sexta-feira, 1 de outubro de 2010

NUNCA ANTES NA HISTÓRIA DESTE ESTADO...

Maurelio Menezes


Depoimento do empresário Pérsio Briante desmente Silval Barbosa, de acordo com quem todo o dinheiro desviado na compra de maquinários pelo governo do Estado já teria sido devolvido, o que agora fica comprovado, não é verdade. Mais ainda, dá mais força á história que corre por Cuiabá de que Blairo Maggi somente começou a apoiar Silval Barbosa de verdade porque estaria sendo chantageado por ele, que estaria ameaçando vazar o objetivo da fraude na compra de maquinários: fazer caixa para a campanha ao senado do ex-governador.

Por essa versão, Blairo apostava que Silval não decolaria e o PR embarcaria na candidatura de Mauro Mendes que só começou a fazer oposição de fato ao governo quando percebeu que o apoio acertado não viria.

A denuncia sobre os destino do dinheiro foi postado ha pouco no Blog Prosa & Politica de Adriana Vandoni. Confira o post:

Segundo empresário, secretário cobrava propina para caixa da campanha de Blairo Maggi

Em depoimento prestado no dia 24 de junho, o empresário Pérsio Briante, dono da Extra Caminhões, contou que logo que tomou conhecimento, em junho de 2009, de que o governo do estado faria uma licitação para compra de caminhões e maquinários, procurou a secretaria de infraestrutura e de administração para se inteirar da licitação, bem como com o então governador, Blairo Maggi. Logo depois ele foi procurado pelo dono de outra empresa do ramo, a Mônaco Diesel, Silvio Escalabrim e seu gerente de nome Rui, que lhe fizeram a proposta de alinharem os preços para participarem do pregão.

Segundo o depoimento, várias reuniões foram feitas nesse sentido com a participação de representantes de outras empresas como a Volvo e a Iveco, inclusive com a participação de representantes do governo estadual. Teria ficado acertado que eles apresentariam preço cheio, isto é, “com a margem a maior de 10%”, e que depois devolveriam de 5 a 10% para o governo. Na última reunião teria ficado estabelecida a divisão dos lotes de cada empresa.

Estabelecida essa divisão e o preço que iriam apresentar, o edital do pregão foi elaborado tendo por base o acordo.


Após as máquinas terem sido entregues, com pompa como o último ato do então governador Blairo Maggi que deixaria o cargo para disputar o senado, o empresário Pérsio declarou que passou a ser procurado pelo então secretário de Infraestrutura Vilceu Marchetti (que caiu com a deníncia e hoje coordena a campanha de Maggi), que cobrava os 5 % de propina. Segundo trecho do depoimento, Vilceu teria dito que estava cobrando em nome de Blairo Maggi e do secretário chefe da Casa Civil, Eumar Novack. Orientou Pérsio que o valor teria que ser entregue em dinheiro vivo e que o destino seria a campanha ao senado de Blairo Maggi, conforme imagem.


Se juntarmos esse escandalo ao fraudulento perdão de divida de mais de 185 milhões de reais de impostos a uma empresa que fornecia insumos a AMaggi, o denunciado desvio de 15 milhões de reais na SEDUC e a tantos outros, conhecidos e desconhecidos, fica claro que, como diria o Presidente Lula, Nunca na história deste pais, roubou-se tanto em Mato Grosso.


Fica claro também que é necessário um segundo turno nas eleições daqui, pois sem ele corre-se o risco de o poder continuar a ser exercido pelo grupo que aí está e que sempre governou para poucos, sempre privilegiou os amigos e sempre viveu do que o empresário Pérsio Briante teve agora coragem de denunciar.


Alias, Pérsio tem o costume de fazer caminhadas trajando bermudas e tênis. Quando decidiu contar tudo comentou isso com a mãe que lhe disse: "Filho você vai acabar que nem o Savio Brandão. Só que ele estava de terno e você estará de bermudas e tênis". Isso me foi contato pelo próprio Pérsio no mesmo dia em que revelou o esquema. É de se esperar que nada aconteça a ele, até porque se acontecer de antemão saber-se-á quem são os principais suspeitos

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