terça-feira, 31 de agosto de 2010

DECISÃO JUDICIAL SE CUMPRE E DEPOIS SE RECORRE

Maurelio Menezes

Nesta terça-feira, dia 31, as 14h08 recebi a notificação da justiça eleitoral sobre a qual havia comentado com voces em post anterior. A primeira providência foi, apesar de ter 48 horas para fazê-lo, numa prova de boa fé, atender de imediato a determinação judicial o que pode ser confirmado na página onde estava o post A Cuiabania Diante do Candidato Mauro Mendes. Com isso, segui o antigo ensinamento segundo o qual decisão judicial primeiro você cumpre, depois você recorre.
A advogada do Blog está finalizando a defesa provando que todas as alegações do candidato Mauro Mendes para solicitar a censura ao Olhares não se sustentam diante dos fatos.
Em toda a fundamentação, os advogados de Mauro Mendes têm razão (e mesmo assim parcialmente) em apenas um ponto. Por um erro de digitação, e fica aqui a correção, escrevi PAT em vez de FAT, aquele um programa de alimentação em que o trabalhador paga parte do custo, o empregador outra e o governo o resto e este um Fundo que banca, por exemplo qualificação de trabalhadores. Confira aqui o significado de FAT e aqui o de PAT.
O interessante é que, como pode se perceber nos conceitos, ambos têm incentivos fiscais como base.
Assim nesta quarta feira postarei aqui as primeiras desconstruções dos argumentos dos advogados que, representando Mauro Mendes, solicitaram a censura do Blog.

UM OLHAR PRA SE ADMIRAR

Maurelio Menezes

O cientista social e professor doutor em historia, Alfredo da Mota Menezes assina um artigo veiculado hoje no Midia News sobre o que está escondido nas entrelinhas da suposta rejeição a Wilson Santos. É um Olhar muito claro e real da situação, que com outras palavras, ja defendi aqui: trata-se muito mais de uma rejeição fabricada que propriamente verdadeira, o que é de se compreender para alguem que administrou uma capital por cinco anos e meio, após recebê-la do antecessor com todos os servidores em greve, com 4 meses de salarios atrasados, sem nenhum projeto estruturante aprovado e nem mesmo previsto, com os servidores de moral baixa e sem crédito, com dívidas de alguns milhões de reais com varios fornecedores, enfim com o caos instalado no Palácio Alencastro.
O Olhar de Alfredo da Mota Menezes (que diga-se de passagem, apesar do sobrenome não é meu parente), sob meu Olhar, é definitivo. Por isso, além de indicá-lo no link acima, vou reproduzí-loo abaixo para que você faça sua própria reflexão.


WILSON E O MOMENTO

Alfredo da Motta Menezes*

Citam-se como motivos para a rejeição do Wilson Santos em Cuiabá que ele não cumpriu promessas de campanha. Que não devia abandonar a prefeitura. Ou a greve dos médicos e que as ruas estão esburacadas. Ou mesmo a venda de uma rua. Não há acusação de corrupção, mesmo havendo a Operação Pacenas.
Toda a mídia batia nisso de manhã, de tarde e à noite. Esse martelar constante, sem serem rebatidos, foi se cristalizando no imaginário popular.
Wilson Santos errou em muitas coisas, mas será que ele fez menos que outros prefeitos de antes? Quantos, depois de eleitos, cumprem todas promessas de campanha? Não houve outras greves, principalmente de professores, em outras administrações, talvez até mais fortes que a dos médicos?
Ah, ele abandonou a prefeitura para ser candidato. Dante e Serra fizeram o mesmo, também o Antonio Palocci. Palocci registrou em cartório que não abandonaria a prefeitura de Ribeirão Preto. Os fatos aí de cima são costumeiros no jogo político. Não parece que expliquem o desgaste. Avento uma hipótese.
O novo grupo no poder não achava que haveria por longo tempo algum grupo ou pessoa que desafiasse a sua atuação. Apareceu o Wilson na prefeitura com duas eleições. Ameaçava o plano maior de controle político estadual. Qualquer outro dava diálogo, ele e o PSDB, não.
Tentou-se fazer que o Wilson ficasse na prefeitura, não ficou, partiram para cima dele com muitas pedras na mão. O grupo que chegou ao poder sabe trabalhar muito bem a política do desgaste. Como resultado de um trabalho bem concatenado e inteligente, criou-se a rejeição dele. O caso precedente e ilustrativo foi o que se fez com o Dante quando deixou o governo.
Impressiona como a linguagem de todos que rejeita o Wilson é quase idêntica. É a mesma que estava na mídia. Sei que exagero, mas vem à mente o livro "1984", de George Orwell.
Veja como ter a mídia apoiando e um bom trabalho de propaganda influencia mentes e corações. O Silval, mesmo com o alto desgaste do Murilo Domingos que o apóia, está bem em Várzea Grande. A aceitação do Silval ali é resultado de uma ação articulada de imprensa e propaganda.
Como se explica o Wilson ter 34% de rejeição em Várzea Grande? Não é esse o patamar de rejeição em outras cidades do estado. O bombardeio em Cuiabá atravessou a ponte. O trabalho de desgaste do Wilson, montado em Cuiabá, foi eficiente e profissional.
Não está claro ainda se o ex-prefeito de Cuiabá e assessoria perceberam o tamanho do buraco que estavam cavando para ele. Ou perceberam e não puderam fazer nada. O zunzum ia aumentando e não houve um trabalho articulado para tentar desmontar o bombardeio. Esperar a eleição para fazer isso foi uma decisão arriscada.
Frente à situação criada, o esforço da campanha do Wilson será para levá-lo ao segundo turno. Se chegar ali, com tempo igual nos meios de comunicação, numa nova eleição, olho no olho, o jogo se equilibra.

*ALFREDO DA MOTA MENEZES é professor universitário e articulista político.
pox@terra.com.br
www.alfredomenezes.com

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

MANIPULAÇÃO ENCOMENDADA?

Maurelio Menezes


Há muito o que se falar sobre pesquisas. Uma das mais completas análises sobre o tema eu li no dia do meu aniversário, em 2002 no Jornal da Ciência da SBPC, que reproduziu um artigo escrito dias antes para o JC E-Mail pelo cientista social, professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco e Secretario da SPBC em PE José Antonio Aleixo da Silva.
No artigo ele relembra uma afirmação de H.G.Wells feita na primeira metade do século passado, segundo a qual “os números não mentem mas os mentirosos usam os números” e vai além afirmando que “Adotar a estatística como instrumento para prognose é absolutamente indicado, mas seu uso inconseqüente pode funcionar como um excelente cabo eleitoral nas mãos dos inescrupulosos manipuladores de números que tentam atingir os eleitores indecisos”.
Essa análise me veio à mente hoje quando alguns sites (coincidentemente os mesmos de sempre) anunciaram, juntamente com a TV Cidade Verde, a eleição de Silval Barbosa em primeiro turno. A fonte é o mesmo Vox Populi que na eleição de 2004, 12 dias antes do segundo turno deu a vitória de Alexandre Cesar, do PT, por 22 pontos de vantagem sobre Wilson Santos, do PSDB, na disputa pela prefeitura de Cuiabá.
Uma simples análise dos números mostra que ou as manchetes foram encomendadas ou seus editores não têm a precaução que devem ter os jornalistas bem intencionados em situações como essa. Afinal numa pesquisa com 25% de indecisos é cientificamente impossível se afirmar em definição no primeiro turno quando a soma percentuais dos adversários é apenas 4% menos que o do primeiro colocado. E olha que não estou questionando a honestidade dos números e não o faço por não ter à mão a pesquisa completa, com detalhes, por exemplo, da amostra e da distribuição dela pelo Estado. Amostra, como se sabe, é um dos pontos que mais se usam para manipular resultados em pesquisas.
Não é sem razão que no artigo o professor Aleixo relembra uma afirmação de Márcia Cavalieri, diretora executiva do Ibope para quem “Mais importante (que o tamanho da amostra) é a qualidade da representatividade da amostragem. Ou seja, seu grau de similaridade com todos os grupos sociais e regiões do país em proporção mais próxima possível à da população pesquisada".
Para apontar vitória de Silval Barbosa no primeiro turno o Vox Populi, de acordo com alguns sites, simplesmente transformou os 25% de indecisos em votos nulos. O erro é amador, elementar e ai fica a pergunta: para atender a qual interesse ele foi cometido? Uma pergunta que se estende aos sites que divulgaram o resultado como correto: a quais interesses (ou seriam intere$$es?) atendem esses sites ou ainda de quem foi a encomenda da afirmação?

PRÁ QUÊ, AFINAL, SERVEM OS FILHOS?

Maurelio Menezes


Se for da classe média, sem dúvida alguma, para dar gastos aos pais. Há discordância entre os números. Para alguns estatísticos, uma criança de classe média, somente no primeiro ano de vida, faz com que os pais gastem algo em torno de 25 mil reais. Até entrar num curso superior, este custo sobe para 300 mil reais. Para outros estatísticos, entretanto, o gasto é bem maior. Chega a 800 mil reais quando o filho estiver terminando a faculdade.
Mas, se não for da classe média, tanto quanto aqueles que o são, filhos servem para muitas outras coisas.
Filhos servem, também, para dor de cabeça aos pais. Primeiro quando, ainda bebês, passam noites acordados. É uma dorzinha aqui, outra ali e lá se vão horas de insônia sem fim. Depois, já mais crescidinhos, os problemas são outros. Será que está tudo bem no prezinho? E aquele chatinho do coleguinha que morde o coitadinho todos os dias... Ah! Se eu pego ele!!! Passa o tempo, muda o cenário e o motivo da dor de cabeça. Mas ela persiste. Se for filha vem logo aquele pensamento inevitável: todos os rapazes do mundo estão de olho em minha princesinha. É preciso tomar alguma providência urgente para afastar esses abutres. Se for filho o pensamento é parecido, só muda o sexo: Lá vem aquela sirigaita de novo... Ah! Aquela oferecida!!! Tanto para a filha quanto para o filho a dor de cabeça nos dias de hoje tem, também, outro motivo, muito mais sério: as drogas. Será que ele (ou ela) está andando em boa companhia? Sim, porque a culpa é sempre da companhia e nunca de nossos filhos.
Filhos servem, também, para pegar escondido o carro do pai e da mãe. Antes dessa fase servem, por exemplo, para ter uma iniciativa do tipo lavar o carro usando uma esponja de aço na lataria. Mas nesse caso eles se justificam: como o carro é novinho e na última chuva ficou muito sujo, quis deixá-lo bem limpinho para agradar ao papai e à mamãe.
Filho, quando pequeno, é claro, serve para você entrar no seu banheiro (aquele que você pediu à empregada para lavar e deixar cheirosinho) e sentir que alguém fez xixi fora do lugar. Pior ainda quando o cheiro é de cocô... Filha serve para usar aquele batom que a mãe ganhou do pai no dia do aniversário... Aquele,MAC, especial, caríssimo... Quando crescem, os dois servem para tomar aquela cerveja que você colocou no congelador.. Servem também para comer o último restinho do seu doce favorito.
Filhos servem para você perder a paciência, sofrer, se preocupar, para obrigar você sair à noite para ir buscá-los, virar a cara para seu melhor amigo porque ele deu uma bronca no pobrezinho, brigar com o Colégio, deixar de fazer muitas viagens, de sair muitas noites... Filhos servem para tanta coisa, que nem é bom pensar.
Filhos servem, por exemplo, para nos olharmos no espelho e nos perguntarmos: que tipo de pai eu seria se não tivesse filhos? Se não fosse por eles, eu saberia ser pai? Filhos servem para nos ensinar a sermos pais. Para nos ensinar que o mundo tem pessoas diferentes. Como eles e a gente, por exemplo. Para nos ensinar que um sorriso significa mais que qualquer outra coisa no mundo. Para nos ensinar que muitas vezes somos injustos exatamente por querermos ser justos. Para nos ensinar que a vida é feita e só tem razão de ser por pequenos e tão simples detalhes quanto um garrancho num caderno, um risco na parede, um desenho numa folha (aquela última que você tinha na impressora e estava guardando para imprimir um documento importante). Filhos servem para nos ensinar que a vida é assim...
Filhos servem para fazer de nós, pais, seres melhores, menos adultos embrutecidos e mais crianças inocentes. Para nos fazer mais, muito mais, felizes do que seríamos se eles não existissem. Filhos servem e existem para nos matar de saudade quando ficamos um pouquinho longe deles. Filhos servem, enfim, para nos dar um ensinamento que não há estatístico que consiga calcular o preço. Filhos servem para nos ensinar a viver.

O QUE É UMA IMAGEM DE INGRATIDÃO

Maurelio Menezes


Ainda não fui notificado, mas fui informado por terceiros que o candidato Mauro Mendes entrou com uma representação contra mim para que eu retire do ar o post A Cuiabania diante do Candidato Mauro Mendes. Assim que for notificado cumprirei imediatamente a decisão judicial e entrarei com o competente recurso, contra o que, pessoalmente, considero tentativa de censura por parte do candidato, já que tudo o que escrevo aqui o faço usando de minha liberdade de expressão.
Já escrevi aqui que a liberdade de expressão não é um direito absoluto porque não pode ser usada como argumento para se promover obscenidades, anarquia política, difamar ou caluniar. Por isso nunca escrevo nada com esses objetivos. Pelo que fui informado, a defesa do candidato, entre outras tergiversações, alega que eu praticava um crime ao afirmar que o candidato por atacar o governo do estado que até poucos dias apoiava, criara uma imagem de ingrato.
Apenas reproduzi aqui comentários veiculados em meios de comunicação todos os dias, o que comprova a existência da imagem de ingrato. Isso não significa (e em momento algum escrevi isso) que a imagem seja o retrato da verdade. Apenas que ela existe. Hoje, no miniblog Twitter , logo após a exibição do programa eleitoral gratuito, a filha do deputado @josériva, postou algumas manifestações que comprova a existencia dessa imagem, as quais reproduzo abaixo:
-@janariva :”Engraçado o MM usar imagens do meu pai no programa falando mal de Silval, quando nos apoiávamos ele e éramos até amigos meu pai era bom
- @janariva: “Estou pasma em ver o que a pessoa não faz pelo poder. E muito magoada, sinceramente falando.”
- @janariva :” ... Estou chocada com os ataques. Nós ajudamos ele na campanha prá prefeito, eu ia na casa dele... Acredita?
- @janariva: “É assim mesmo. Já estamos craques em nos defendermos de golpes nas costas.
Nesse momento, com meu perfil @MaurelioMen enviei a ela a seguinte mensagem: “@janariva gratidão com gratidão se paga? Rsrsrs” e ela me respondeu:
-@janariva: “@MaurelioMen Desse jeito? KKKK Tô bege! Achei que ele não seria capaz de tanto.... É o poder NE, meu amigo?

Como se vê a imagem de ingratidão não nasceu de minhas palavras no Blog e sim de um sentimento que, como dizem os advogados, “resta provado nos fatos”. E restará provado nos autos também.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

GOVERNO FEDERAL PREJUDICA MATO GROSSO

Maurelio Menezes


Ontem ao visitar Mato Grosso, a candidata Dilma se desmanchou não apenas em calor, mas também em afagos e promessas. Tudo para conquistar o voto do eleitor da terra. Uma das promessas mais ouvidas tanto em Rondonópolis quanto em Cuiabá foi que, eleita, aumentaria os investimentos no estado, especialmente no agronegócio. Ontem mesmo sites deram destaque às promessas, que ganharam a primeira pagina dos impressos de hoje e que valeu atÉ uma sonora no Jornal da Globo, ontem a noite.
Hoje, menos de 24 horas depois da juras eternas de amor da candidata, a realidade: governo federal cancela 17 milhões de reais em obras em Mato Grosso. Esta lá no Diário Oficial da União como mostra reportagem do site Olhar Direto
Silval Barbosa e Mauro Mendes estão se digladiando publicamente para aparecer na foto com a candidata, de quem se dizem chegados e a quem ela teria prometido tudo por Mato Grosso. Ontem pareciam duas crianças fazendo birra porque o outro se dizia dono do bombocado. Pois em nome dessa amizade deveriam cobrar publicamente da candidata a pilhagem que o governo dela acaba de fazer com Mato Grosso.
Mais ainda: por serem amigos dela desde criancinhas, deveriam vir a publico e pedir desculopas ao povo de Sorriso, Ribeirão Cascalheira Rondonópolis, Cuiabá, entre outras cidades e regiões, e a todos os brasileiros que passam por essas cidades que serão prejudicados pela retirada de recursos que seriam fundamentais na construção e asfaltamento de estradas para salvar vidas, escoar safra a custo menor, levar progresso e qualidade de vida para as regiões beneficiadas.
Se não o fizerem vao deixar claro que compactuam com a candidata que promete com a boca para ganhar votos e prejudica o estado no dia seguinte por deixar o governo que ela representa tirar dinheiro de obras daqui para passar para outros estados. Ô Raça!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

PAPO DE ONIBUS - I

Zé do Ônibus


Fim de tarde. Avenida Estevão de Mendonça. Praça Santos Dumont. Cuiabá. O 308, vindo do Ribeirão do Lipa, está lotado. Mas na Isaac Povoas, vaga um lugar ao lado de uma mãe, com uma criança no colo. Um carro de som fazendo propaganda política passa pelo ônibus. A mãe começa a conversa:

- Nunca vi nenhum deles dizendo que vai fazer coisa errada. Depois é só o que fazem.
- É promessa que não acaba mais, não é mesmo?
- Pior são aqueles que ficaram ai anos, não fazem nada e agora dizem que vão ajudar a cidade. Pó pará... Veja esse Sinval. Nunca ajudou Cuiabá e agora jura chorando que vai construir hospital aqui.
- Pois é... Dizem que ele em vez de ajudar traz gente do interior pra ser tratada aqui...
-Isso é verdade... Tem um casarão que fica ali atrás da rodoviária... E tá sempre cheio de gente que ele manda pra tomar nossos lugares no Pronto Socorro...
-E os outros candidatos? Você acha melhor?
- Olha... Tem o tal de Mauro Mendes... Mas o que ele já fez de concreto? Na televisão diz que fez muita coisa na empresa dele. Pode ser... Mas eu nunca ganhei nada com a empresa dele. Ele fez pra lucrar e enricar... Diz que fez na tal da Fiemt. Mas ai é fácil, até eu, né? Ele parece ser gente boa, apesar de estar muito mal acompanhado e tem umas coisas estranhas. Até ontem ele e o Sinval eram amigos, da mesma turma e agora viraram inimigos. Humm! Me engana que eu gosto
- E os outros dois candidatos?
-Olha, o Marcos do partido do procurador Mauro eu nunca tinha ouvido falar. O Wilson, eu fiquei tiririca quando ele saiu da prefeitura. Mas agora ele explicou. E se a gente for ver vai descobrir que é verdade mesmo. Esse negócio da saúde, por exemplo. É lógico que seria muito melhor se não fosse o povo do interior que vem pra cá... O Wilson fez bastante. Veja o Cuiaba Vest: nao pago nada, ganho o material de graça e o passe do ônibus.Se eu nao passar na Federal vou me candidatar a uma vaga da Bolsa Universitaria. por isso já falei pro meu marido: vou votar no Wilson de novo, porque ele eu conheço e sei que se não fez mais pela gente é porque não deixaram.
- E prá presidente?
- Ainda tô pensando. Meu marido disse que vai votar na Dilma. Disse que vai votar nela por causa do Lula...
- Porque não faz a mesma coisa?
- Eu não...Porque a Dilma não é o Lula e aqui pra nós será que o Lula é essa maravilha toda que dizem? Tenho minhas dúvidas porque ouvi umas histórias que estão muito mal contadas sobre o filho dele que da noite pro dia ganhou uma grana preta. Lá em casa eu trabalho prá caramba, meu marido trabalha pra caramba. Agora, por exemplo, pra eu ir pro cursinho ele está cuidando do nosso filho de 4 meses e eu tenho que trazer o Eduardo, esse daqui, comigo. E não estamos ricos coisa nenhuma.
- Mas em quem você vai votar?
- Olha o Serra parece ser boa gente mas eu acho que vou votar na Marina. Ela está de fato preocupada com o Meio Ambiente e se ela tivesse sido ouvida quando era Ministra com certeza a gente não estaria vivendo essa situação que ta difícil até de respirar.
-Mas tá difícil ela ganhar...
-Não faz mal. No primeiro turno eu voto nela... Depois é outra história.

Ponto do viaduto do CPA. Zé do Ônibus desceu com uma convicção: “Essas mulheres são danadas. Ainda vão mudar a história desse pais”

DESCOBERTO PORQUE DILMA PASSOU MAL EM MT

Maurelio Menezes

Acostumada no ar acondicionado de Brasília Dilma Roussef teve hoje em Mato Grosso a primeira mostra do que é o Brasil, um país continental, com quatro estações no mesmo dia: não aguentou e passou mal durante carreata na cidade que hoje registra temperatura de 36º com sensação termica de 37º ventos a 11KM por hora e umidade relativa do ar de 11%, de acordo com o Tempo Agora. Mostrando que não é de aguentar o tranco, a candidata terminou o passeio num confotavel Corolla com o ar condicionado ligado no último.
Mas o comentario é que não foi o calor nem a fumaça, resultado da inoperancia do governo do estado, a culpada pelo mal súbito da candidata. Moradores de Rondocity garantem que foram as companhias que a deixaram enjoada. "Com companhias assim, qualquer cristão está sujeito a sofrer tonturas, ter náuseas e a borcar", disse um cidadão rondopolitano. Fica combinado assim. A partir de agora ela deve colocar o aviso no programa eleitoral gratuito: "O Ministério da Saúde adverte: andar com Silval Barbosa é prejudicial à saude". Ô Raça!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

DE QUEM É A CULPA PELAS QUEIMADAS?

Maurelio Menezes

A pergunta rolou hoje de manha no miniblog Twitter, postada por @MariOlimpio . Logo surgiram respostas, inclusive a minha, @MaurelioMende quem queima e do poder público que não cria políticas para conscientizar”. Ou de @hiramfurquim para quem “sem papas na língua, a culpa é da merda do governo que só entope as botina de dinheiro. O carvão da queimada é a grana do povo!”. Mais tarde surgiram outras perguntas e sugestões, como a de @andersennavarro que retuitou @indiopoxoreu Se você está em Cuiabá, beba bastante água, use protetor solar e Evite d respirar fundo !!! ”. A primeira parte tudo bem, mas a segunda fica mais difícil. E a continuar assim seremos todos obrigados a radicalizar esse conselho. Em vez de evitar respirar fundo, vamos ter que parar de respirar
Mato Grosso é o campeão nacional das queimadas. E não é de hoje. Todos os anos sabe se que haverá queimadas. Todos os anos a história se repete. Nessa época, sem chuva, sem poder respirar direito multiplicam se as reclamações. Em Cuiabá a situação é mais complicada porque a cidade fica numa depressão geográfica, numa área que segundo se conta, há alguns milhões de anos foi a parte mais funda de um imenso oceano. Toda a fumaça de queimadas em cidades mais altas acaba se concentrando aqui.
Sofrem mais as crianças, sofrem mais os idosos... Sofrem todos. Mas porque não se mudou isso? O Governo do Estado gastou nos últimos anos 240 milhões de reais em propaganda. Mostrou máquinas, que depois se descobriu foram superfaturadas em quase 50 milhões de reais (e até hoje não se sabe onde foi parar o dinheiro). Mostrou-se casamentos. Mostrou-se estradas (mas não se mostrou a quem elas realmente beneficiaram). Não se mostrou investimentos em saúde porque eles não existiram. Nem em educação. Porque não se conscientizou contra desse crime? Porque não se puniu?
Há algumas teorias circulando pela aí. A primeira e provavelmente a principal é a teoria da vaca na sala. Deixa a situação ficar insustentável e ai vem o governo contrata brigadas e mais brigadas de incêndio. Fica de bonzinho, posa para a foto da campanha eleitoral como sendo o salvador da pátria. Ou seja, o governo do estado coloca uma vaca em nossa sala e depois a tira como se fosse o mocinho da história.
Não é não. É o grande vilão e, pela inoperância e falta de planejamento, o grande responsável pelo sofrimento de nossos dias e de nossas noites, quando até mesmo o sol e a lua surgem encobertos pela ação da incompetência e falta de uma política que privilegie o meio ambiente e que demonstra que esse governo não sabe mesmo cuidar de gente, está se lixando para o ser humano.

sábado, 21 de agosto de 2010

PRIORIDADE DO GOVERNO DE MT: FAZER POLITICA

Adriana Vandoni
O estado tem mais comissionados e focos de incêndio, que bombeiros

Original publicado em Prosa & Política em 21/08/210


Dias atrás publiquei em Prosa & Politica um comentário feito pelo jornalista Vila, do ClickMT, onde ele afirmava que o número de policiais nas ruas de MT é menor que o número de comissionados. O blog resolveu então buscar mais informações para, através dos números oficiais, traçar qual é a linha de prioridades do governo de Mato Grosso. Os comissionados, antes chamados DAS, agora transformados em DGA, são cargos de indicação política. Raros são os casos em que funcionários de carreiras ocupam um DGA por merecimento, sem a interferência de políticos. As secretarias estaduais são literalmente loteadas. Um caso que ocorreu recentemente e foi relatado ao blog, de um funcionário que chegou para um DGA e afirmou: o deputado fulano quer que eu ocupe um cargo de direção e eu quero o seu. Simples assim. O fato só não foi consumado porque o tal deputado fulano teve sua força reduzida nas últimas semanas.

Ao todo o governo de Mato Grosso tem hoje 7.368 cargos comissionados. Desses, 2.089 sequer possuem vínculo de carreira. Vale lembrar que em 2003, quando Blairo Maggi assumiu o governo, o estado não tinha mais que 600 comissionados.
A justificativa usada pelo ex-secretário de Administração, Geraldo de Vitto, que deixou a secretaria meses atrás, depois do escândalo do superfaturamento na compra de máquinas, de que o Estado cresceu, a arrecadação aumentou, etc, etc, etc., e que “a administração também tem que acompanhar, não pode ficar para trás” (leia aqui), não vale para todas as áreas.
Áreas estratégicas continuam padecendo por falta de pessoal, como a segurança pública. No estado que abriga o município proporcionalmente mais violento do país, o número de comissionados é maior que de policiais nas ruas. Enquanto o estado possui 7.368 comissionados (entre de carreira e não), a Polícia Civil tem meros 1.787 investigadores para cobrir um estado com 141 municípios e quase 3 milhões de habitantes. Segundo dados da Secretaria Nacional de Justiça, de 2003 pra cá, em Mato Grosso na relação habitante por profissional de segurança pública diminuiu 1,92%. Ou seja, o efetivo não tem acompanhado a crescimento populacional.
A situação se agrava mais quando comparado o número dos comissionados com o número de bombeiros. Numa área de 906.069km2, Mato Grosso que todo ano tem uma severa temporada de seca, a cada ano mais rigorosa e propícia a incêndios, o estado possui 903 bombeiros, precários equipamentos e nenhum avião de combate a incêndios. No início de agosto a cidade de Marcelândia foi destaque na midia nacional em função de uma tragédia. O município, 710 quilômetros ao norte de Cuiabá, foi tomado por um incêndio iniciado no lixão da cidade, que destruiu 80% de sua área industrial e queimou cerca de 100 casas. Marcelândia, que todo ano sofre com a seca e com focos de incêndio, não tem corpo de bombeiros. Aguardou por quase 12h a ajuda do município de Sinop, o mais próximo a ter corpo de bombeiros.
Como o estado não possui aeronave própria para combater fogo, um contrato às pressas foi fechado entre o governo e a empresa Tucano Aviação Agrícola, no valor de R$ 1.022.000,00 (um milhão e vinte e dois mil reais) para trabalhar durante dois meses, conforme contrato abaixo.
O absurdo chega a tal forma que na última quinta-feira, dia 19, segundo o INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o estado de Mato Grosso registrou 1.317 focos de incêndio. Não temos sequer um bombeiro para cada foco. No ano já foram registrados pelo INPE, 30.451 focos (até o dia 19/08).
Através dos números, constata-se que a prioridade da administração pública do governo de Mato Grosso é fazer política, não buscar o bem estar da população. Em casos trágicos como o do município de Marcelândia e região, que todo ano enfrentam os mesmos problemas de seca e incêndios, o governo, deliberadamente, está assumindo o risco ao não prevenir, nem equipar.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A SEGURANÇA NOSSA DE CADA DIA

Maurelio Menezes


O Jornal Nacional está apresentando essa semana uma série de reportagens especiais sobre as grandes preocupações do brasileiro identificadas pelo IBOPE numa pesquisa nacional. A maior delas, apresentada na terça-feira, é a saúde. A segunda, exibida na terça-feira é a educação. Ontem foi apresentada a terceira maior das preocupações, a segurança. De acordo com a pesquisa, a cidade mais violenta do país é Juruena, aqui em MT.
Mato Grosso, que já detém diversos recordes negativos, como o de campeão de desmatamento e de focos de queimadas, ganha mais um, o de possuir a cidade mais violenta do país. Culpa de seus moradores? Não. Com certeza não, pois não é de graça que em Mato Grosso hoje se mata mais que no confronto Israel X Palestina e, proporcionalmente, se mata mais aqui que no Rio de Janeiro.
Essa triste estatística esconde outra, mais triste ainda. Estima-se que por ano morram no Brasil cerca de 2 milhões de pessoas vitimas da violência. Mas nunca se falou do número indireto de vítimas, pais e mães que perdem os filhos, filhos que perdem os pais e as mães, irmãos que perdem irmãos, maridos que perdem esposas, esposas que perdem maridos, companheiros que perdem companheiros. Mas porque se mata tanto que nenhuma guerra consegue ser mais violenta?
Primeiro porque, feitas as devidas e honrosas exceções, o poder público ainda não entendeu que a melhor forma de se combater a violência é investir em ações sociais não de forma propagandística e demagógica. E que Ação Social séria é aquela que define suas prioridades de forma correta.
Fundamental em Ação Social é se criar políticas públicas voltadas para o cidadão. E quanto mais novo for esse cidadão, mais deve ser objeto de cuidado. Uma das exceções é o Estado de São Paulo, o mais populoso e mais rico da Federação, onde, de acordo com registros recentes, os índices de violência vêem caindo exatamente porque se investe muito em ações sociais.
Em MT, quando assumiu, em 2003, Blairo Maggi tinha como vice Iraci França que criara anos antes em Cuiabá o mais perfeito programa de proteção e prevenção de gravidez na adolescência, o Simina. Blairo poderia tê-lo estendido a todo o estado. Não o fez. Na Capital, Wilson Santos investiu pesado no programa (atendia 500 adolescentes e hoje atende a 2000). Resultado: nenhum caso de gravidez e 99% de aproveitamento escolar. Ao se envolver no programas essas meninas não estão se envolvendo com marginais.
Foi criado em Cuiabá em 2006 o Sermenino, programa da Secretaria de Ação Social que tirou das esquinas da cidade menores pedintes. Grande parte desses menores era usada por traficantes como distribuidores de drogas. Esse também é um programa que o Governo do Estado deveria ter estadualizado e não o fez.
Programas de entidades do Terceiro Setor, como a CUFA –Central Única das Favelas- deveriam ser amplamente assumidos pelo Estado e não o são. O número de adolescentes que deixam a marginalidade, o mundo das drogas é crescente. A reportagem do Jornal Nacional mostra alguns exemplos que fizeram diminuir índices de violência: oficinas, projetos culturais, escolas comunitárias, projetos esportivos. Em nenhum lugar se falou em casamentos comunitários. Esses são importantes até para se dar um identidade no sentido psicológico do termo às pessoas, mas é uma política terciária e não primária.
Um dos desafios do futuro governador do estado é olhar para a Ação Social como instrumento concreto e desenvolver a partir dela em parceria com as áreas como educação e cultura os projetos que vão levar a diminuição de vitimas diretas e indiretas da violência. O atual governo não teve essa visão e fracassou na segurança. Foi mal na Educação, na Cultura e na Ação Social. Por isso Mato Grosso paga o ônus de ter uma de suas cidades apontadas para todo o Brasil como a mais violenta do país.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A CUIABANIA DIANTE DO CANDIDATO WILSON SANTOS

Maurelio Menezes


A relação de Wilson Santos com Cuiabá é mais que conhecida. Ele já contou e recontou essa história algumas vezes. O menino que chegou aqui com três anos, filho de um agrimensor, e que foi morar no Baú Sereno. No dia seguinte o pai foi medir terras e uma das irmãs dele estava passando muito mal. À noite vizinhas bateram à porta da casa e ajudaram a mãe dele, Dona Noemia, a cuidar da menina. Wilson costuma dizer que naquele dia foi apresentado à generosidade do povo cuiabano.
Todos conhecem também a história do menino que subia as escadarias do Palácio Alencastro para vender jornais e dizia que um dia ainda trabalharia lá. Casado com uma cuiabana, Adriana Bussiki, Wilson, até por ter sido professor de História, é dos três principais candidatos o que mais conhece a cidade, que, desde que iniciou na vida pública sempre lhe deu muitos votos, como vereador, deputado estadual, deputado federal e Prefeito da capital por duas vezes seguidas. E aí começam as cobranças.
Quando foi reeleito com 21% a mais de votos que o concorrente, Wilson se comprometeu a ficar à frente da Prefeitura até o final do mandato. Um ano e meio depois, renunciou para se tornar candidato a Governador.
Essa que é a grande cobrança da cuiabania em relação a ele é também um dos motes da campanha dos adversários. Wilson se defende afirmando que quando você entra num partido político deixa de ser dono de seu destino e que foi convencido que, como Governador, poderia ajudar Cuiabá mais que como prefeito e que, além disso, os compromissos assumidos por ele também o foram pelo vice, Chico Galindo.
Ele diz ainda que devido à capacidade de investimento do Estado (o Estado arrecada em 22 dias o que a Prefeitura arrecada num ano), pode fazer o que não teria sido feito nos últimos anos, especialmente na saúde que, de acordo com pesquisa nacional do IBOPE divulgada ontem e analisada no Jornal Nacional é a maior preocupação do brasileiro no momento.
Alguns dados dão razão a ele. Cuiabá não tem nenhum hospital estadual. E a construção do Hospital Central está parada faz tempo. O atendimento na rede municipal é sobrecarregado com a vinda de pacientes do interior para a capital. Para se colocar novamente como opção de voto para a cuiabania, Wilson afirma que fez tudo o que era possível fazer por Cuiabá como Prefeito e aponta avanços em vários setores: quintuplicou, por exemplo, o orçamento da Cultura e transformou o Festival de Cururu e Siriri num acontecimento de porte nacional com 60 mil espectadores nos três dias (antes eram 10 mil em dois dias), Aponta também obras estruturantes feitas em sua gestão como a Avenida das Torres (construída com 18 milhões do Governo do Estado e União e 30 milhões da Prefeitura), Praças, Museus, como o da Caixa D´Água Velha que virou cartão postal), obras de saneamento, Nova Perimetral... Creches, Turismo, reformas, ampliações e construção de Policlínica.
Até 3 de outubro a cuiabania vai colocar na balança a história de cada um e o que realmente ele fez pela cidade. Ai vai decidir, sem paixões, ou com todas as paixões que envolve uma eleição. E essa decisão, não há a menor dúvida, vai ter uma profunda participação na definição do nome do novo Governador de Mato Grosso

terça-feira, 17 de agosto de 2010

TEXTO CENSURADO A PEDIDO DE MAURO MENDES

Neste espaço havia o post A CUIABANIA DIANTE DO CANDIDATO MAURO MENDES que foi retirado do Blog atendendo a liminar concedida pelo MM. Juiz Auxiliar da Propaganda Eleitoral Lídio Modesto da Silva Filho a pedido do candidato Mauro Mendes, representado por dois dos advogados da Coligação pela qual ele tenta se eleger Governador e que aparece em todas as pesquisas como terceiro colocado na intenção de voto dos eleitores. A defesa do Blog está sendo montada de forma a provar que, diante dos fatos, nada que o candidato alega por meio de seus advogados se sustenta.

A CUIABANIA DIANTE DO CANDIDATO SILVAL BARBOSA

Maurelio Menezes


Como prometido vamos às respostas das perguntas. Antes alguns acréscimos ao conceito de cuiabania. No Twitter a blogueira @adrianavandoni comentou que para ela “cuiabania é um estado de espírito”. Adriana Vandoni escreveu também que já escreveu sobre o tema “...lá em 2005. Conheço muito pau rodado, que é mais cuiabano que qualquer um. Exemplo: meu pai” Ela se referia ao engenheiro Romulo Vandoni, ex Secretario de Estado no governo Frederico Campos, realmente um cuiabano por adoção e devoção.
Para definir quem vai apoiar, a cuiabania vai ter que responder ás perguntas colocadas no post anterior. Ao respondê-las vai se aproximar do conceito cunhado por Silva Freire e Vladimir Dias Pino, para quem cuiabania é a característica de alguém que faz com amor por Cuiaba, independentemente de onde esteja, onde nasceu e de onde veio.
Silval Barbosa foi deputado estadual e presidente da AL. Foi um dos líderes do movimento que pretendia dividir o estado, criando um estado no Nortão,para onde foi ainda pequeno e começou a fazer fortuna(ele nasceu em Borrazópolis, no Paraná). Depois de apoiar as ações do estado, quando presidente da AL, foi convencido pelo então governador Blairo Maggi a desistir da idéia. Virou vice.
Nos últimos 8 anos, período em que Silval fez parte da administração estadual, a capital foi massacrada pelo Governo do Estado especialmente em áreas vitais como saúde, educação e assistência social. Na Assistência Social, por exemplo, o grande feito do governo do estado nos últimos 8 anos foi realizar a cerimônia de casamento de 23 mil casais, a maioria dos quais já estava casada de fato há dezenas de anos. É muito pouco. Nada mesmo.
Na educação, o Estado que, de acordo com o IDEB, era o décimo segundo melhor do país, despencou para 22º, ou seja, para o penúltimo lugar. Num hipotético Campeonato Brasileiro de Educação estaria rebaixado para a segunda divisão. Nos últimos 8 anos professores do estado fizeram diversas greves e os filhos não apenas da cuiabania, ficaram sem aula. Hoje há em Cuiabá, e em muitas cidades do interior, crianças sem aula porque as escolas não estão funcionando ou simplesmente porque não há professores. O governo do qual Silval faz parte abandonou a Educação. E fez piorar a qualidade do ensino em tradicionais centros de construção de conhecimento da capital, como o Liceu Cuiabano.
O desastre maior foi na Saúde. Cuiabá é a única capital do pais que não tem nenhum hospital estadual e o único federal que tem, Julio Muller, é um Hospital Escola. O Governo do Estado comprou hospitais na capital e no interior e em vez de reequipá-los e entregar à população os fechou. Para compensar comprou ambulâncias e doou para cidades do interior (aliás, nunca ficou claro se essas ambulâncias não tinham relação com Máfia das Ambulâncias, que eram montadas em MT). Essas ambulâncias serviam para transportar pacientes para Cuiabá, superlotando as unidades de saúde daqui, como o Pronto Socorro. Alguns deputados se especializaram em trazer esses pacientes. Silval Barbosa, por exemplo, desde os tempos de AL mantém atrás da Rodoviária uma casa de retaguarda onde hospeda os eleitores que traz para o Pronto Socorro. Ou seja, em vez de aparelhar a saúde no interior e ajudar Cuiabá, prejudicou ainda mais a capital.
Uma recente auditoria do Ministério da Saúde, comandado por José Gomes Temporão, que é do PMDB, partido de Silval, concluiu que nos últimos 8 anos o Governo do Estado investiu 54 milhões de reais por ano a menos do que seria obrigado a investir em saúde,. Em outras palavras, O governo do qual Silval faz parte deixou de aplicar na saúde de MT quase meio bilhão de reais em oito anos, dinheiro que ajudaria muito Cuiabá e, a partir dela, muitas cidades do interior que precisam do abrigo da capital.
Nem tudo, entretanto, foi ruim nessa relação de Silval e seu grupo com Cuiabá. Em alguns setores, houve ação do governo e mais ele não fez porque não poderia mesmo fazer. Asfalto e habitação, por exemplo, em parcerias com a Caixa Econômica houve evoluçaõ. Na cultura houve estagnação. Pouco ou quase nenhum investimento em festas tradicionais. A Festa Internacional do Pantanal, por exemplo, que vendia Mato Grosso para o Brasil e o mundo, foi esvaziada até deixar de existir. De positivo o fato de, depois de 6 anos de reforma, terem conseguido entregar aos cuiabanos o Cine Teatro Cuiabá devidamente restaurado. Questiona-se o custo da reforma e algumas outras coisas, mas hoje o Cine Teatro é realidade.
O que os fatos mostram é que o Governo do Estado - e Silval com ele- (que fica com cerca de 25% dos impostos aqui arrecadados -a Prefeitura fica com 14% e a União com o resto-) não fez tudo o que poderia ter feito pela capital.
No próximo post vou expor meu Olhar sobre a relação de Mauro Mendes com a capital

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

AS TRÊS CUIABANIAS

Maurelio Menezes

Cuiabania é o termo que se criou para identificar aqueles que nasceram e irão morrer aqui. Não... Não vá procurar o termo em dicionários como Houaiss, Aurélio, Caldas Aulete que não o encontrará. Mas no Google há 41.500 itens à sua disposição. Há por exemplo, um canal exclusivo de vídeos, criado para mostrar as belezas da cidade, mas que acabou se transformando num canal para se mostrar trabalhos de alunos sobre a cidade.
Um dos conceitos mais aceitáveis que li sobre Cuiabania é de Gabriel Nóvis Neves para quem “A cuiabania é um movimento cultural para preservar as nossas tradições e valorizar os nascidos aqui” Em artigo veiculado em diversos sites e no Espaço Aberto da Associação dos Docentes da UFMT ele discute o termo com a propriedade de quem é considerado um legitimo representante da Cuiabania.
Outro desses representantes(embora nem tenha nascido em Cuiabá), Alfredo da Motta Menezes, vai mais além. Para ele, hoje, há duas Cuiabanias, a original cujo conceito é o mesmo do apresentado por Gabriel Novis, formada por pessoas que aqui nasceram que preservam a divulgam a cultura regional e outra formada pelos filhos dos originais, que não curtem, por exemplo, o cururu e siriri, mas amam essa cidade.
Parece sensata essa visão de Alfredo da Motta Menezes especialmente porque as duas Cuiabanias têm em comum o amor por Cuiabá. Eu me incluiria numa terceira modalidade de Cuiabania, aquela que partilha a visão do paraibano Aldir Blanc que passou a maior parte da vida no Rio de Janeiro. Para ele, “Carioca é aquele que vem e fica”. Para mim, Cuiabania é a característica daquele que vem e fica. Esse tem em comum com as Cuiabanias de Novis e Alfredo, o amor pela cidade.
Pois essas três Cuiabanias terão uma importância muito grande nas eleições de outubro. Quem ama Cuiabá terá de responder a pelo menos três perguntas antes de decidir: qual dos quatro candidatos fez realmente o que estava a seu alcance para ajudar Cuiabá? Algum deles prejudicou de alguma forma a capital? Pelo que a cidade o ajudou a conquistar, algum deles poderia ter feito mais pela cidade?
Eu me fiz essas três perguntas e a partir de minhas respostas, vou expor aqui nos próximos posts meus Olhares sobre cada um dos três principais candidatos nessa relação com as três Cuiabanias.

MARCELÂNDIA OU ESMOLA COM CHAPEU ALHEIO

Maurelio Menezes


Há pouca coisa mais indecente do que se aproveitar da tragédia alheia para se tirar algum tipo de proveito. E isso piora quando a tragédia é consequência da inoperância e da falta de sensibilidade do gestor. Como bem postou no Twitter @Thi_Andrade “...importante é contribuir ativamente, fazer o quê né?! o estrago já foi feito =/”, mas a tentativa de manipulação seja lá por quem for deve ser repudiada sempre.
E tentativa de manipulação é o que está acontecendo agora. A única e real grande ação que está sendo levada adiante até esse momento para minorar a dor dos que perderam tudo em Marcelândia, que teve parte de suas casas destruídas pelo fogo, é a campanha de doação de roupas e alimentos não perecíveis. O governo do estado, além de não ter trabalhado preventivamente para impedir o desastre, tenta cobrir o sol com a peneira dizendo-se dono da iniciativa. Mais uma inverdade.
A campanha foi iniciativa da TV Band em parceria com o CDL, Defensoria Pública, clubes de serviço, voluntários. Nada de Governo do Estado, que só entrou no dia seguinte e que é o verdadeiro culpado pela tragédia. Há alguns meses como informou no twitter @hiramfurquim "foi protocolado no Governo do Estado um pedido para equipar cidades do nortão com brigadas de incêndio". A resposta foi o mesmo descaso com que a atual gestão estadual trata assuntos de interesse da população. Se tivesse atendido o pedido do parlamentar e investido na criação de brigadas de incêndio poderia ter evitado o pior.
O governador Silval Barbosa foi a Marcelândia 30 horas depois da tragédia, quando o incêndio já estava sob controle, a campanha de doação já arrecadara milhares de donativos e as providencias que tomou não teriam sido necessárias de tivesse trabalhado preventivamente. Quando voltou, a primeira coisa que fez foi convocar uma coletiva tentando posar de estadista. Puro jogo de cena.
A situação agora vai ter mais uma conseqüência de outro descaso e inoperância do Governo do Estado: a falta de assistência médica. Como em todo o interior ela é deficiente agora, especialmente crianças e idosos, estão sofrendo com a fuligem que se espalhou pela cidade aumentando e muito o número de casos de doenças respiratórias.
Assim, de irresponsabilidade em irresponsabilidade vai se encaminhado para o final uma gestão que vai entrar para a história como um governo que fez muito para poucos e pouco para muitos, o que é uma tristeza.

domingo, 15 de agosto de 2010

BLOGUEIRO QUE EXTORQUIA É PRESO... NA BAHIA

Maurelio Menezes

Na quarta-feira a noticia estourou como uma bomba na Bahia: o blogueiro João Andrade Neto dono dos sites Pura Politica e Pura Noticia, ambos fora do ar desde o dia em que o caso esturou, foi preso em flagrante –confira o vídeo da extorsão e da prisão em flagrante- depois de receber uma parcela da propina de 30 mil reais. Na sala onde funcionava o blog foram apreendidos diversos computadores e documentos.
Estranhamente a noticia não ganhou destaque nacional a não ser uma pequena nota no Globo on line , para o qual as vítimas de João Andrade eram apenas empresários. No Estadão on Line a noticia estava um pouco mais completa, citando que políticos também eram extorquidos. Hoje o caso ganhou um novo contorno.
De acordo com o site Bahia Noticias o secretario estadual de segurança acredita que o blogueiro além de extorquir políticos era também financiado por políticos interessados em caluniar adversários e em montar dossiês para extorquir dinheiro de empresários. Hoje durante o Grande Prêmio de Stock Car realizado em Salvador, César Nunes colocou algumas perguntas que as investigações estão tentando responder "Quem efetivamente mantinha ele? A quem interessavam as calúnias? Nós sabemos que ele não teria como ter todas aquelas salas compradas, carros, equipamentos e computadores. Mas é claro que havia políticos e pessoas poderosas por trás dele". Quando perguntaram ao secretário se ele não temia que as investigações fossem atrapalhadas exatamente por causa desses políticos e gente poderosa que estariam por trás do blogueiro financista ele respondeu “A gente gosta de confusão” e riu.
Seria interessante esse Secretário de Segurança passar uns tempos aqui em Mato Grosso. Poderia não prender ninguém, mas com certeza alguns políticos e “jornalistas” perderiam o sono, já que agem exatamente como o pseudo jornalista baiano: aqueles pagam e estes usam o jornalismo para denegrir adversários do pagador.
Quem ganharia seria o cidadão, já que teria à disposição menos opiniões compradas, os vídeos anônimos não seriam produzidos por agências de publicidade para denegrir ninguém e com isso o eleitor poderia colocar na balança as propostas de cada um e escolher o melhor para MT.

sábado, 14 de agosto de 2010

COMO ESTÁ O CASO VÃNIA COSTA?

Maurelio Menezes


No final do mês passado, a denúncia: a jornalista Vânia Costa, 28 anos, uma filha de um ano e sete meses, sofrera três abordagens, supostamente encomendadas por alguém da Prefeitura de Sinop onde fora fazer uma reportagem sobre denúncias encaminhadas ao jornal O Mato Grosso de Várzea Grande – MT, em que era editora. Nas três vezes as pessoas queriam ter acesso a documentos que ela teria conseguido e que confirmariam o desvio de verbas federais pela Prefeitura de Sinop.
Vania registrou Boletim de Ocorrência na Polícia Civil e procurou o Ministério Público para denunciar os atentatos. O caso ganhou repercussão quando o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de MT divulgou nota de repúdiio , reproduzida pela ABI , o drama vivido por Vânia foi destaque na Folha de S. Paulo e no portal da revista Imprensa e foi assunto bastante comentado no Twitter. Depois ninguém mais tocou no assunto.
Um policial com quem conversei me disse que na corporação há uma certeza: os homens que abordaram Vânia se forem policiais não estavam a serviço e o mais provável é que eles não sejam policiais e sim pistoleiros. O marido de Vânia foi conversar com o dono do jornal, conhecido por Rico. Este não teria se comprometido a acompanhar o caso nem a dar proteção a ela. Vania saiu do jornal (está trabalhando em outro, em Cuiabá) e se mudou de casa com medo de novos atentados.
Seria interessante o Sindjor se manifestar sobre o que está fazendo de prático para que esse caso que envolve gente poderosa não caia no esquecimento. Há um advogado do sindicato acompanhando a denúncia feita ao Ministério Público? Que tipo de ajuda tem sido dada à jornalista? Seria interessante também o Ministerio Público se manifestar sobre o andamento da representação protocolada por Vânia.
Se isso não acontecer, a nota divulgada pelo Sindjor no dia 27 do mês passado não terá valido para nada e ficará a impressão que foi apenas um elemento de jogo de cena. Pior ainda ficará a impressão que não se quer apurar o caso de fato exatamente por envolver pessoas poderosas e que têm amigos igualmente poderosos.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

PESQUISA IBOPE OU A HISTÓRIA ANDANDO EM CÍRCULOS

Maurelio Menezes

A terceira pesquisa Ibope/TVCA sobre as eleições para o Governo de Mato Grosso provoca algumas reflexões. Resumindo Silval Barbosa tem 28 pontos Wilson Santos 22, Mauro Mendes 14 E Marcos Magno zero. Não responderam ou estão indecisos 36 por cento.
Desde o inicio da campanha era liquido e certo que Silval Barbosa registraria a candidatura sem problemas. Não havia dúvidas sobre o registro de Wilson Santos e de Mauro Mendes, que tiveram as contas de campanha de 2008 reprovadas. A situação do candidato do PSDB era mais tranqüila porque a reprovação era por dois erros materiais e se dera em condições absolutamente suspeitas. A de Mauro envolvia numerários e era mais complicada, mas nada que pudesse tirar o sono do candidato.
Inexplicavelmente na maioria dos veículos de comunicação, sabe-se lá atendendo a quais interesses, houve um massacre divulgando como favas contadas a recusa do registro para Wilson Santos. Eu até criei no twitter o tag #urubusdeplantão para me referir aos profissionais que fizeram essa campanha. Também inexplicavelmente e igualmente sabendo-se lá por quais motivos os mesmos veículos quase não se referiam ao caso de Mauro Mendes, que era mais complicado porque envolvia numerários.
Essa posição jornalisticamente incorreta dos veículos gerou uma grande dúvida: WS seria mesmo candidato? Mas porque esta análise se me propus a comentar a pesquisa IBOPE/TVCA? Porque acredito que, com o quadro criado artificialmente pelos veículos de comunicação e por pesquisas locais que estranhamente já estavam apontando o segundo turno entre os dois candidatos que se propuseram a gastar mais na campanha, Silval Barbosa e Mauro Mendes, o resultado da pesquisa Ibope/TVCA tem como vencedor Wilson Santos que não perdeu pontos para seus adversários, que também caíram.
Pela guerrilha que se armou contra Wilson Santos, a situação do tucano deveria estar muito pior. Silval e Mauro deveriam ter subido em relação à pesquisa anterior, mas os dois caíram e estão agora com a pior marca desde o inicio da série de pesquisas IBOPE/TVCA. A queda de Mauro Mendes, maior que a de Silval, pode ter uma explicação: como ele tem sido poupado pela maioria dos veículos de comunicação e tem sido inflado pelas pesquisas locais, o mais provável é que os eleitores não estão acreditando que ele tenha virado oposição da noite pro dia e migraram para o bloco dos indecisos.
Wilson se diz acostumado a essa situação e a história mostra que ele fala a verdade. Em 2004, os institutos locais apontavam Sérgio Ricardo e Alexandre César no segundo turno. Erraram,as urnas colocaram WS no segundo turno e em 12 dias virou uma eleição em que, sempre de acordo com as pesquisas, estava 22 pontos atrás. Em 2008 os mesmo institutos locais que apontaram a subida Mauro e Silval agora apostavam na vitória de Mauro Mendes. Mas as urnas elegeram Wilson Santos com 21 pontos de diferença.
A história não se repete, mas anda em círculos” disse certa vez o cineasta Claude Lelouch. Ele tinha razão porque no caso de Wilson Santos ela já andou em círculos em 2004 e em 2008 e pelo andar da carruagem vai andar em circulo mais uma vez.

O PODER DAS MÍDIAS SOCIAIS NA ELEIÇÃO

Maurelio Menezes

Para quem ainda não acredita o quanto as Mídias Sociais serão fundamentais para a vitória da maioria dos candidatos nessa eleição, uma nota divulgada hoje pelo TSE acaba com essa incredulidade. A nota revela o poder de influência das Mídias Sociais que são capazes até de arrancar uma manifestação do sempre sisudo TSE.
A história começa no dia 10 de agosto as 11h47 (horário de Brasília) com a reportagem Candidato de MT faz campanha ao estilo CQC veiculada no Portal Terra repercutindo positivamente as criações do grupo de Mídias Sociais do candidato do PSDB ao governo de Mato Grosso, Wilson Santos.
A reportagem levou, pouco mais de duas horas depois, o apresentador do programa CQC, Marcelo Tas, cujo perfil no Twitter, @marcelotas tem 776 mil 411 seguidores a comentar, indicando o link da reportagem do Portal Terra, “Ué, eles podem fazer graça e a gente não?!” O post acabou gerando algumas discussões sobre a proibição de programas humorísticos fazerem piadas com candidatos e, devido a polêmica criada, o TSE decidiu se manifestar hoje as 16h36 (horário de Brasília), por meio de nota oficial dando satisfação sobre o assunto, o que jamais faria se não fosse a repercussão da declaração de Marcelo Tas que foi lida por alguns milhões de internautas (a postagem dele no Twitter foi retuitada por milhares de seguidores que, por sua vez, têm em média, cerca de mil de seguidores cada um), cuja maioria foi levada a ler também a reportagem do Portal Terra indicada por @marcelotas no Twitter.
Da mesma forma que a participação das Mídias Sociais na eleição do presidente americano Barack Obama levou Cláudio Torres, Consultor de Marketing Digital e Mídias Sociais, autor do livro A Bíblia do Marketing Digital, entre outros, a afirmar que "Barack Obama não se elegeu por causa das Mídias Sociais, mas sem elas, não se elegeria.” a cada dia que passa e a cada fato que surge mais podemos afirmar o mesmo em relação ao Brasil. Nenhum candidato será eleito pelas Mídias Sociais, mas sem elas, eles não serão eleitos.

PESQUISAS FRAUDADAS

Maurelio Menezes

Pesquisas eleitorais são sempre criticadas por aqueles que não pagaram por elas ou que não são por elas beneficiados.Com poucas variações, candidatos normalmente têm o mesmo discurso: Não comento pesquisas porque elas quando são corretas refletem apenas um momento. E eles não estão errados, porque além de refletir apenas um momento muitas vezes refletem apenas os $$$ que por ela foram pagos.
Em relação a refletir o momento, o IBOPE, considerado um dos mais sérios institutos, mas sempre criticado quando o resultado não é o esperado, tem algumas normas de divulgação. Uma das principais é que o resultado somente pode ser divulgado até um determinado dia, porque depois dele perde a validade. Preocupação válida que a maioria dos institutos não tem. Aqui em Mato Grosso, por exemplo, é comum resultados de pesquisas continuarem a serem citados até semanas depois do vencimento do prazo de validade, o que é, no mínimo, suspeito.
Um parâmetro para se saber o tamanho da descrença das sondagens eleitorais está no Google, Ao digitar pesquisa fraudada, em menos de um segundo ele te apresentará quase 900 mil resultados. Não é prá menos. A todo momento se descobre manipulações. Há poucos dias Cesar Maia, economista, estudioso de pesquisas e dados, ao analisar pesquisa do Vox Populi favorável a candidata do PT à presidência (de quem ele é adversário) concluiu que a fraude estava na amostra. De acordo com ele, para que os números da região Sudeste estivessem corretos, a população do Espírito Santo deveria ser bem maior do que ela realmente é.
Essa é uma das fraudes mais comuns, a da amostra. Explicando melhor: numa pesquisa usa-se uma Amostra de um Universo. Universo é, no caso, o numero total de eleitores. Amostra uma parte dos eleitores. Para ser correta, a amostra deve representar cientificamente o universo, ser proporcional em todos os sentidos: sexo, classe social, econômica, cultural, de faixa etária, e principalmente, por localização geográfica. Qualquer distorção na amostra vai fraudar o resultado. Um exemplo: Cuiabá concentra supostos 25% do eleitorado de Mato Grosso. A amostra tem que contemplar esses 25% com todas as suas subdivisões (sexo, idade, classe social, instrução, etc.). Se houver uma variação sequer o resultado estará comprometido.
A legislação eleitoral é falha em todos os sentidos quando o tema é pesquisa. Ela não deveria, por exemplo permitir a divulgação de pesquisas pagas por partidos nem pesquisas sobre eleições estaduais feitas em cidades. Estas até podem ser feitas, mas para consumo interno dos partidos com o objetivo de definir estratégias a serem adotadas nesta ou naquela cidade. Divulgá-las pode até criar um imaginário de vitória para candidatos que estão fora do páreo. A legislação poderia restringir, também, a ação de institutos exigindo, por exemplo, um determinado número de anos de experiência como condição para ter uma pesquisa registrada, já que a cada eleição surge misteriosamente um novo instituto de pesquisa que ninguém sabe de onde veio, mas a maioria das pessoas sabe prá que veio.
O registro puro e simples de uma pesquisa num tribunal eleitoral não significa que ela não seja fraudada, pois o tribunal não a analisa. O correto seria o tribunal ter uma equipe de estatísticos que a analisassem antes da aprovação da divulgação. Um técnico do TRE certa vez comentou comigo que se as pesquisas fossem analisadas pelo próprio tribunal, 90% delas não seriam divulgadas.
Por isso alguns candidatos, inclusive especializados em, no voto, desmentir pesquisas estão certos quando afirmam que a verdadeira pesquisa é a das urnas. E lá, quem vai decidir é você que vai construir o seu olhar sobre cada um dos candidatos a partir de suas convicções e da história desses candidatos em sua relação com a coisa pública, com a educação, saúde, assistência social, etc...

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Maurelio Menezes


O post sobre censura provocou algumas trocas de tweets, entre eles com a produtora cultural @LenissaLenza (um perfil a ser seguido) que questionou: “@MaurelioMen Seria considerado um ato de censura proibir alguém de caluniar?” No papo que mantivemos como seria inevitável, acabamos caindo no conceito jurídico filosófico de liberdade de expressão. Comentei com Lenissa que ninguém está impedido de caluniar ninguém. Apenas deve estar preparado para responder judicialmente pela calúnia sabendo que não poderá usar a liberdade de expressão como argumento.
O conceito de Liberdade de Expressão faz parte dos princípios da democracia, cujos teóricos defendem um debate livre e o livre acesso à informação para que o cidadão possa julgar melhor, especialmente na época que estamos vivendo de eleições. Assim, censurar a criatividade de uma adversário é mesmo se mostrar incompetente para produzir algo melhor, mais criativo.
A liberdade de expressão é um direito negativo porque numa democracia o governo não pode limitar seu exercício sob nenhum argumento. Ao mesmo tempo é um direito fundamental à vida do cidadão, mas não é absoluto porque ela não pode ser usada para justificar a violência, a calunia, a difamação e obscenidades.
No caso específico que me referi no post anterior, nada disso estava em jogo. Feriu-se a liberdade de expressão exatamente porque se impediu um veiculo de comunicação de reproduzir os vídeos produzidos pela coordenação de Midias Sociais de um dos candidatos. A liberdade de expressão, especialmente na política e em anos de eleições como esse, é um suporte mais que vital para qualquer democracia, cuja existência depende, e muito, de uma sociedade bem e livremente informada
E aí eu repito: os censores deveriam ouvir Chico Buarque que ensinou que “mesmo calada a boca, resta o peito” e que “mesmo calada a boca, resta a cuca”.
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PRA QUÊ SERVE A CENSURA?

Maurelio Menezes

O que é a censura todo mundo sabe. As definições e os conceitos estão muito claros na cabeça da maioria dos cidadãos de bem de qualquer país. Em português se você recorrer aos dois principais dicionários brasileiros, Aurélio e Houaiss, vai encontrar definições semelhantes, algo como “o ato de censurar”.
Ao longo da história esse ato esteve sempre ligado a governos e personagens totalitários. Durante a ditadura militar censurou-se de tudo no Brasil, de jornais a filmes, passando por autores, peças, livros, tudo enfim. A criatividade denunciou essa ação troglodita do regime.
O jornal Estado de São Paulo foi proibido de publicar “notícias, comentários, entrevistas ou critérios de qualquer natureza, abertura política ou democratização ou assuntos correlatos, anistia a cassados ou revisão parcial de seus processos, críticas ou comentários ou editoriais desfavoráveis sobre a situação econômico-financeira, ou problema sucessório e suas implicações. As ordens acima transmitidas atingem quaisquer pessoas, inclusive as que já foram ministros de Estado ou ocuparam altas posições ou funções em quaisquer atividades públicas.” Depois de receber um telegrama do Ministério da Justiça, em setembro de 1972,com esses termos, o Estadão no espaço destinado às noticias censuradas,colocava receitas e versos de Os Lusiadas de Camões.
Na musica, Chico Buarque compôs Cálice um jogo linguistico de palavras em que, além de sonoramente lembrar o Cale-se!, brincava com as palavras afirmando que não adiantava censurar pois a vontade era muito maior. A música foi censurada, mas quando isso aconteceu ja havia sido gravada e se transformado em sucesso.
Em Mato Grosso dia desses o coordenador juridico de uma das coligações que disputam o Governo do Estado afirmou que a campanha aqui seria judicializada. Que todas as assessorias de candidatos tenham o cuidado de não usar ações judiciais para esconder o desejo de censura (o que aliás, já aconteceu e como em Cálice quando censuraram já era tarde porque o objeto de censura ja havia caido no gosto popular).
Mas afinal prá que serve a censura? É a forma que os incapazes encontraram para tentar manter uma situação e especialmente para tentar impedir que a vontade de mudanças seja concretizada especialmente por uma parcela da população.
Eles deveriam ouvir Chico Buarque que ensinou que “mesmo calada a boca, resta o peito” e que “mesmo calada a boca, resta a cuca”.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

MANCHETES DESMANCHETADAS

Maurelio Menezes

Não é necessário fazer um curso de Jornalismo para se aprender que manchete é um título que tem o objetivo de chamar a atenção sobre o assunto que uma reportagem aborda. Ter um bom mancheteiro pode significar ao veiculo de comunicação ser mais ou menos visto, à reportagem chamar mais ou menos atenção. Não tê-lo significa exatamente o contrário. Mais ainda: pode significar a queda na credibilidade do veiculo.
Alguns veículos impressos fizeram história com manchetes. O extinto Noticias Populares, de São Paulo vendeu feito água com a manchete Cachorro fez mal à Moça (o texto falava de uma escriturária que passou mal após comer um cachorro quente no centro da paulicéia desvairada) e Violada no Palco (um cantor que quebrou o violão na cabeça de uma tresloucada fã que invadiu o palco). O Noticias Populares era o típico espreme sai sangue e não tinha outro objetivo senão vender.
Os veículos de MT tem, volta e meia, escorregado na banana ao criar algumas manchetes. O pior é que para o leitor, internauta, a culpa acaba recaindo sobre o repórter que assina a reportagem. E raramente é ele quem define a manchete. Dois exemplos em dois dias seguidos e, coincidentemente ou não, no mesmo veiculo, o Olhar Direto.
O primeiro escorregão foi ao manchetar Tas questiona campanha de Santos: eles podem fazer graça e nós não? Comentei a distorção no próprio portal e reproduzo o comentario aqui:
por Maurelio Menezes, em 10/08/2010 às 18:21
Vitão tem razão de "A" a "Z" até porque se formos procurar no dicionário "questionar" encontraremos (Houaiss) como sinônimo "fazer objeção a" "por em questão", o que absolutamente não é o caso. O Marcelo Tas realmente "faz objeção" e "põe em questão" a legislação eleitoral que proíbe humorísticos de fazer humor com candidatos e não a campanha que nossa equipe esta produzindo. As pesquisas internas que temos reforçam a validade dessa estratégia assumida: o maior crescimento de intenções de votos para Wilson Santos foi exatamente entre os mais jovens. Apesar da tentativa de censura de que nós e o Olhar Direto fomos vitimas por parte do candidato Silval Barbosa, o resultado mostra que estamos no caminho certo.

O segundo escorregão do Olhar Direto foi hoje ao manchetar Riva insinua que Wilson fala muito e faz pouco e defende nome de Silval No texto em momento algum o deputado José Riva cita o nome de Wilson Santos. Riva poderia até estar se referindo ao candidato do PSDB. Mas quem garante que não se referia a Mauro Mendes ou mesmo a Marcos Magno? Se o deputado na reportagem falou o nome, porque não foi usado no texto? O deputado Riva também em momento algum pelo que revela o texto afirmou o tal candidato fala muito e faz pouco, que pode ser qualquer um dos adversários de Silval, cuja candidatura ele defende.
Além disso, usar o termo insinuou é ruim para qualquer veiculo. Aqui é interessante lembrar um comentario publicado na Coluna do Swan em O Globo, quando essa era assinada por Ricardo Boechat : Jornalistas e cabeleireiros trabalham com a mesma matéria prima, fofocas, insinuações. O que difere um do outro é que o primeiro tem obrigação de apurar antes de publicar.
A fidelidade de uma reportagem tem que estar expressa na manchete sob pena de perda de credibilidade do veiculo que a publica. Muitas vezes o próprio espaço que se tem para a manchete não permite muitas viagens. Mas ai entra a criatividade. E a criatividade vai proteger os repórteres que assinam os textos e, como escrevi acima, quase nunca são responsáveis pela manchete, logo não são culpados por esses escorregões e vai proteger o prório veiculo de análises apressadas de que estariam a serviço de A ou de B.

COMMENTS ENCOMENDADOS?

Maureliio Menezes

A polêmica é antiga. Quem está por trás de alguns (para não dizer da maioria) dos comentários postados? Os comments dos portais de noticias em MT são terra de ninguém. Todos afirmam ter mecanismos para evitar baixarias. Não é verdade. A maioria não publica comments com agressões e palavrões por um motivo simples: em caso de processo, o portal ou Blog entra como co réu.
Os portais nacionais, vias de regra, exigem que o internauta se cadastre para postar os comments. Em MT, igualmente vias de regra, não há essa exigência porque ela teria como conseqüência imediata a drástica redução do numero de comentários. E o numero de comentários, teoricamente, reflete a influência e a “audiência” dos veículos.
Ao ler alguns comments fica claro que eles são encomendados. Se a noticia é positiva para A ou B os comentaristas contratados o criticam. Se ela é negativa eles reforçam a critica. A mentira que boa parte desses comments trás, ficou explicita ontem em dois sites de MT, RDNews e Olhar Direto. Eles publicaram um mesmo comentário assinado por dois nomes diferentes (com certeza fantasmas). O detalhe é que o comentário foi postado em duas reportagens com o mesmo teor: a repercussão nacional positiva do trabalho das Midias Sociais de Wilson Santos. (Aqui você confere a reportagem do RDNews. Aqui a primeira reportagem do Olhar Direto. E aqui você ve a segunda reportagem, que gerou o comentário. A reportagem original do Portal Terra você confere aqui.
Os dois comentários foram postados por Antonio Carlos do Nascimento, as 19h56, no Olhar Direto, e por Antônio Marcos de Arruda, as 20h45. Pela estrutura, é um texto típico de assessoria (os nomes dos partidos estão entre parêntese, a linguagem foge completamente a de comments e é mais parecida como a forma antiga que se escrevia para veículos impressos). Outra coisa: o comentário foi postado pelos dois fantasmas em reportagens que nada têm a ver com o assunto do comments. Ele era uma espécie de resposta de Silval Barbosa a um posição de Wilson Santos em relação a lei aprovada ano passado pela Assembléia em que ex-governadores após deixar o cargo terão direito a segurança paga pelo dinheiro publico pelo mesmo período em que governaram, desde que tenham ficado no mínimo três anos no cargo.
Quem é o autor real do texto? Ninguém vai saber , embora seja possível se supor. Se Olhar Direto e RDNews conferirem o IP dos computadores de onde foram disparados os comentários certamente concluirão que é o mesmo. Mais ainda, poderão ser surpreendidos pois pelo rastro deixado deve ser o mesmo IP do qual é disparado o material de campanha de um dos candidatos a Governador. Ô Raça!
P.S. Caso o bi autor do comments não saiba, se esconder covardemente sob pseudônimos como foi o caso, ainda não é crime, mas criar perfis falsos em redes de relacionamento é crime, previsto nos artigos 306 e 307 do Código Penal. Mas, se algum juiz ver semelhança nos casos ele pode se encrencar. É o que se depreende do texto de Alexandre Atheniense no site Jus Navegandi.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

JOGA FORA NO LIXO

Maurelio Menezes

Meu Deus! Tem alguns veículos de comunicação que SÓ vivem de especular, especular e especular. #fato“ Esse tweet foi postado, em Cuiabá, pelo perfil de @lotosblume no miniblog Twitter, que de acordo com os dados mais recentes é a mídia social que mais cresce no mundo e especialmente no Brasil.
Esse comportamento de jornalistas é antigo. Na década de 20 Rui Barbosa afirmava que o jornalismo deveria ser “A vista da nação” por onde o povo enxergava o que lhe malfazia. Nessa época, de acordo com outro mestre do Jornalismo, Mauro Santayana, “... havia jornalistas mercenários, pasquins que enxovalhavam a honra alheia, e os interesses e aspirações comuns só encontravam acolhida em dois ou três jornais do Rio e meia dúzia de outros no resto do País.”
A “irrealidade” do fato está presente em diversos filmes. Um deles mostra que a manipulação pela mídia não é uma invenção da pós modernidade ou fruto do neoliberalismo, como alguns gostam de afirmar. A montanha dos sete abutres, de 1957, dirigido por Billy Wilder, conta a história de um repórter, Charles Tatum (Kirk Douglas), que depois de ser demitido mais de dez vezes de veículos diferentes e sempre por motivos igualmente diferentes, sai á procura de um furo que possa lhe dar visibilidade novamente. Esse furo surge num pequeno acidente com um mineiro que fica preso numa gruta. Tatum transforma o caso num fato nacional, atraindo a grande imprensa. Para isso manipula fatos e usa pessoas, todas com interesses pessoais.
Nessa época de eleições, os tais “jornalistas mercenários” e os “pasquins que enxovalham a honra alheia” se multiplicam. Dia desses foi distribuído no centro de Cuiabá um jornal com 27 reportagens. Quase metade com criticas ao candidato Wilson Santos e o resto elogiando o candidato Silval Barbosa.Nenhuma fazendo referencia nem pro bem nem pro mal a Mauro Mendes e a Marcos Magno.
Algum problema em se criticar uns, elogiar outros e ignorar terceiros? É claro que não. Mas o sintomático é que nas criticas não se seguia uma vez sequer a primeira regrinha do bom jornalismo: se ouvir o outro lado. Também ficou claro que era um jornal de encomenda porque apesar de ter um preço na capa, era distribuído gratuitamente e aos montes. No edifício National Palacium, por exemplo, deixaram mais de cem na portaria. Quem o pegava dava uma olhada e jogava no lixo.
E ai está escrito nas estrelas : lixo mais cedo ou mais tarde vai ser o destino não só de veículos (?) como esse, como também de meios eletrônicos e de profissionais que se prestam a esse serviço porque hoje o receptor está mais atento, dá a resposta na hora via Mídias Sociais, não engole mais. Aos poucos vai descobrindo quem é quem nessa guerra mercenária, quem paga e quem recebe. A estratégia do comprador acaba se voltando contra ele e o comprado deixa claro a que veio. Se é que alguém ainda tinha dúvidas sobre sua personalidade de, digamos, financista.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

A DELIBERAÇÃO, AS MIDIAS SOCIAIS E A POLITICA

Maurelio Menezes

Na democracia deliberativa, o cidadão não é um agente passivo na execução das políticas públicas. E não é também um mero objeto da legislação criada para o convívio em sociedade. Definida por Rousiley Maia em Midia e Deliberação (2008) “como o processo social de oferecer e examinar argumentos, envolvendo duas ou mais pessoas, para a busca cooperativa de soluções em circunstancias de conflito ou de divergências”, a deliberação na relação entre poder publico e sociedade deveria ter como conseqüência uma administração em que a voz do cidadão estivesse presente nas decisões do gestor.
Na Grécia antiga Péricles já defendia essa interação afirmando que os então políticos modernos não viam na “discussão um obstáculo no caminho da ação”, mas sim “uma preliminar indispensável para qualquer ação sábia”. Antes dele Aristóteles defendera o valor de um processo de decisão no qual os cidadãos discutissem publicamente e justificassem suas decisões uns aos outros. A democracia ateniense de Péricles (e de Aristóteles) era muito diferente da nossa. Apenas uma minoria era considerada cidadã e, portanto, participava da discussão que se dava numa assembléia aberta, mas apenas a esses “cidadãos”. Hoje, pelo menos teoricamente, todos são cidadãos, podem e devem participar das decisões.
Baseando-se em conceitos de Robert McChesney, Thomas Meyer, Michael Schudson e Alzira Alves Abreu, Rousiley Maia afirma que “As empresas de comunicação estabelecem diversas relações de interesse com grupos de poder e setores do mercado, o que pode comprometer os parâmetros da comunicação democrática, ou seja, a independência, a responsabilidade e a correção da informação“ o que cria uma sociedade de cidadãos sem voz.
A popularização das Mídias Sociais hoje está escancarando a Assembléia dos tempos de Péricles e de Aristóteles e a curtíssimo prazo, obrigará gestores a se submeterem a essa organização. E de uma forma ampla, geral e irrestrita.
Hoje, a exceção de Marcos Magno, do PSOL, todos os candidatos a governador de MT estão usando as redes sociais. Mas apenas Wilson Santos assumiu compromisso com o futuro. Numa interação com internautas via Twiitcam afirmou que quando eleito vai manter a dinâmica que criou nessa campanha e uma vez por semana manterá contato direto com a sociedade que poderá sugerir, cobrar, enfim, ser um agente ativo na administração, num processo em que a maioria seja cidadã não apenas na teoria, mas na prática.