segunda-feira, 16 de agosto de 2010

MARCELÂNDIA OU ESMOLA COM CHAPEU ALHEIO

Maurelio Menezes


Há pouca coisa mais indecente do que se aproveitar da tragédia alheia para se tirar algum tipo de proveito. E isso piora quando a tragédia é consequência da inoperância e da falta de sensibilidade do gestor. Como bem postou no Twitter @Thi_Andrade “...importante é contribuir ativamente, fazer o quê né?! o estrago já foi feito =/”, mas a tentativa de manipulação seja lá por quem for deve ser repudiada sempre.
E tentativa de manipulação é o que está acontecendo agora. A única e real grande ação que está sendo levada adiante até esse momento para minorar a dor dos que perderam tudo em Marcelândia, que teve parte de suas casas destruídas pelo fogo, é a campanha de doação de roupas e alimentos não perecíveis. O governo do estado, além de não ter trabalhado preventivamente para impedir o desastre, tenta cobrir o sol com a peneira dizendo-se dono da iniciativa. Mais uma inverdade.
A campanha foi iniciativa da TV Band em parceria com o CDL, Defensoria Pública, clubes de serviço, voluntários. Nada de Governo do Estado, que só entrou no dia seguinte e que é o verdadeiro culpado pela tragédia. Há alguns meses como informou no twitter @hiramfurquim "foi protocolado no Governo do Estado um pedido para equipar cidades do nortão com brigadas de incêndio". A resposta foi o mesmo descaso com que a atual gestão estadual trata assuntos de interesse da população. Se tivesse atendido o pedido do parlamentar e investido na criação de brigadas de incêndio poderia ter evitado o pior.
O governador Silval Barbosa foi a Marcelândia 30 horas depois da tragédia, quando o incêndio já estava sob controle, a campanha de doação já arrecadara milhares de donativos e as providencias que tomou não teriam sido necessárias de tivesse trabalhado preventivamente. Quando voltou, a primeira coisa que fez foi convocar uma coletiva tentando posar de estadista. Puro jogo de cena.
A situação agora vai ter mais uma conseqüência de outro descaso e inoperância do Governo do Estado: a falta de assistência médica. Como em todo o interior ela é deficiente agora, especialmente crianças e idosos, estão sofrendo com a fuligem que se espalhou pela cidade aumentando e muito o número de casos de doenças respiratórias.
Assim, de irresponsabilidade em irresponsabilidade vai se encaminhado para o final uma gestão que vai entrar para a história como um governo que fez muito para poucos e pouco para muitos, o que é uma tristeza.

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