado, Jornalismo: uma Ilusão Perdida?, defendida na ECA/USP na qual pesquisei a filosofia do jornalismo. Um de meus entrevistados foi o jornalista político Villas Boas Correa, uma da smais completas biografias do jornalismo brasileiro, com quem tive o prazer de trabalhar nos anos 80 nas redes Bandeirantes e Manchete. No capítulo em que estudo os Conceitos de Jornalismo, ele faz uma referência ao pessoal do Comercial que cabe como uma luva no pensamento de alguns governantes, inclusive do presidente Lula. Disse Villas
A diferença da idéia de Ruth Cardoso é que para ela os programas sociais assistencialistas seriam transitórios, já que paralelamente seriam desenvolvidas ações que permitessem o crescimento das familias assistidas. Sem capacidade para isso, o governo não só aumentou o assistencialismo como faz questão de manter seus assistidos no nivel abaixo da pobreza para que eles vejam na miséria que recebem a salvação de suas vidas. Lamentável, como lamentavel também é o fato de não se ter a curto ou médio prazo perspectivas de um programa decente no sentido de construir cidadãos e não apenas lhes dar uma esmola viciante.
O reflexo disso é a falta de programas sociais nos estados e municípios onde, feitas as devidas e honrosas exceções, casamento comunitário se transforma em política social de governantes (como foi o caso de Mato Grosso). Lula, ele proprio um retirante nordestino, deveria ter feito jus ás raízes e ter ouvido mais Luiz Gonzaga que no delicioso e comovente Vozes da Seca (ouça aqui) que compôs com Zé Dantas na década de 50 ensinava: "Seu dotô uma esmola a um homem que é são ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão"
O Blog do Planalto, investida oficial do governo federal nas Midias Sociais ocupa bastante espaço para tentar mostrar que os 8 anos de Lula foram os melhores da história do país. A maioria dos textos é assinada por ainda Ministros e é mais que evidente que eles só poderiam dizer isso. Na maioria dos textos fica claro também o viés autoritário desse governo para o qual opinião correta é a opinião que elogia seus feitos, caso contrário trata-se de conspiração direitista. No Blog se referem à imprensa (para os autores Imprensa, Rádio, TV e Internet é tudo a mesma coisa) como algo com visão torta.
Lendo a defesa feita por eles, lembrei-me de minha Dissertação de Mestrado, Jornalismo: uma Ilusão Perdida?, defendida na ECA/USP na qual pesquisei a filosofia do jornalismo. Um de meus entrevistados foi o jornalista político Villas Boas Correa, uma da smais completas biografias do jornalismo brasileiro, com quem tive o prazer de trabalhar nos anos 80 nas redes Bandeirantes e Manchete. No capítulo em que estudo os Conceitos de Jornalismo, ele faz uma referência ao pessoal do Comercial que cabe como uma luva no pensamento de alguns governantes, inclusive do presidente Lula. Disse Villas
Eu estou convencido que esse pessoal do segundo escalão dos jornais, o pessoal que gerencia, odeia jornalista. Para eles os jornalistas são todos uns chatos e o ideal seria um jornal que não tivesse noticia, só anúncios, porque o jornalista chateia a empresa, arranha os interesses da empresa, os interesses do anunciante.
Para Lula (e, justiça seja feita, para muitos prefeitos, governadores e parlamentares) jornalismo bom é aquele apregoado desde sempre por Silvio Santos: o que fala bem. Afinal, para eles seria ótimo que não se fizesse,por exemplo, a leitura correta da área social do governo. Não se divulgasse que a única política social criada pelo atual governo foi o Fome Zero, que fracassou redondamente. Lula e seus ministros adorariam que não se divulgasse que o Bolsa Família nada mais é que a unificação de todos os programas sociais criados pela ex Primeira Dama Ruth Cardoso, ela sim uma pessoa com visão social. Lula e seus ventríloquos adorariam que não se divulgasse que nem mesmo a idéia da unificação foi dele e de sua equipe. A sugestão foi dada ao Presidente por um tucano, o então governador Marconi Perilo, de Goías (eleito mais uma vez em outubro, derrotando o candidato de Lula). No lançamento do Bolsa Familia, em 2003, o próprio Lula agradeceu ao governador a idéia, como pode se constatar no video abaixo:A diferença da idéia de Ruth Cardoso é que para ela os programas sociais assistencialistas seriam transitórios, já que paralelamente seriam desenvolvidas ações que permitessem o crescimento das familias assistidas. Sem capacidade para isso, o governo não só aumentou o assistencialismo como faz questão de manter seus assistidos no nivel abaixo da pobreza para que eles vejam na miséria que recebem a salvação de suas vidas. Lamentável, como lamentavel também é o fato de não se ter a curto ou médio prazo perspectivas de um programa decente no sentido de construir cidadãos e não apenas lhes dar uma esmola viciante.
O reflexo disso é a falta de programas sociais nos estados e municípios onde, feitas as devidas e honrosas exceções, casamento comunitário se transforma em política social de governantes (como foi o caso de Mato Grosso). Lula, ele proprio um retirante nordestino, deveria ter feito jus ás raízes e ter ouvido mais Luiz Gonzaga que no delicioso e comovente Vozes da Seca (ouça aqui) que compôs com Zé Dantas na década de 50 ensinava: "Seu dotô uma esmola a um homem que é são ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão"
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
BALANÇO DE UM GOVERNO NADA MAIS QUE MODESTO -II
Maurelio Menezes
Aqui no Rio brinca-se muito que usar o termo flamenguista doente é pleonasmo, já que todos os flamenguistas são doentes. Pode-se aplicar o mesmo aos petistas e especialmente aos lulistas. Para alguns com quem conversei "considerar que o governo de Lula foi nada mais do que modesto é um ultraje". Outros com quem não conversei com certeza compactuam com esse pensamento. Para eles, os números não merecem crédito, porque números que depõem contra o Santo Lula são números conspiratórios de uma direita nacional e internacional, etc., etc. Para eles, por exemplo, nunca antes na história deste país a economia obteve tanto sucesso. Não é o que dizem os fatos.
A estabilidade da economia nos dias de hoje é consequencia do Plano Real, o mesmo que foi detonado pelo PT, por Lula, que o taxou de mais um estelionato eleitoral, e contra o qual o PT votou e boicotou por 8 anos de todas as formas que pode. Quando assumiu, sem ter política economica alguma, Lula foi buscar no que chamavam de neoliberalistas alguém para conduzir a política economica. Primeiro pensou-se em Arminio Fraga, chamado pouco tempo antes de assecla do megaespeculador Georges Soros. Sem condições de conseguir sua aquiescencia, apelou-se para o tucano de Goiás Henrique Meirelles, ligado radicalmente ao capital internacional, que deu continuidade à política economica tucana, aquela mesma metralhada incansavelmente pela base de Lula. Aqui um mérito de Lula. Consciente que não tinha política economica deu autonomia ao Banco Central, o que garantiu a estabilidade do Real. Mas no que estava além dos poderes de Meirelles, a história foi outra.
Um exemplo: a reforma tributária tão exigida nos tempos de oposição e realmente necessária ao Brasil também foi convenientemente esquecida pelo governo Lula. Para não ficar feio, o governo enviou duas propostas ao Congresso. A primeira em 2003, por orientação do próprio governo, foi retalhada no Congresso e no final teve apenas algumas coisas, todas contrárias ao brasileiro e favoráveis à sanha arrecadadora do Executivo (o que justiça seja feita não é caracteristica apenas desse governo, mas de todos). Um dos pontos aprovados em 2003 foi a prorrogação da CPMF de 0,38% sobre a novimentação financeira. Aliás, a mesma CPMF foi responsável pela maior derrota do governo Lula no Congresso, ao ser derrubada cinco anos depois. A segunda proposta de Reforma Tributária foi enviada ao Congresso em 2008 e até hoje não entrou na pauta de votações, por manobras especialmente da base do governo. Em outra palavras o executivo enviou a proposta para fazer média com a platéia, mas nos bastidores orientou a base a não aprová-la. Aliás, a sequer discutí-la.
Um dos argumentos que os defensores do Lulismo sempre usam quando se fala em economia é a queda do dolar que há muito tempo est abaixo dos dois reais, depois de, no final do governo FHC, ter chegado a mais de quatro reais. Eles fingem não saber que o dólar somente chegou a esse patamar por causa do risco que o mercado enxergava numa possivel vitória de Lula na eleição de 2002. Depois quando o sistema financeiro percebeu que ele seria muito mais bonzinho com os bancos que todos os governos anteriores, relaxaram. A comprovação disto está no faturamento do sistema financeiro. Nunca antes na história desse país o banqueiros ganharam tanto dinheiro. Nunca os bancos lucraram tanto. Nos 30 primeiros meses do Governo Lula, os banqueiros tiveram um ganho real de cerca de 12% contra uma inflação de menos de um por cento. Em reais as dez maiores instituições financeiras do pais lucraram pouco mais de 23 bilhões e meio de reais.
Mas isso foi apenas o começo. Ao final dos 8 anos de governo os bancos registram o estratosférico lucro de 420% em relação aos 8 anos do governo FHC. Um dos motivos deste lucro, de acordo com especialistas, foi que os bancos, a partir de 2003, tiveram autorização para cobrar mais tarifas e a emprestar com juros muito elevados se considerados o mercado internacional. Como o Estado é o maior devedor, dinheiro que deveria ser aplicado em Educação, Saúde, Infra Estrutura acabam no bolso dos banqueiros. Essa situação levou o canditado a presidencia pelo PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, a cunhar o bem humorado termo Bolsa Banqueiro que ele considerava o grande vilão do país hoje.A Divida Pública brasileira hoje está acima do um trilhão e 400 bilhões de reais. o resultado disso é um desastre total. No governo FHC a soma das dividas interna e externa estava em cerca de um trilhão e 100 bilhões, portanto menor do que é hoje apenas a dívida interna. Para se ter idéia do que isso significa, o governo federal paga por mês de juros dessa dívida muito mais que o orçamento anual de ministérios como o da Educação, Saude e de investimentos como o Bolsa Familia.
O governo Lula propagandeou que acabou com a dívida externa brasileira. Mentira. O então Ministro Antonio Pallocci pagou sim, antecipadamente, a dívida que o país tinha com o FMI. Mas só e com um detalhe. Para fazer isso aumentou estupidamente a divida interna brasileira. Para se ter uma idéia mais detalhada, em 1999, quando a dívida externa brasileira chegou a seu ponto mais critico, cerca de 225 bilhões de dólares, o país pagou só de juros o absurdo de 60,7 bilhões de dólares. Em 2007, só de juros da divida interna, o governo Lula pagou 90 bilhões de dólares.
O desastre da economia se estendeu aos salários. O aumento real de pouco mais de 44% do salário mínimo aparentemente afirma o contrário. Mas a leitura desses números deve ser feita de outra forma. De acordo com o DIEESE, que quando oposição o PT usava para exigir aumento do Mínimo, este salário deveria ser hoje de 2 mil e 300 reais. Mas um valor assim quebraria o país, porque os demais salarios foram achatados pelo governo. Joga-se para o público que o poder de compra do brasileiro aumentou. Também não é verdade. O que há de fato é que com o Real estável pode comprar com certeza que o amanhã não reserva surpresas. E podia-se comprar qualquer coisa em até 60 vezes (até a compra de deputados no Mensalão foi parcelada). escrevi podia porque passada a eleição veio a realidade: há dez dias para você comprar alguma coisa em 60 vezes, precisa dar entrada de 40%. Como ninguem tem esse dinheiro, ou não compra ou paga carissimo por isso. O que as empresas, de concessionarias de carros a lojas de varejo, estão fazendo é simular uma entrada e cobrando juros mais altos para compensar. Assim, a prestação de uma carro, por exemplo, que tinha embutido um juro de algo em torno de 1,2% hoje tem 2,8%.
E essa é apenas mais uma das constatações dos numeros que apontam para a inexistencia de uma política economica do governo. Há outros exemplos. Mas eles se mostram desnecessários. E demonstram claramente que Lula realmente é um fenomeno pois termina seus 8 anos com 75% de ótimo e bom apesar de ter comandado um governo realmente nada mais do que modesto. Alias, essa é uma característica da familia Lula da Silva. Afinal, o filho dele, Lulinha transformou-se da noite para o dia de um tratador de animais num bilionário sócio de grupos como o da Rede Bandeirantes de Televisão. (A reportagem que mostrou essa ascensão meteórica publicada pela Veja foi alvo de protesto de Lulinha que processou a revista. A sentença da juiza Luciana Novakoski (confira aqui) é um primor.)
Aqui no Rio brinca-se muito que usar o termo flamenguista doente é pleonasmo, já que todos os flamenguistas são doentes. Pode-se aplicar o mesmo aos petistas e especialmente aos lulistas. Para alguns com quem conversei "considerar que o governo de Lula foi nada mais do que modesto é um ultraje". Outros com quem não conversei com certeza compactuam com esse pensamento. Para eles, os números não merecem crédito, porque números que depõem contra o Santo Lula são números conspiratórios de uma direita nacional e internacional, etc., etc. Para eles, por exemplo, nunca antes na história deste país a economia obteve tanto sucesso. Não é o que dizem os fatos.
Um tucano para salvar o PT |
Um exemplo: a reforma tributária tão exigida nos tempos de oposição e realmente necessária ao Brasil também foi convenientemente esquecida pelo governo Lula. Para não ficar feio, o governo enviou duas propostas ao Congresso. A primeira em 2003, por orientação do próprio governo, foi retalhada no Congresso e no final teve apenas algumas coisas, todas contrárias ao brasileiro e favoráveis à sanha arrecadadora do Executivo (o que justiça seja feita não é caracteristica apenas desse governo, mas de todos). Um dos pontos aprovados em 2003 foi a prorrogação da CPMF de 0,38% sobre a novimentação financeira. Aliás, a mesma CPMF foi responsável pela maior derrota do governo Lula no Congresso, ao ser derrubada cinco anos depois. A segunda proposta de Reforma Tributária foi enviada ao Congresso em 2008 e até hoje não entrou na pauta de votações, por manobras especialmente da base do governo. Em outra palavras o executivo enviou a proposta para fazer média com a platéia, mas nos bastidores orientou a base a não aprová-la. Aliás, a sequer discutí-la.
Um dos argumentos que os defensores do Lulismo sempre usam quando se fala em economia é a queda do dolar que há muito tempo est abaixo dos dois reais, depois de, no final do governo FHC, ter chegado a mais de quatro reais. Eles fingem não saber que o dólar somente chegou a esse patamar por causa do risco que o mercado enxergava numa possivel vitória de Lula na eleição de 2002. Depois quando o sistema financeiro percebeu que ele seria muito mais bonzinho com os bancos que todos os governos anteriores, relaxaram. A comprovação disto está no faturamento do sistema financeiro. Nunca antes na história desse país o banqueiros ganharam tanto dinheiro. Nunca os bancos lucraram tanto. Nos 30 primeiros meses do Governo Lula, os banqueiros tiveram um ganho real de cerca de 12% contra uma inflação de menos de um por cento. Em reais as dez maiores instituições financeiras do pais lucraram pouco mais de 23 bilhões e meio de reais.
Mas isso foi apenas o começo. Ao final dos 8 anos de governo os bancos registram o estratosférico lucro de 420% em relação aos 8 anos do governo FHC. Um dos motivos deste lucro, de acordo com especialistas, foi que os bancos, a partir de 2003, tiveram autorização para cobrar mais tarifas e a emprestar com juros muito elevados se considerados o mercado internacional. Como o Estado é o maior devedor, dinheiro que deveria ser aplicado em Educação, Saúde, Infra Estrutura acabam no bolso dos banqueiros. Essa situação levou o canditado a presidencia pelo PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, a cunhar o bem humorado termo Bolsa Banqueiro que ele considerava o grande vilão do país hoje.A Divida Pública brasileira hoje está acima do um trilhão e 400 bilhões de reais. o resultado disso é um desastre total. No governo FHC a soma das dividas interna e externa estava em cerca de um trilhão e 100 bilhões, portanto menor do que é hoje apenas a dívida interna. Para se ter idéia do que isso significa, o governo federal paga por mês de juros dessa dívida muito mais que o orçamento anual de ministérios como o da Educação, Saude e de investimentos como o Bolsa Familia.
A linha vermelha marca o inicio do governo Lula |
O desastre da economia se estendeu aos salários. O aumento real de pouco mais de 44% do salário mínimo aparentemente afirma o contrário. Mas a leitura desses números deve ser feita de outra forma. De acordo com o DIEESE, que quando oposição o PT usava para exigir aumento do Mínimo, este salário deveria ser hoje de 2 mil e 300 reais. Mas um valor assim quebraria o país, porque os demais salarios foram achatados pelo governo. Joga-se para o público que o poder de compra do brasileiro aumentou. Também não é verdade. O que há de fato é que com o Real estável pode comprar com certeza que o amanhã não reserva surpresas. E podia-se comprar qualquer coisa em até 60 vezes (até a compra de deputados no Mensalão foi parcelada). escrevi podia porque passada a eleição veio a realidade: há dez dias para você comprar alguma coisa em 60 vezes, precisa dar entrada de 40%. Como ninguem tem esse dinheiro, ou não compra ou paga carissimo por isso. O que as empresas, de concessionarias de carros a lojas de varejo, estão fazendo é simular uma entrada e cobrando juros mais altos para compensar. Assim, a prestação de uma carro, por exemplo, que tinha embutido um juro de algo em torno de 1,2% hoje tem 2,8%.
Tal filho tal pai? |
domingo, 19 de dezembro de 2010
O BALANÇO DE UM GOVERNO NADA MAIS QUE MODESTO - I
Maurelio Menezes
O Governo (?) Lula chega ao fim, embora os fanáticos ou desinformados (apenas os fanáticos e desinformados) petistas e pseudo oposicionistas afirmem que o governo Dilma será a continuidade do Governo Lula. Lula entrega a faixa com uma popularidade jamais vista por outro presidente em final de mandato, um fenômeno para um governo que não foi nada além de modesto e que ficou devendo em muito em áreas fundamentais como saúde, educação, saneamento básico, infra estrutura e na área social. À primeira vista parece até uma incoerência escrever isso. Mas é a demonstrar o contrario que vou me ocupar nos próximos dias, usando números e fatos. E contra números e fatos, dizem as regras, não há argumentos.
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A primeira explicação para esse fenômeno está no fato de nos oito anos Lula ter seguido á risca o que determinou Duda Mendonça a ele no iníco do governo: Não importa o que você faça, mas sim o que o povo pensa que você está fazendo. Para isso desde o início a preocupação foi apostar na compra da mídia. A média de gasto direto com publicidade apenas do governo beira o um bilhão de reais por ano. Se somados os gastos das estatais esse valor é sextuplicado, o que nunca aconteceu antes na história desse país. Mas esse foi apenas um detalhe, como detalhes foram também a subjugação de sindicatos e especialmente de centrais sindicais e a distribuição de benesses a governadores e parlamentares.
O Mensalão foi apenas a ponta do iceberg. A falcatrua que levou à denuncia de uma quadrilha de 40 integrantes no STF, inclusive o homem forte do governo, José Dirceu que, apesar de cassado, dia desses disse que nunca se afastou do palácio do Planalto. Em outubro a blogueira Adriana Vandoni citou entrevista do centista político Marco Antonio Villa ao portal R7 na qual afirmava que o mensalão ainda em 2010 seria uma mera lembrança para o brasileiro.Quanto custou isso em dinheiro púboico. jamais se saberá.
A distribuição de uma fortuna para os produtores rurais de MT entre o primeiro e segundo turnos na eleição de 2006, que aproximou ao extremo Lula de Blairo e que mudou o apoio do então governador que pulou do barco de Alckmin, foi apenas um dos fatos que mostraram como Lula governou. O entreguismo da CUT, tracionalmente uma central sindical de luta e que se transformou numa bibelô nas mãos do governo, sem que a classe trabalhadora tivesse qualquer benefício foi apenas uma das artimanhas usadas para que o brasileiro pensasse que nunca antes da história desse país o país estivera tão bem.
Aos poucos vão aparecendo números. Lula nunca teve oposição. Esta, usando o velho e furado argumento que não apostava no quanto pior melhor, como fizera o PT em todos os governos anteriores, e que os interesses do Brasil estavam acima de qualquer coisa (na verdade, afirmam os mais informados eles foram cooptados em acordos milionários feitos em hangares de aeroportos de Brasilia e pelo país afora), deram a Lula uma carta branca. Os dados são da Consultoria Arko Advice, que analisou 404 votações nominais de interesse do governo nos ultimos 8 anos. A ausência em plenário foi a tônica dos partidos que se diziam de oposição. O PPS de Roberto Freire evaporou em 46,07%, o DEM em 44,24% e O PSDB em 41,12%. O PSOL, também oposição, não se ausentou tanto, mas votou com o governo em em 39,58% dessas votações. Uma frase que teria sido dita pelo governador reeleito de Alagoas Teotônio Vilela Filho mostra bem a qualidade da oposição que Lula teve: Oposição? Afasta de mim esse cálice!
Com uma oposição assim parte do fenômeno está explicado.
O Governo (?) Lula chega ao fim, embora os fanáticos ou desinformados (apenas os fanáticos e desinformados) petistas e pseudo oposicionistas afirmem que o governo Dilma será a continuidade do Governo Lula. Lula entrega a faixa com uma popularidade jamais vista por outro presidente em final de mandato, um fenômeno para um governo que não foi nada além de modesto e que ficou devendo em muito em áreas fundamentais como saúde, educação, saneamento básico, infra estrutura e na área social. À primeira vista parece até uma incoerência escrever isso. Mas é a demonstrar o contrario que vou me ocupar nos próximos dias, usando números e fatos. E contra números e fatos, dizem as regras, não há argumentos.
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A primeira explicação para esse fenômeno está no fato de nos oito anos Lula ter seguido á risca o que determinou Duda Mendonça a ele no iníco do governo: Não importa o que você faça, mas sim o que o povo pensa que você está fazendo. Para isso desde o início a preocupação foi apostar na compra da mídia. A média de gasto direto com publicidade apenas do governo beira o um bilhão de reais por ano. Se somados os gastos das estatais esse valor é sextuplicado, o que nunca aconteceu antes na história desse país. Mas esse foi apenas um detalhe, como detalhes foram também a subjugação de sindicatos e especialmente de centrais sindicais e a distribuição de benesses a governadores e parlamentares.
Arte publicada em outubro no Prosa & Política |
Eu tenho tanto pra lhe contar mas com palavras não sei dizer |
Aos poucos vão aparecendo números. Lula nunca teve oposição. Esta, usando o velho e furado argumento que não apostava no quanto pior melhor, como fizera o PT em todos os governos anteriores, e que os interesses do Brasil estavam acima de qualquer coisa (na verdade, afirmam os mais informados eles foram cooptados em acordos milionários feitos em hangares de aeroportos de Brasilia e pelo país afora), deram a Lula uma carta branca. Os dados são da Consultoria Arko Advice, que analisou 404 votações nominais de interesse do governo nos ultimos 8 anos. A ausência em plenário foi a tônica dos partidos que se diziam de oposição. O PPS de Roberto Freire evaporou em 46,07%, o DEM em 44,24% e O PSDB em 41,12%. O PSOL, também oposição, não se ausentou tanto, mas votou com o governo em em 39,58% dessas votações. Uma frase que teria sido dita pelo governador reeleito de Alagoas Teotônio Vilela Filho mostra bem a qualidade da oposição que Lula teve: Oposição? Afasta de mim esse cálice!
Com uma oposição assim parte do fenômeno está explicado.
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
NUNCA ANTES NA HISTÓRIA DESSE PAÍS O CONTRIBUINTE FOI TÃO ASSALTADO
Maurelio Menezes
Lula pegou um governo enxuto, sem o encosto das estatais que somente davam despesas, foram usadas historicamente como cabides de emprego. Mais ainda, com a privatização das teles, do setor elétrico e dos bancos estaduais, todos eles passaram a pagar impostos, o que não faziam antes. Em outras palavras, Lula tinha tudo para fazer um governo voltado para o cidadão, aliviando o bolso dele no que mais o destrói, a carga excessiva de tributos que paga em tudo. Mas não o fez. Para compensar criou uma boa estratégia de marketing (saída da cabeça do impoluto Duda Mendonça no inicio de seu primeiro governo) passou a dar a esmola da Bolsa Familia e contou com o deslumbramento daquela que antigamente era chamada de esquerda festiva, um grupo de pessoas que julga estar no poder (na verdade não está e é tão prejudicado quanto o resto dos brasileiros). Entre eles, jornalistas, publicitarios, profissionais liberais, professores, especialmente universitários, executivos do segundo e terceiro escalões. O resultado não poderia ser outro...
O setor elétrico é apenas um dos exemplos em que o brasileiro, inclusive a tal esquerda festiva, mas também o brasileiro comum, aquele que recebe salário minimo, foi literalmente escalpelado para encher os cofres do governo, para aplicação em sabe-se lá o que, ou melhor, sabe-se... Nos ultimos 8 anos os tributos cobrados sobre a energia elétrica mais que dobrou. E, afirma a Folha se S.Paulo, o estrago somente não foi maior porque o governo não conseguiu renovar a CPMF (que Dilma está tentando ressucitar para mneter ainda mais a mão no boldo do contribuinte). Em 2002, final do governo FHC a cada cem reais gastos com energia, sete iam para os cofres federais. Hoje vão 14 reais. A avaliação completa você encontra em reportagem de Leila Coimbra na Folha de S.Paulo .
Apesar do aumento absurdo dos impostos no setor, tivemos um apagão sem proporções em outubro de 2009. O país ficou às escuras, o que significa que o dinheiro arrecadado não foi aplicado no que deveria. Em 2009 as imagens do Apagão do Lula assustaram o Brasil e os prejuizos foram imensos tanto materialmente quanto para a imagem do país. Hoje, em Mato Grosso, voltamos ao tempo em que qualquer chuva era motivo para ficarmos sem energia.
Com toda essa comprovação de que sabe arrecadar, escapelar mesmo o cidadão, o governo tenta ressucitar a CPMF. Para quê? A sociedade não pode permitir isso. Chega de impostos. O que precisamos agora é uma aplicação justa dos impostos arrecadados, o que não existe por parte do governo.
Lula pegou um governo enxuto, sem o encosto das estatais que somente davam despesas, foram usadas historicamente como cabides de emprego. Mais ainda, com a privatização das teles, do setor elétrico e dos bancos estaduais, todos eles passaram a pagar impostos, o que não faziam antes. Em outras palavras, Lula tinha tudo para fazer um governo voltado para o cidadão, aliviando o bolso dele no que mais o destrói, a carga excessiva de tributos que paga em tudo. Mas não o fez. Para compensar criou uma boa estratégia de marketing (saída da cabeça do impoluto Duda Mendonça no inicio de seu primeiro governo) passou a dar a esmola da Bolsa Familia e contou com o deslumbramento daquela que antigamente era chamada de esquerda festiva, um grupo de pessoas que julga estar no poder (na verdade não está e é tão prejudicado quanto o resto dos brasileiros). Entre eles, jornalistas, publicitarios, profissionais liberais, professores, especialmente universitários, executivos do segundo e terceiro escalões. O resultado não poderia ser outro...
Impostos duplicaram no governo Lula |
A Av Paulista, em Sao Paulo, ficou assim |
O Rio de Janeiro ficou assim |
Com toda essa comprovação de que sabe arrecadar, escapelar mesmo o cidadão, o governo tenta ressucitar a CPMF. Para quê? A sociedade não pode permitir isso. Chega de impostos. O que precisamos agora é uma aplicação justa dos impostos arrecadados, o que não existe por parte do governo.
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