sexta-feira, 15 de outubro de 2010

MULHERES DE LUIZA VOLPATO TIRAM MÁSCARAS

Maurelio Menezes

Você ja leu uma história em que alguém conta sua história? Ou que uma personagem vive histórias cujas entrelinhas são as mesmas que marcaram sua vida num determinado instante? Pois essa é uma das muitas qualidades de Máscaras, primeiro livro de ficção de Luiza Volpato, que vai ser lançado na  terça-feira, dia 26 as  8 da noite, no SESC Arsenal, em Cuiabá.

Franscisca, Helena, Kátia, Marina, Ana Lucia, Paula, Talita, Elisa, Rosana, Lívia e uma balzaquiana sem nome à procura de alguma coisa que ela julgava ser maturidade são as mulheres de Luiza Volpato. As histórias delas são contadas em linhas que falam de destino, superações, dúvidas, transições, exílio, retornos, rivalidades, meandros e máscaras, mas sobretudo de mulheres. Mulheres que vivem, que sofrem, são felizes, traídas, que questionam, que participaram da história, que fizeram a história.

Os homens também estão presentes, os primeiros homens de algumas delas, o não primeiros homens, os parceiros, às vezes não tão companheiros, os canalhas, ( Canalhas? Vai depender do ponto de vista). Os amigos e as amigas, as melhores e as não tão melhores, enfim todos os personagens de nossas vidas desfilam pelos onze depoimentos. Sim, porque para contar essas histórias Luiza se transforma em onze  Luizas que vão tirando suas máscaras, se desnudando. A própria vida de Luiza pode ser enxergada em alguns detalhes... A sacada de um apartamento que fica num andar alto de um prédio do bairro Duque de Caxias da qual há alguns anos deslumbrava-se uma vista maravilhosa, os corredores da Universidade Federal que ela conheceu não como aluna (a maioria de suas mulheres passou por lá), mas que conhece como poucos  e pela qual produziu e fez como poucos.

Ao final, a descoberta da não identificada balzaquiana é também a  descoberta que muitos de nós, professores da UFMT fazemos depois de anos coordenando produção de conhecimento (alguns preferem ensinando, eu não). A balzaquiana de Luiza passou pela vida procurando a maturidade até que, ao fazer terapia (e como dar aula é uma terapia!) concluiu que não sabia bem o que queria, o que procurava. Mas sabia que o desejo inconfessável era que alguem lhe oferecesse garantias  sobre a vida e sobre o futuro.

"É isso! -pensa ela em voz alta- queria garantias, escolhas sem risco.
Escolhas sem risco: o aprisionamento de percursos traçados de percursos definidos.Escolha sem risco é a não escolha!
A vida é turbulenta, imprevisível, incontrolável!Às vezes morna, às vezes tórrida, e ainda outras, gelada e congelante. Mas a vida, somente a vida."

O livro só tem um problema: quando se começa a leitura não se tem vontade de parar. E quando se termina uma pergunta é inevitável: quando vai ser lançado o segundo? Ainda não sei. Mas o convite pra voce participar do lançamento do primeiro está logo abaixo. Vamos nos encontrar lá.



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