Maurelio Menezes
Como prometido vamos às respostas das perguntas. Antes alguns acréscimos ao conceito de cuiabania. No Twitter a blogueira @adrianavandoni comentou que para ela “cuiabania é um estado de espírito”. Adriana Vandoni escreveu também que já escreveu sobre o tema “...lá em 2005. Conheço muito pau rodado, que é mais cuiabano que qualquer um. Exemplo: meu pai” Ela se referia ao engenheiro Romulo Vandoni, ex Secretario de Estado no governo Frederico Campos, realmente um cuiabano por adoção e devoção.
Para definir quem vai apoiar, a cuiabania vai ter que responder ás perguntas colocadas no post anterior. Ao respondê-las vai se aproximar do conceito cunhado por Silva Freire e Vladimir Dias Pino, para quem cuiabania é a característica de alguém que faz com amor por Cuiaba, independentemente de onde esteja, onde nasceu e de onde veio.
Silval Barbosa foi deputado estadual e presidente da AL. Foi um dos líderes do movimento que pretendia dividir o estado, criando um estado no Nortão,para onde foi ainda pequeno e começou a fazer fortuna(ele nasceu em Borrazópolis, no Paraná). Depois de apoiar as ações do estado, quando presidente da AL, foi convencido pelo então governador Blairo Maggi a desistir da idéia. Virou vice.
Nos últimos 8 anos, período em que Silval fez parte da administração estadual, a capital foi massacrada pelo Governo do Estado especialmente em áreas vitais como saúde, educação e assistência social. Na Assistência Social, por exemplo, o grande feito do governo do estado nos últimos 8 anos foi realizar a cerimônia de casamento de 23 mil casais, a maioria dos quais já estava casada de fato há dezenas de anos. É muito pouco. Nada mesmo.
Na educação, o Estado que, de acordo com o IDEB, era o décimo segundo melhor do país, despencou para 22º, ou seja, para o penúltimo lugar. Num hipotético Campeonato Brasileiro de Educação estaria rebaixado para a segunda divisão. Nos últimos 8 anos professores do estado fizeram diversas greves e os filhos não apenas da cuiabania, ficaram sem aula. Hoje há em Cuiabá, e em muitas cidades do interior, crianças sem aula porque as escolas não estão funcionando ou simplesmente porque não há professores. O governo do qual Silval faz parte abandonou a Educação. E fez piorar a qualidade do ensino em tradicionais centros de construção de conhecimento da capital, como o Liceu Cuiabano.
O desastre maior foi na Saúde. Cuiabá é a única capital do pais que não tem nenhum hospital estadual e o único federal que tem, Julio Muller, é um Hospital Escola. O Governo do Estado comprou hospitais na capital e no interior e em vez de reequipá-los e entregar à população os fechou. Para compensar comprou ambulâncias e doou para cidades do interior (aliás, nunca ficou claro se essas ambulâncias não tinham relação com Máfia das Ambulâncias, que eram montadas em MT). Essas ambulâncias serviam para transportar pacientes para Cuiabá, superlotando as unidades de saúde daqui, como o Pronto Socorro. Alguns deputados se especializaram em trazer esses pacientes. Silval Barbosa, por exemplo, desde os tempos de AL mantém atrás da Rodoviária uma casa de retaguarda onde hospeda os eleitores que traz para o Pronto Socorro. Ou seja, em vez de aparelhar a saúde no interior e ajudar Cuiabá, prejudicou ainda mais a capital.
Uma recente auditoria do Ministério da Saúde, comandado por José Gomes Temporão, que é do PMDB, partido de Silval, concluiu que nos últimos 8 anos o Governo do Estado investiu 54 milhões de reais por ano a menos do que seria obrigado a investir em saúde,. Em outras palavras, O governo do qual Silval faz parte deixou de aplicar na saúde de MT quase meio bilhão de reais em oito anos, dinheiro que ajudaria muito Cuiabá e, a partir dela, muitas cidades do interior que precisam do abrigo da capital.
Nem tudo, entretanto, foi ruim nessa relação de Silval e seu grupo com Cuiabá. Em alguns setores, houve ação do governo e mais ele não fez porque não poderia mesmo fazer. Asfalto e habitação, por exemplo, em parcerias com a Caixa Econômica houve evoluçaõ. Na cultura houve estagnação. Pouco ou quase nenhum investimento em festas tradicionais. A Festa Internacional do Pantanal, por exemplo, que vendia Mato Grosso para o Brasil e o mundo, foi esvaziada até deixar de existir. De positivo o fato de, depois de 6 anos de reforma, terem conseguido entregar aos cuiabanos o Cine Teatro Cuiabá devidamente restaurado. Questiona-se o custo da reforma e algumas outras coisas, mas hoje o Cine Teatro é realidade.
O que os fatos mostram é que o Governo do Estado - e Silval com ele- (que fica com cerca de 25% dos impostos aqui arrecadados -a Prefeitura fica com 14% e a União com o resto-) não fez tudo o que poderia ter feito pela capital.
No próximo post vou expor meu Olhar sobre a relação de Mauro Mendes com a capital
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