Maurelio Menezes
A relação de Wilson Santos com Cuiabá é mais que conhecida. Ele já contou e recontou essa história algumas vezes. O menino que chegou aqui com três anos, filho de um agrimensor, e que foi morar no Baú Sereno. No dia seguinte o pai foi medir terras e uma das irmãs dele estava passando muito mal. À noite vizinhas bateram à porta da casa e ajudaram a mãe dele, Dona Noemia, a cuidar da menina. Wilson costuma dizer que naquele dia foi apresentado à generosidade do povo cuiabano.
Todos conhecem também a história do menino que subia as escadarias do Palácio Alencastro para vender jornais e dizia que um dia ainda trabalharia lá. Casado com uma cuiabana, Adriana Bussiki, Wilson, até por ter sido professor de História, é dos três principais candidatos o que mais conhece a cidade, que, desde que iniciou na vida pública sempre lhe deu muitos votos, como vereador, deputado estadual, deputado federal e Prefeito da capital por duas vezes seguidas. E aí começam as cobranças.
Quando foi reeleito com 21% a mais de votos que o concorrente, Wilson se comprometeu a ficar à frente da Prefeitura até o final do mandato. Um ano e meio depois, renunciou para se tornar candidato a Governador.
Essa que é a grande cobrança da cuiabania em relação a ele é também um dos motes da campanha dos adversários. Wilson se defende afirmando que quando você entra num partido político deixa de ser dono de seu destino e que foi convencido que, como Governador, poderia ajudar Cuiabá mais que como prefeito e que, além disso, os compromissos assumidos por ele também o foram pelo vice, Chico Galindo.
Ele diz ainda que devido à capacidade de investimento do Estado (o Estado arrecada em 22 dias o que a Prefeitura arrecada num ano), pode fazer o que não teria sido feito nos últimos anos, especialmente na saúde que, de acordo com pesquisa nacional do IBOPE divulgada ontem e analisada no Jornal Nacional é a maior preocupação do brasileiro no momento.
Alguns dados dão razão a ele. Cuiabá não tem nenhum hospital estadual. E a construção do Hospital Central está parada faz tempo. O atendimento na rede municipal é sobrecarregado com a vinda de pacientes do interior para a capital. Para se colocar novamente como opção de voto para a cuiabania, Wilson afirma que fez tudo o que era possível fazer por Cuiabá como Prefeito e aponta avanços em vários setores: quintuplicou, por exemplo, o orçamento da Cultura e transformou o Festival de Cururu e Siriri num acontecimento de porte nacional com 60 mil espectadores nos três dias (antes eram 10 mil em dois dias), Aponta também obras estruturantes feitas em sua gestão como a Avenida das Torres (construída com 18 milhões do Governo do Estado e União e 30 milhões da Prefeitura), Praças, Museus, como o da Caixa D´Água Velha que virou cartão postal), obras de saneamento, Nova Perimetral... Creches, Turismo, reformas, ampliações e construção de Policlínica.
Até 3 de outubro a cuiabania vai colocar na balança a história de cada um e o que realmente ele fez pela cidade. Ai vai decidir, sem paixões, ou com todas as paixões que envolve uma eleição. E essa decisão, não há a menor dúvida, vai ter uma profunda participação na definição do nome do novo Governador de Mato Grosso
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