Maurelio Menezes
Depois de apresentar Olhares sobre Golda Meir, Isabelita Perón e Benazir Bhutto, o quarto Olhar da série de mulheres que, como Dilma Roussef, assumiram em regimes republicanos, o comando de seus países é sobre Angela Merkel, Primeira Ministra da Alemanha desde 2005, que tem visto nos ultimos tempos sua popularidade, a popularidade de seu partido, o CDU -União Democrata Cristã- e seus principais programas desceremn ladeira abaixo, além de, de acordo com alguns analistas, estar fazendo um mal muito grande aos demais países europeus. Essas mulheres, como ja escrevi nos Olhares anteriores têm em comum um pequeno detalhe: na campanha nenhuma delas se apresentou como candidata das mulheres ou se preocupou em apresentar propostas especificas para humanização das condições de saúde, educação, emprego, enfim, de qualidade de vida das mulheres. Ela têm em comum, também, o fato de ao longo não terem se destacado como representantes legítimas das mulheres, até por fazerem política num mundo dominado por homens e sua falta de sensibilidade, sua quase tosca relação com a vida, ou seja, biologicamente são mulheres, mas ideologicamente não o foram como por exemplo foram, entre tantas outras, Voltarine de Cleyre e Margaret Sanger no final do sec. XIX, Simone de Beauvoir, Betty Friedan em meados do século passado ou as brasileiras Nisia Floresta e Pagu. Em comum a essas mulheres mais um detalhe, este triste e lamentável: todas, em maior ou menor grau, apesar de conquistas,e com certeza involuntariamente, fizeram muito mal a seus países e acabaram, de uma forma ou de outra, sucumbindo.
Considerada no ano passado pela Revista Forbes, como a mulher mais poderosa do mundo, Angela Merkel chegou ao poder apadrinhada pelo então Primeiro Ministro alemão Helmut Khol, no governo de quem fora Ministra da Mulher e da Juventude (no primeiro governo da Alemanha unificada, em 1990) e Ministra do Meio Ambiente. No início uma figura apagada na CDU, aproveitou-se de um escandalo de corrupção que atingiu seu padrinho e ocupou espaço a ponto de ser apontada como a única pessoa que poderia assumir a liderança do partido e tirá-lo da enrascada em que fora metido por Khol.
Embora aparentemente e para consumo externo seja uma excelente governante é muito criticada internamente, especialmente em áreas que deveria se destacar como a social. Há algumas semanas apresentou um pacote econômico que prevê cortes em investimentos e uma austeriadade não vista nem mesmo quando a Alemanha saiu derrotada na Segunda Grande Guerra mundial. Os cortes serão principalmente na área social com demissões em massa em funções públicas e nas Forças Armadas que terão reduzido seu efetivo em cerca de 20%. Além disso a proposta prevê aumento de impostos em áreas essenciais, como na geração de energia nuclear, o que vai encarecer a conta do consumidor na ponta final do consumo. A idéia dela é economizar só no ano que vem onze bilhões de Euros. Com isso Frau Merkel espera diminuir a dívida publica da Alemanhta que em seu governo chegou a 73% do PIB. De acordo com o Financial Times, a política econômica de Merkel é tão frágil eque não convence nem mesmo o mercado interno. Resultado: o indice que mede a confiança dos investidores na Alemanha medido pelo independente Instituto ZEW, caiu de 21,1 pontos em julho para 14 em outubro, o pior nivel em cerca de dois anos.
Mas as criticas a Merkel não se resumem à economia. Conhecida por excentridades como beber, e muito, cerveja em público e eventualmente desfilar com modelos pouco aconselháveis a uma Chefe de Estado, acabou se tornando numa da personagens favoritas dos caricaturistas, apontados pelos defensores dela, como machistas.
Sempre papariacada pelos poderosos, Frau Merkel é acusada de ser joguete na mão deles. Para muitos essa paparicação teria sido o motivo que a levou a apoiar a invasão americana ao Iraque, bem como a tomar decisões que agradem alguns parceiros, embora prejudique a cada vez mais frágil União Européia. O resultado disso é que os indices de aprovação dela e do próprio partido têm despencado e hoje, caso as eleições fossem antecipadas (o mandato dela vai até 2013) ela não conseguiria se reeleger.
De acordo com dados da Forsa, principal Instituto de Pesquisa alemão a CDU, de Merkel, e a União Social-Cristã -CSU-, partido-irmão bávaro da legenda, teriam apenas 30% enquanto o aliado partido Democrático-Liberal (FDP) não passa da barreira de 5%, necessária para entrar no Parlamento. de acordo com o Forsa, esse é o pior desempenho da centro-direita, desde que começou a fazer pesquisas para a revista Stern, em 1986. As taxas de aprovação do governo também registraram forte queda desde a reeleição de Merkel em outubro do ano passado, à frente de uma coalizão de conservadores e liberais que teve de deixar de lado promessas de campanha como cortes de impostos e tem travado disputas sobre a realização de reformas.
Enquanto isso seu outrora aliado na chamada Grande Coalizão, o Partido Social Democrata -SPD-, tem se recuperado após registrar seu pior resultado eleitoral no pós-guerra no ano passado. Hoje ele, que tem como aliado o Partido Verde, contaria com 47% de apoio, o que seria o bastante para lhes dar uma maioria na câmara baixa do Parlamento.
Para complicar ainda mais, um dos grande programas sociais de Angela Merkel, compromisso dela com a juventude da CDU, o multiculturalismo que previa a integração de imigrantes está fazendo água a ponto dela reconhecer publicamente num festa com a Juventude que “O conceito multicultural não funcionou.”
O autoritarismo, que seria uma outra caracterítica sua, o fracasso na política economica, a falta de investimentos em programas sociais, as demissões em massa, a rendição aos interesses especialmente americanos em prejuizo da União Européia deu a Angela Merkel um novo apelido, o de Adolf Merkel e, mais uma vez a tornou objeto de caricaturas pouco lisongeiras.
Ela vai conseguir reverter a situação? Dificilmente, dizem os críticos, porque ela escolheu os caminhos e as companhias erradas para reverter essa situação.
Bom! @PortalMatrix
ResponderExcluirNossa Merkel "tupiniquim", já começou a botar as manguinhas de fora...
ResponderExcluirO tão controvertido Imposto da educação, CPMF, aparentemente vai voltar...
E olha q na campanha ela negava.
O que mais nossa presidente fará, ao contrário do que pregou na campanha?
Quem viver verá... Nossa obrigação é cobrar as posiçōes firmadas durante a campanha!!!
Bj