Maurelio Menezes
O resultado das eleições em Mato Grosso leva a algumas conclusões muito claras. Esta foi a eleição das traições, da comercialização de consciências e opiniões, do desrespeito a legislação e dos crimes confessos. Quem traiu acabou pagando caro mesmo obtendo exito na traição. E isso em todos os partidos.
O caso mais cristalino foi o do PT, porque foi explícito. A senadora Serys Slhessarenko se disse traida pelo grupo comandado por Carlos Abicalil, Alexandre César e Ságuas Moraes. Abicalil, que tinha certeza da eleição para o senado, a perdeu de forma inapelável. Alexandre Cesar não conseguiu se reeleger. Como consolo pode argumentar que conseguiu cerca de 10% a mais de votos que em 2006 enquanto o eleitorado no Estado cresceu cerca de 5%. Mas 2 mil votos é muito pouco para quem exerceu o cargo de deputado por três anos. De duas uma: ou o mandato dele não foi aprovado pela população ou a traição pesou na hora do voto. Como Alexandre foi um dos deputados mais ativos, resta a segunda opção, a da traição.
Abicalil atropelou a intenção de Serys ser candidata à reeleição e trocou uma reeleição certa de Deputado Fedreal pela candidatura ao Senado. Mato Grosso não tem a tradição de eleger dois senadores do mesmo bloco político, mas Abicalil tinha certeza que estava acima disso. E pagou caro. No caso dele não acredito que tenha sido apenas a traição. Ele pagou também pela incoerência e por colocar os interesses do partido acima do interesse dos cidadãos, defendendo o aborto e mensaleiros e indo contra reajuste de proventos para os aposentados. Já escrevi aqui sobre as incoerencias de Abicalil, de quem ja fui eleitor (confira aqui), mas a traição pesou muito contra ele e nem todo o aparato financeiro que usou o salvarou.
Saguas, o outro acusado de traição por Serys, está com a corda no pescoço. Se Pedro Henry tiver a eleição confirmada (ele está na lista dos Fichas Sujas) Ságuas perde a vaga de Deputado Federal e vira suplente. Isso depois de ficar tres anos como Secretário de Educação, numa gestão polemica que rendeu greves de professores, denuncias de corrupção, investigações da Polícia Federal e o caos no setor. Hoje, por exemplo, milhares de alunos estão sem aulas por falta de professores (em consequencia de aposentadorias e licenças médicas ou maternidade), de sala de aula (escolas sendo reformadas eno periodo letivo). A gestão foi tão ruim que uma das secretarias adjuntas dele, prof. Verinha, conseguiu votação pífia, 4.635 votos, menos do que conseguira por exemplo em sua ultima eleição como vereadora de Cuiabá.
E sobrou Serys, que fez campanha explicita para outros candidatos ao senado e levou o troco nas urnas. A verdade é que o grupo, e aí todos têm culpas, acabaram de enterrar o PT com essa brigalhada interna. E com um detalhe: o grupo de Abicalil (que está sendo chamado no miniblog Twitter de Abicaiu) poderia, se esse era o desejo, enterrar Serys deixando-a ser candidata ao Senado, eleição que certamente ela perderia.
Mas sobraram traições também em outros partidos. O PR desde o inicio da campanha teve que lutar com divisões internas e apoio explícito de alguns caciques a Mauro Mendes, que se bandeara para o PSB, num aparente jogo de cena. Em partidos menores que teriam sido cooptados pelos cifrões supostamente oferecidos pelo PMDB de Silval Barbosa, para abandonarem seus barcos. Coincidentemente ou não muitos deles apoiaram a campanha do candidato á reeleição.
No PSDB, Wilson Santos comentou comigo há cerca de 20 dias o quanto estava magoado com traição de "companheiros que estavam comigo há vinte anos. Hoje sei que não eram meus amigos e sim amigos do secretário, do vereador, do deputado estadual, do deputado federal e do Prefeito." . Mas não foram apenas esses que trairam WS. Candidatos a todos os cargos só pediam votos para o candidato a Governador quando ele estava próximo. Mas nas campanhas individuais não só não pediam, como até faziam campanha contra, movidos sabe-se lá por quais interesses. Ou melhor sabe-se sim, mas não se prova. Todos eles pagaram nas urnas por isso.
Pedro Taques em entrevista ao RDNews (confira aqui) ainda no centro de Eventos Pantanal disse uma verdade que políticos à moda antiga, aproveitadores e manipuladores precisam aprender: Essa é uma mensagem de que não existe mais gente boba. Não existe mesmo, da mesma forma que não existe leitor, telespectador, ouvinte e internauta bobo. Que isso sirva de lição a todos.
Bela reflexão.
ResponderExcluirEm minha opinião ainda imatura (esperando o voar da coruja) creio que o PT local perdeu e muito pelos próprios " cadarços” : Arrogâncias, trapaças invejas levaram a colher essa realidade. Definharam. Eu votei no Ságuas, Abicalil, Taques e Prof. Verinha ( essa ultima por gratidão, apesar de não tenha se empenhado muito para tal).
No cenário nacional o PT ganhou, menos que esperava mais ganhou ( sou do tempo do PT em que cabia em um fusca kkkk, depois Kombi, ônibus e agora um 737, é pouco).Votei em Silval, meio contrariado mais o vice e irmão do prefeito de Chapada.
Em relação ao WS, meu colega de trabalho ( bom professor) acho que ele pecou por ser um mal administrador, as empreiteiras mandaram muito, ele mesmo tem uma ou tinha ( Jaia) talvez tenha mudado de nome sei lá, mas acho que ele não foi eficiente na área de infra-estrutura e saúde.
Bom, depois falarei mais, uma bela analise sua, ( Bom jornalista kkk) quero refletir mais
Um Abraço
Fernando Belfort Mattos
P.S. Acho que uns 70% dos votos da Marina devem migrar para o PT Afinal a Marina e do PV mas a alma ainda e PT, caso o Lula converse com ela e com o seu grupo o fator histórico e emocional prevalecem. Vamos ver.